Empresas 4.0, Profissionais 4.0, RH 4.0, Marketing 4.0... O termo 4.0 remete, rapidamente, a conceitos futuristas e pouco prováveis, segundo a imaginação das pessoas, para o momento presente. Logo, podemos nos questionar se: a realidade do mercado 4.0 é algo bem distante para os meros mortais e aplicável, no presente, apenas a gigantes conglomerados empresariais?”.
A resposta é: NÃO NECESSARIAMENTE!
Para começar, podemos dizer que o fator-chave para que uma empresa seja classificada como 4.0 é a relação que ela mantém com os dados a que tem acesso. As empresas, os setores e os profissionais 4.0 tomam decisões e executam ações baseados muito mais em análise de dados do que em intuições e experiências.
Dito isto, podemos perceber que nem sempre uma indústria 4.0, por exemplo, possui estruturas robóticas automatizadas, diversos braços mecânicos, veículos autônomos de transporte de peças e equipamentos ou ambientes onde protótipos e projetos podem ser visualizados em sistemas de realidade aumentada.
Na verdade, o que pode qualificar uma empresa industrial como uma indústria 4.0 são processos e sistemas bem mais simples, que priorizam a captação de dados, bem como o tratamento e a análise dos mesmos para a tomada de decisões e a execução de ações. Isso pode ser encontrado em muitas empresas que sequer possuem a noção de serem 4.0.
Um exemplo frequente consiste nas empresas que se utilizam de softwares de CAD/CAE/CAM para gerar protótipos virtuais e, a partir dos dados obtidos desses protótipos, que são gerenciados por ferramentas PLM, desenvolverem diversas iterações para ajustar tanto a qualidade dos seus produtos quanto os setups das máquinas utilizadas na produção.
Algumas das principais tecnologias que habilitam indústrias como 4.0 já são bastante utilizadas por empresas que podem até ser consideradas “tradicionais”, por exemplo:
- Tecnologias CAD/CAE/CAM;
- Softwares SCADA (Softwares de monitoramento de processos industriais a distância);
- Manufatura aditiva e impressão 3D;
- Computação na nuvem;
- Plataformas colaborativas (Trello, Asana...)
- Tecnologias PDM/PLM
Para além da tecnologia
Existem inúmeras empresas que se utilizam dessas tecnologias, mas que não são consideradas negócios 4.0, e isso ocorre por conta de dois fatores-chave: falta de metodologia e pessoas não-habilitadas.
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A falta de uma metodologia clara e consolidada nos processos da empresa pode gerar a carência de obtenção de dados importantes e/ou a ausência de tratamento e análise dos dados adquiridos. Além disso, quando uma metodologia eficiente não é trabalhada, pode-se criar uma falsa confiança na aplicação de ferramentas e tecnologias sem a preparação correta e a maturidade necessária para a adoção destas soluções, com isso há o investimento massivo em recursos materiais que não gerarão os resultados esperados.
É semelhante àquela clássica situação de gestão onde os profissionais adotam diversas planilhas para controle de indicadores, nas quais são aplicados o tempo de trabalho e a atenção de inúmeros colaboradores, mas que os dados gerados não são analisados pela direção. Ou seja, temos muito trabalho braçal, muitas ferramentas, mas uso pouco, ou nada, inteligente dos recursos.
O outro fator totalmente relacionado à metodologia é a não habilitação das pessoas. Os colaboradores, desde os profissionais do chão de fábrica até os diretores, exercem papéis cruciais na transformação digital de uma empresa. Sem o devido engajamento, processos podem se tornar extremamente burocráticos e ineficientes, assim como há a possibilidade de investimentos em recursos materiais e tecnologia não serem revertidos em ganhos reais.
É necessário engajar e capacitar os colaboradores em todas as fases da transformação digital, desde o planejamento até a aplicação dos recursos de fato. Assim, apesar do que se pensa em relação à transformação digital, as pessoas se tornam ainda mais relevantes nesta nova fase dos negócios. Será cada vez mais necessária a garantia de aquisição dos dados relevantes, o funcionamento dos sistemas que possibilitam estas aquisições e o pensamento analítico para a interpretação dos dados, bem como para a elaboração e adoção de estratégias de trabalho com base nestas análises.
Nova realidade
Fica cada vez mais claro que não haverá redução dos postos de trabalho, e sim maior qualificação deles. Assim como a descoberta e o uso da eletricidade extinguiu a função de acendedor de lamparinas de iluminação pública, criando inúmeras outras profissões relacionadas à transmissão de energia, manutenção e operação de máquinas elétricas, outras profissões e funções serão criadas a partir desta nova revolução tecnológica.
Portanto, ser uma empresa, um setor ou um profissional 4.0 é lidar com a infinidade de dados disponíveis para executar o trabalho da forma mais inteligente possível, e usar essa inteligência para se tornar mais competitivo no mercado.
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