Existe uma enorme diferença entre informação e conhecimento. Informação é um dado, formado em cima de determinados fatos. Já o conhecimento é a sabedoria ao utilizar esses dados. Dados sem conhecimento de nada valem.
O mundo hoje está se tornando ávido por informações, principalmente quando falamos em novas tecnologias, como indústria 4.0 ou fábricas inteligentes. Assim como nós, em nosso cotidiano, as tecnologias citadas também dependem necessariamente de informações para sobreviver, mas de informações rápidas, precisas e, logicamente, na hora certa.
Quero, nesta 26ª edição, enfatizar a necessidade da existência da informação, a acuracidade da informação e a capilaridade dessa informação dentro de um sistema operacional eficaz. Veja que necessitamos desses três quesitos principais simultaneamente, pois de nada vale termos uma excelente informação fora do tempo previsto, ou vice-versa.
É muito comum nos depararmos com altos investimentos sendo feitos em digitalização e sistemas operacionais sofisticados, mas as informações básicas nunca chegam às pessoas certas, nem nos tempos corretos e, normalmente, chegam de forma incompleta e confusa. Sempre tem um retalho amarrado com barbante no quadro mágico para lembrar alguém de alguma coisa.
O pior dos mundos acontece quando uma decisão deve ser tomada, porém, apesar de existir, ninguém sabe onde encontrar a informação correta sobre o assunto.
Seguem abaixo algumas perguntas que devemos nos fazer durante o planejamento de um projeto de indústria 4.0:
- Que tipos de informações serão necessárias?
- Qual o fluxo ideal dessas informações dentro do sistema operacional e suas respectivas prioridades?
- Quem deve e quando deve receber e/ou enviar as informações?
- O que deve ser feito após a chegada ou envio das informações?
- Qual o plano de contingência para tomar uma atitude sem a devida informação disponível?
- Como analisar as informações enviadas e recebidas em relação aos indicadores existentes?
Existem muitas informações que, ao invés de ajudar, transformam a vida dos usuários em um inferno operacional. Veja alguns tipos:
- Informação bola quadrada: é aquela sobre a qual você recebe os dados, mas precisa de uma calculadora para fazer contas adicionais, ou utilizar uma tabela impressa, ou acessar outra página do sistema para buscar outros dados e tentar chegar no resultado final desejado. Imagine receber um relatório de vendas diário no qual você precisa somar os valores, pois vem sem os totais;
- Informação abstrata: é aquela que todos sabem que existe, mas ninguém consegue encontrá-la. Uma determinada entrega de material chega na portaria da empresa e alguém tem de ligar para outro alguém autorizar a entrada. Um terminal de computador na portaria, com uma tela do sistema operacional contendo todas as informações sobre as entregas daquele dia ou período teria resolvido o problema imediatamente;
- Informação segura: é aquela que existe, mas ninguém pode ver, porque trata de dados confidenciais, criando assim um pretexto para a ausência de histórico sobre preços, custos e valores de faturamento, por exemplo.
- Informações inúteis: são aquelas que existem, o sistema operacional processa, mas ninguém utiliza. Um bom exemplo são aqueles enormes quadros, colocados no piso de fábrica e nas salas de reuniões, com grande quantidade de gráficos impressos, que todos admiram mas ninguém entende. A informação está lá postada faz uma semana, passada e vencida;
- Informações erradas: normalmente provenientes de erros na digitação. Temos que fazer o possível para evitar a digitação de dados, mas caso isso não seja possível, o sistema operacional deve proteger e evitar esse tipo de problema, pois é um erro muito suscetível de acontecer. Se um saco de polietileno tem 25 quilos em seu histórico de compras, e for digitado erroneamente 250 quilos, uma alarme resolve o problema imediatamente.
Na indústria 4.0, o gerenciamento das informações é muito importante e deve ser tratado com disciplina rigorosa, caso contrário o resultado será o aumento dos custos intangíveis, excesso das não conformidades e a quebra frequente da cadência da cadeia produtiva.
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Um sistema operacional deve ter o autocontrole ao amarrar todos os passos de uma cadeia produtiva, em sua sequência e cadência, fazendo com que sua continuidade dependa sempre de informações da operação anterior. Esse autocontrole é importantíssimo e deve ser o mais digitalizado/automatizado possível. Trocando em miúdos: o sistema só deve executar o próximo passo do fluxograma quando a informação aprovando o passo anterior chegar.
A classificação e prioridades das informações que fluem pelo sistema operacional também devem ser definidas de maneira a manter a cadência da cadeia produtiva e sua sequência ideal. Uma análise deve ser feita em função da velocidade das operações, criticidade do processo produtivo, plano de contingência e quantidade de indicadores existentes.
Parece complexo, porém é lógico. Use o bom senso!
*Imagem de capa: Depositphotos.com
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