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Desenvolvendo um produto para a Indústria 4.0

Conheça as cinco etapas necessárias para o desenvolvimento de um produto que será fabricado por uma Fábrica Inteligente

Por: Pietro Perrone      Exclusiva 05/08/2024

O processo de desenvolvimento de um produto não é algo simples de se explicar em apenas uma edição, pois é necessário percorrer um longo caminho, desde a geração de ideias até o lançamento do produto final no mercado.

Como sempre menciono, o planejamento é o ponto de partida dessa aventura, na qual um cronograma de ações com seus prazos e responsáveis deve ser evidenciado e, assim, definida a uma data objetiva.

Não quero aqui me apegar aos inúmeros detalhes que poderiam existir em um plano dessa magnitude. Irei me limitar a alguns detalhes referentes à manufaturabilidade dos produtos e salientar os pontos críticos dessa jornada, que gosto de chamar  “a hora da verdade”, ou seja: como sair do papel e ir para o físico, industrializando um produto com baixos custos operacionais e com a qualidade garantida.

Na Indústria 4.0, a etapa de desenvolvimento de um novo produto requer análises super criteriosas e detalhadas feitas por pessoas com vasta experiência em engenharia de desenvolvimento e operações industriais. A manufaturabilidade é a prioridade para o sucesso do projeto.

Aqui devem ser analisados todos os detalhes referentes à matéria-prima com suas especificações e disponibilidade de mercado, toda a logística envolvendo peças e produtos acabados, processos e equipamentos a serem utilizados e, o mais importante, a racionalização do design do produto.

Na Indústria 4.0, todo tipo de detalhe é importante no que se refere ao design, pois é aqui que a experiência e a criatividade podem fazer a diferença no resultado do projeto. Todas alternativas devem ser avaliadas, como diferentes tipos de matéria-prima, seus respectivos processos de fabricação e seus custos, tecnologia disponível e qualidade assegurada do produto. A interação entre as áreas de materiais, engenharia, industrial e marketing é crucial e, quanto melhor ela for, melhor será o resultado final do projeto.


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Mesmo sabendo-se que é grande a probabilidade de erros e também das possibilidades de novas versões e atualizações do produto, é crucial que o planejamento seja bem feito e algumas etapas importantes do processo sejam concluídas.

Cinco etapas extremamente necessárias para o desenvolvimento de um produto que será fabricado por uma Fábrica Inteligente:

  1. Prototipagem e validação interativas: primeiro passo no desenvolvimento de um produto no qual um protótipo funcional poderá atestar a eficácia e validar todos os itens críticos do projeto. Todas as dificuldades encontradas durante a geração de ideias devem ser digeridas nessa fase, e o resultado desse processo deve levar ao conhecimento exato de como será o produto, seus pontos fracos e fortes perante os concorrentes e a exata maneira que será manufaturado, embalado e transportado. Aqui não tem achismo: são fatos contra argumentos que devem ser resolvidos imediatamente no âmbito do que será a sua cadeia produtiva. 
  2. Know-how dos fornecedores: análise de mercado dos diversos materiais e disponibilidade de tecnologia do que será adquirido para a fabricação do produto. Aqui, vale lembrar o ponto do “barato sai caro”, e todos os custos tangíveis e intangíveis devem ser listados e analisados.
  3. Simulação e validação operacional: elaboração da cadeia produtiva, na qual todos os componentes e fornecedores são validados após sua simulação, de preferência digital. A validação de todos os passos e processos deve ser prévia e absolutamente essencial na implantação de um projeto. É nessa etapa que iremos garantir que a manufaturabilidade do produto, em todos os seus aspectos operacionais, está funcionando conforme planejado. Portanto, existe a grande possibilidade de atingir as metas do plano de negócio.
  4. Monitoramento pós-vendas: outro passo importantíssimo é o monitoramento necessário nos primeiros meses de vida do produto, quando a percepção dos clientes e usuários é formada. É nessa hora que são criados os conceitos de aceitação ou não do produto. Vamos lembrar aqui que produto bom é aquele que melhora com o seu uso.
  5. Registros do que deu certo e errado: muitos não dão valor a esse item, e continuam cometendo sempre os mesmos erros e, muitas vezes, errando o que já foi feito da forma correta. Esse histórico vai ajudar a aumentar sua flexibilidade no lançamento e desenvolvimento de novos produtos.


Não se engane, pois o papel aceita tudo, mas na hora da verdade, o chão de fábrica é muito mais realista.

 

 

*Imagem de capa: Depositphotos.com

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Pietro Perrone

Pietro Perrone

Mais de 45 anos de comprovada experiência em indústrias multinacionais, ocupando posições de Presidente, Vice-Presidente, Diretor Industrial, Gerente de Manufatura, Engenheiro de Manufatura, Gerente de Engenharia de Manufatura, Gerente de Produção.