No campo da Inteligência Artificial um tema que tem tirado o sono de muita gente é a questão dos empregos e qual o futuro da empregabilidade das atividades tradicionais no mercado de trabalho. Esse é um tema que iremos cobrir neste e em outros artigos, tentando abordar oportunidades em diferentes áreas de atuação e diversas indústrias.
Como comentamos no artigo anterior, teremos nos próximos anos uma revolução no mercado de trabalho, com novas funções e habilidades sendo necessárias e atividades totalmente substituídas por IA. Alguns temem que, à medida que a IA evolua, ela tome o lugar dos trabalhadores, criando um conjunto cada vez maior de seres humanos desempregados que não podem competir com as máquinas. Por outro lado, existem alguns especialistas que acreditam que esta é uma ideia infundada e que a realidade será outra: a IA será um propulsor de novos empregos.
Muita gente enxerga nestas mudanças algo catastrófico ou ruim, vendo uma perda maciça de empregos. Em um primeiro olhar, a ideia é até plausível, mas na verdade, não é o que a história aponta. De acordo com um artigo de Byron Reese no SingularityHub, a tecnologia nos processos de produção progrediu nos últimos 150 anos de forma avassaladora. Nos EUA, por exemplo, país que mais adotou a tecnologia como propulsora da indústria, o desemprego ficou entre 5% e 10% praticamente durante todo este tempo - e nos últimos 7 anos, quando a introdução de IA nos meios de produção se tornou crescente, o nível de desemprego permaneceu abaixo de 5%.
Acredito que entender este processo (que é irreversível) é a maior vantagem que temos, no final será uma coisa muito mais positiva da qual podemos tirar muitos benefícios. Basta ter a atitude de querer navegar nesta mudança.
Hoje encontramos um volume gigantesco de informações na Internet - e mais alguns bilhões são colocadas e postadas todos os dias. Muita gente consome todo este conteúdo de forma pouco produtiva. E realmente, informação não é nada se não a transformamos em conhecimento. Hoje conseguimos fazer praticamente tudo, ou aprender qualquer coisa, usando somente a Internet. E de graça. Com todo esse conhecimento disponível, é possível evoluir junto com a tecnologia.
A IA pode e deve se tornar uma ferramenta para melhorar nossa atividade de trabalho. Por isso já estão chamando Inteligência Artificial de Inteligência Aumentada, uma vez que ela ajuda a incrementar nossa capacidade de trabalho - e nem precisamos nos tornar um cientista de dados, ou matemáticos.
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A tecnologia de IA irá impulsionar a democratização do uso de diversos tipos de serviços que hoje estão muito restritos e, em contrapartida, gerar milhões de empregos para quem disponibilizar estes serviços. Pense num exemplo como sistema de saúde: praticamente no mundo todo o serviço de saúde é precário porque não existem recursos e profissionais para atender a demanda. Com IA, os profissionais poderão atender a demanda com maior qualidade e rapidez, oferecendo novos tipos de serviços. A evolução nesse ramo irá exigir novos profissionais, como médicos especialistas, enfermeiros, operadores de equipamentos médicos, sempre utilizando ferramentas de IA.
A mesma situação pode ser transposta para as empresas de manufatura e de transformação. Hoje falamos muito da Indústria 4.0, mas a automatização e robotização das linhas de montagem vem acontecendo desde os anos 70 e nem por isso vimos uma onda de desemprego gigante, mas sim uma reeducação e adaptação desta mão-de-obra.
Com IA entrando agora nas indústrias, devemos esperar a mesma coisa. Os colaboradores deverão se aperfeiçoar e adquirir novos conhecimentos para poder integrar esta nova força de trabalho.
Muitas empresas na Ásia e Europa já estão se adaptando para esta realidade e absorvendo milhões de empregos de países menos automatizados, como os da América Latina. Fechar os olhos para esta mudança, culpando a modernização pela perda dos empregos, não ajuda em nada o nosso país. O que precisamos é justamente ir a favor delas.
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