Estamos iniciando esta coluna aqui na CIMM sobre o tema de Inteligência Artificial, ou simplesmente IA, e traremos sempre informações bastante relevantes nesta tecnologia que tem se tornado muito constante no nosso dia-a-dia, mas que não é tão nova assim. Abordaremos aspectos de IA nas indústrias, nos meios de produção, no nosso trabalho, impactos na nossa vida, e também oportunidades.
Começando pelo começo. A Inteligência Artificial é um ramo da Ciência da Computação que se iniciou nos anos 50, e utilizava uma abordagem tradicional de programação buscando replicar o comportamento do cérebro humano. Em paralelo, foram sendo desenvolvidas novas técnicas cujos resultados obtidos na época eram questionáveis, quando comparados a métodos tradicionais de computação e programação.
Mas o que mudou tanto neste últimos anos, 7 anos para ser mais preciso, para que a adoção de IA se tornasse uma unanimidade ? Foi a confluência de 3 fatores: uma quantidade de dados não-estruturados disponíveis de forma massiva na Internet (Dados) e obtida de bilhões de sensores pelo mundo, novas técnicas e algoritmos de IA (Software), e a disponibilidade e o uso de processadores com capacidade altíssima de cálculos paralelos, como as GPUs (Hardware).
Do lado do Software, novas técnicas foram sendo desenvolvidas como parte da IA. Por exemplo, Machine Learning (iremos sempre utilizar alguns termos já consagrados em inglês), ou Aprendizado de Máquina, que é uma técnica desenvolvida há mais de 30 anos, que tem um grande objetivo – descobrir informação relevante dentro de uma massa muito grande de dados. Por dados, podemos considerar números, palavras, imagens, sons, ou qualquer tipo de informação que possa ser investigada. Mais recentemente, um campo da Machine Learning realmente deu uma guinada na adoção da IA em diversas áreas da nossa vida: o Deep Learning.
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Deep Learning é uma especialização de Machine Learning que utiliza técnicas de Redes Neurais com diferentes níveis de processamento, tentando modelar comportamentos de atividades do nosso sistema nervoso, e que permite que “treinemos” esta Rede Neural para alguma atividade específica. Para este treinamento, utilizamos somente dados, muitos dados, sem a necessidade de criarmos um novo algoritmo para realizar aquela atividade. Isto mesmo ! Sem programação. O que fazemos é apresentar uma quantidade muito grande de dados para a rede neural, “ensinando-a” o que deve ser analisado. Por exemplo, ensinar uma rede neural a identificar uma maçã de qualidade duvidosa no meio de milhares de outras maçãs. Após uma atividade de treinamento muito extensa, com milhares de imagens de diferentes tipos de maçã, a rede neural consegue identificar maçãs de baixa qualidade com um índice de acertos muito alto, e nos alertar para separá-las. Iremos abordar o tema Redes Neurais novamente num próximo artigo.
O mais importante é saber que IA não é um modismo, mas uma tecnologia em amadurecimento que veio para ficar. Já utilizamos IA todos os dias, centenas de vezes, seja numa rede social, acessando um banco, armazenando uma foto, escolhendo um filme num serviço de streaming. Algumas técnicas tradicionais de computação e programação já estão sendo abandonadas, como na visão computacional, por exemplo, em detrimento de IA.
O impacto em nossas vidas é imenso. Não somente nos recursos e funcionalidades que diferentes serviços nos oferecem, mas diretamente no nosso comportamento, em nosso trabalho. Durante os próximos 5 a 10 anos iremos assistir um revolução no mercado de trabalho, com novas habilidades sendo necessárias, e outras atividades que serão totalmente substituídas por IA. Cientistas de Dados são hoje uma das profissões mais requisitadas em diferente áreas, enquanto que analistas de risco e de crédito devem desaparecer muito em breve dos bancos e seguradoras.
Todo o mercado produtivo será e já está sendo impactado por IA: Mercado Financeiro, Agricultura, Transportes, Entretenimento. Algumas áreas do conhecimento também já sentem uma mudança positiva muito grande, como a área da Saúde: ferramentas de análise de imagens, indústria farmacêutica na pesquisa de novos medicamentos, pesquisa de doenças e genômica.
Também teremos muitas oportunidades nas Indústrias de Manufatura e Produção de uma maneira geral, seja na concepção e design de novos produtos, no processo de fabricação, na automação, na inspeção e controle de qualidade, ou na manutenção e otimização de processos. Todas indústria irá seguir este caminho.
Iremos abordar todos estes aspectos com mais detalhes em próximos artigos. Até lá !
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