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Planejamento Mestre de Negócio

Análises importantes a serem consideradas

Por: Pietro Perrone      Exclusiva 31/07/2023

Relembrando edição 1: Indústria convencional X Indústria 4.0 - Fabricar o que o mercado quer comprar (Indústria 4.0) e não fabricar o que queremos vender (Indústria Convencional).

O foco desta edição será o “Planejamento Mestre de Negócio” (PMN) ou “Business Master Plan”, como muitos conhecem. 

Se o objetivo de sua empresa ou negócio é ser uma Indústria 4.0, aqui vão algumas ideias básicas do caminho a percorrer. Logicamente será uma grande batalha a ser vencida e um trabalho muito meticuloso a ser realizado, com maiores dificuldades no início, porém a boa notícia vem quando os resultados começam a aparecer. Quanto mais detalhista e realista você for neste planejamento que iremos ver a seguir, maior será seu grau de satisfação quando o processo começar a rodar por si só.

Não espere conseguir acertar já no primeiro tiro, mas sim, ir se aproximando do alvo nos próximos. Se a empresa ou negócio estiver começando, logicamente, sugiro a você não perder a oportunidade e já começar certo, pois é muito mais fácil construir do que reformar. Caso sua empresa ou negócio já esteja rodando há algum tempo, não se desespere, escolha uma área ou linha de produto, aprenda o caminho das pedras e, assim por diante, você avança no projeto total.

Por melhor que seja, seu projeto de Indústria 4.0 nunca será perfeito, pois sempre haverá campos de melhorias e aperfeiçoamentos. Não existe receita básica para implementar uma Indústria 4.0, pois cada negócio ou empresa tem sua peculiaridade específica e suas tecnologias adquiridas, portanto é muito importante não desistir no início. Utilize a criatividade com princípios operacionais simples, consistentes e nunca se esqueça da cadência dos processos.


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Vamos, então, iniciar nosso projeto com o Master Business Plan

  • Deve ser o banco de dados macro de uma empresa ou negócio, contendo todas as informações necessárias para demonstrar seus objetivos e seus resultados de maneira e configurações gerenciais.
  • Deve ser gerido pelo topo da estrutura organizacional da empresa e tratado de maneira dedicada, objetiva e sempre documentada. 
  • Deve ser elaborado de forma concisa, com critérios pré-estabelecidos para cada tipo ou modelo de operação ou negócio. Indicadores de performance devem ser definidos, estruturados e ajustados, na frequência necessária que o processo exigir. Será a base de dados dos demais planejamentos, como fluxo de caixa, compra de materiais diretos e indiretos, recebimento, armazenamento e movimentação de materiais e produtos semiacabados/finais, capacidade de mão de obra, manutenção preventiva, capacidade de equipamentos de produção, definição dos gargalos existentes e plano de investimentos.
  • Deve conter plano de ações contingenciais, primordiais para o sucesso do resultado, devem ser criteriosamente ajustados e alterados caso ocorram “não conformidades” no processo. Esses ajustes devem ser adicionados ao sistema, sempre que possível, de maneira a não necessitar intervenção humana novamente, caso as mesmas “não conformidades” voltem a se repetir. 
  • Deve ser analisado com frequência assídua pré-definida, de acordo com o tipo de negócio ou modelo da operação. É importantíssimo dispor de dados históricos, atuais e planejados num mesmo banco de dados. Como medir é comparar, se faz necessário acompanhar os indicadores “planejado versus realizado”, analisar e entender as variações em toda a cadeia produtiva. Resultados melhores que o planejado, tem seu lado bom, porém, desde que não esperados, indicam uma “não conformidade”. Não existe sistema perfeito, mas todo sistema pode ser melhorado e aperfeiçoado.

Análises importantes a serem consideradas na elaboração de um PMN: 

Análise de cadência e capacidade produtiva

Uma locomotiva, dentro de uma capacidade operacional pré-definida, além de puxar o comboio, impõe a ele diversas velocidades e direções, sempre na mesma cadência. As vendas, por sua vez, devem fazer exatamente o mesmo, cadenciando toda a cadeia produtiva na direção e velocidades necessárias para o negócio. Produzir, em tempo necessário, somente aquilo que o mercado quer comprar, sempre dentro do planejado. Todo o conjunto de processos deve mover-se de forma cadenciada, balanceada e sem gargalos ou bancos de peças fabricadas aleatoriamente. Utilize toda a tecnologia disponível nos processos, sem exageros na sofisticação nem na simplicidade, adquira e use o que realmente se faz necessário, sem desperdícios e sempre focando na qualidade e acurácia das informações.

Análise do valor agregado

A análise de valor agregado afeta diretamente o fluxo de caixa e flexibiliza o fluxo de materiais dentro do processo produtivo. Quanto menos material em processo, menor a quantidade de controles, menor a quantidade de movimentos e melhor eficiência nos setups das linhas de produção.

Planejmaento industrial

  1. Valor do estoque de matéria prima = valor da mercadoria + impostos e frete.
  2. Valor do estoque de matéria prima em processo = valor de sucata... 
  3. Valor do estoque de produtos acabados = valor da mercadoria + valor agregado.

Muito importante entender que o Estoque de Produtos Acabados, somente agrega valor nas margens de contribuição da empresa a partir do momento em que for vendido.

Análise das “não conformidades”

Todos da organização, sem exceção, devem gastar o tempo que for necessário analisando causas e desvios que geraram uma “não conformidade”. É imprescindível investigar os motivos, os locais e os momentos em que esses eventos ocorreram, bem como identificar outros pontos em que poderiam ter ocorrido. Qualquer alteração realizada no processo deve ser minuciosamente avaliada para verificar se influenciou a tendência observada e os resultados e conclusões devem ser cuidadosamente documentados.

Próxima edição - Como formatar um Banco de Dados.

 

*Imagem de capa: Depositphotos

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Pietro Perrone

Pietro Perrone

Mais de 45 anos de comprovada experiência em indústrias multinacionais, ocupando posições de Presidente, Vice-Presidente, Diretor Industrial, Gerente de Manufatura, Engenheiro de Manufatura, Gerente de Engenharia de Manufatura, Gerente de Produção.