Nas 5 primeiras edições da nossa coluna “Fábrica Inteligente”, tivemos a oportunidade de demonstrar algumas diferenças mais evidentes entre os conceitos operacionais básicos da indústria convencional e da Indústria 4.0.
Qualquer tipo de indústria convencional está elegível a se transformar em uma indústria de quarta geração. Sua transformação pode ser obtida por meio de vários fatores preponderantes, mas o principal deles é o incremento da flexibilidade operacional. Quanto maior for a flexibilidade operacional de uma cadeia produtiva, mais perto se está de ter uma Indústria 4.0 potencialmente eficaz.
A flexibilização de uma cadeia produtiva vem com a flexibilidade dos processos e o planejamento de suas contingências, a qualidade dos dados, a digitalização das informações e o tempo rápido de resposta. Esses fatores são primordiais para o sucesso dessa conversão, que somente será bem-sucedida se os conceitos básicos da indústria convencional estiverem bem alinhados e implementados.
Resumindo, é imprescindível que pelo menos o tripé de sustentação, conforme veremos a seguir, esteja bem alinhado e bem implementado para o sucesso na implementação de uma Indústria 4.0:
Planejamento Master de Negócio: Aqui, encontram-se todas as informações referentes ao objetivo principal da empresa, como: o que vender, quantidade a vender, quando vender, por quanto vender, para quem vender e quando receber.
Banco de Dados: Nesse segundo pilar encontram-se todos os dados que serão necessários para a execução de todos os passos e processos operacionais. Todos os dados necessários devem estar no Banco de Dados, sem exceção.
Cadeia Produtiva: Nesse pilar devemos encontrar todas as informações referente a sequência e frequência dos passos existentes em uma cadeia produtiva. Geração de dados atuais e históricos x planejados, inclusive rastreabilidades, também devem fazer parte desse pilar.Esse tripé, criteriosamente elaborado e analisado nos seus mínimos detalhes operacionais, é essencial no sucesso de implementação de uma Indústria 4.0.
Agora, vamos ao assunto desta edição, que no meu entender, seria a parte mais trabalhosa a ser desenvolvida na transformação para a Indústria 4.0.
O sistema operacional na Indústria 4.0
Este é o cérebro da Indústria 4.0 e será ele que irá gerenciar e cadenciar todo o andamento operacional de uma cadeia produtiva, interagindo ativamente com o Banco de Dados e o Plano Mestre de Negócio. Aqui as informações e dados devem fluir de maneira simples, instantânea, rápida e precisa, conforme forem sendo requisitadas.
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O Sistema Operacional é a porta de entrada e saída de todos os dados e informações requisitadas pelos usuários. Quando menciono “usuários” estou falando de pessoas, de outros sistemas operacionais de terceiros, de equipamentos digitalizados, de dispositivos de automação e acessórios de controle. Todos e tudo que interagir com o tripé de sustentação deve fazê-lo via Sistema Operacional.
Ele deve ser elaborado em parcimônia com os 3 pilares de sustentação, de forma consistente e detalhada, refletindo exatamente a realidade da operação, com seus controles e contingências. É mandatório que o Sistema Operacional não seja formatado de maneira independente dos 3 pilares de sustentação. A opção de se adquirir um sistema operacional já pronto, só é viável se os 3 pilares conseguirem se adaptar a ele, caso contrário, a famosa “customização” de sistema não seria uma solução apropriada.
A configuração de um sistema operacional deve ser baseada em registros. Registros de entrada e saída, registros de controles com dados históricos, atuais e planejados, registros de especificações técnicas e procedimentos, capacidade de interface com sistemas externos e internos.
Sistema Operacional interagindo com o Tripé de Sustentação da Indústria 4.0
- Dica 1: Gaste tempo no planejamento criando rotinas alternativas e planos de contingência. Crie grupos de trabalho, entenda as necessidades dos usuários e profissionais das áreas técnicas, analise sugestões e valide as informações.
- Dica 2: Não dê passos maiores que a perna, foque nos objetivos e mantenha a cadência dos processos. Crie um sistema operacional claro e simples, gerenciando somente o que você realmente precisa. Não crie rotinas, controles e gráficos que não vai usar.
- Dica 3: Documente sempre as alterações e procure fazê-las por blocos. Seja consistente e evite mudanças aleatórias e frequentes. Primeiramente rode o sistema, aprenda com ele e só depois comece a melhorá-lo. Deixe a maturidade do sistema evoluir sem percalços e sem mudanças bruscas, sempre analisando detalhadamente todas as situações e vulnerabilidades existentes.
Pensamento do dia: um sistema operacional eficiente é aquele que traz exatamente o necessário, com informações rápidas e corretas, de forma simples e automática. Se existe, é para ser seguido!
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