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Estudo aponta medidas para desenvolver indústria 4.0 no Brasil nos próximos 5 anos

O caminho para o Brasil 4.0 precisa ser colaborativo e envolver educadores, governo e o setor privado.

Por: ti inside      04/12/2018 

Brasil 4.0: O Futuro Impulsionado pelos Dados das Indústrias Brasileiras, novo estudo feito pela Software.org, a Fundação da BSA|The Software Alliance, aponta medidas que o país deve tomar nos próximos cinco anos para incentivar o desenvolvimento da indústria 4.0 em seu território. Entre elas estão o investimento na confiança digital e na segurança, a formação da força de trabalho, a difusão do uso da nuvem e o fortalecimento da infraestrutura de TI.

O report é o primeiro da Software.org para a América Latina e foi feita no âmbito da Aliança Brasil 4.0. O compromisso público foi lançado pela ICC Brasil em março deste ano e tem a BSA como signatária.

O monitoramento e a análise de dados fazem com que a indústria 4.0 possa oferecer um portfólio de produtos e serviços inovadores feitos por meio de processos mais eficientes.  "Atualmente, a conectividade e a digitalização estimulam um novo tipo de indústria baseada no fluxo contínuo de dados e em impactos tangíveis", comenta o diretor executivo da Software.org, Chris Hopfensperger. "Processos que antes eram considerados complexos, agora são simples, já que cada passo no processo da cadeia de montagem e fornecimento está conectado e fornece informações ao outro", completa.

Para o diretor executivo do ICC, Gabriel Patrus, a iniciativa é importante porque vai ajudar a nortear ações e decisões da Aliança Brasil 4.0. "A nossa missão é promover ações para difusão da utilização de tecnologias, processos e aplicações da manufatura avançada em todos os níveis das cadeias produtivas. Compartilhamento de conhecimento é uma importante frente para agregar valor às empresas que hoje buscam parceiros nessa jornada", conta ele.

O estudo indica que, a partir de esforços para digitalização, 41% das empresas brasileiras podem esperar receita adicional, 32% podem prever custos mais baixos e 41% têm expectativa de ganhos em eficiência nos próximos cinco anos. A expectativa vale também para negócios menores: 36 a 38% das pequenas e médias empresas brasileiras esperam que as tecnologias da Indústria 4.0 melhorem a qualidade dos seus produtos e serviços. "Sendo o Brasil a maior economia da América Latina e o sétimo PIB mundial, os empresários locais começam a visualizar o potencial da Indústria 4.0 e a tomar medidas rumo a ela em busca de aumento de produtividade", conta o country manager da BSA no Brasil, Antonio Eduardo Mendes da Silva, o Pitanga.


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Nos últimos anos, políticas públicas garantiram um bem-estar econômico de curto e médio prazo no ambiente de negócios do Brasil. Tomadores de decisão de empresas brasileiras e PMEs estão aproveitando elementos dessa economia ampla e diversificada para promover a digitalização em vários setores. "O ponto forte dos tomadores de decisão brasileiros é na sua capacidade de olhar para o futuro, ao mesmo tempo em que enfrentam os desafios do presente. Dados e pesquisas mostram que os executivos brasileiros estão prontos para a digitalização, mas precisam resolver desafios organizacionais, econômicos e culturais antes de avançar", diz Hopfensperger.

De acordo com o estudo Brasil 4.0: O Futuro Impulsionado pelos Dados das Indústrias Brasileiras, os principais caminhos para superar os desafios que atrasam o desenvolvimento da Indústria 4.0 são:

Difusão da nuvem

Um desses desafios é o alto custo para digitalização, que pode ser solucionado por meio da computação em nuvem. Abraçar a nuvem como um componente de negócios integral permite a mudança para a digitalização em qualquer setor. A redução de custos a longo prazo, conveniência, flexibilidade, segurança e disponibilidade da nuvem tornam a tecnologia relevante para todos os modelos de negócios. "Adotar a tecnologia ao invés de uma infraestrutura local de TI leva a custos mais baixos e retornos mais altos, graças à possibilidade de criar novos modelos de negócios e de oferecer serviços aprimorados", explica Hopfensperger.

Investimento na confiança digital e na segurança cibernética

Outro entrave apontado pelo report são as ameaças cibernéticas. Proteger a infraestrutura crítica e industrial é essencial para que a Indústria 4.0 prospere. Avanços na segurança cibernética, inclusive no gerenciamento de identidades e acesso e criptografia, são passos em direção a sistemas seguros e confiáveis.  Os setores que empregam sistemas de controle industrial – como manufatura, comunicações e energia – são altamente ligados em rede e conectados, tornando-os especialmente vulneráveis a incidentes cibernéticos. Para desenvolver a confiabilidade da Indústria 4.0, devem ser colocadas em vigor soluções que mantenham a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade da tecnologia. "Isso requer parcerias entre o governo e a indústria e ambos devem explorar soluções em conjunto, com diálogo aberto", comenta

Formação de mão de obra qualificada

A falta de força de trabalho qualificada também atrasa a evolução da Indústria 4.0 no país.  Os trabalhadores precisam ser treinados de maneira contínua com as habilidades digitais que lhes permitirão criar, projetar, desenvolver, liderar, gerenciar e operar tecnologias básicas, como dados e análises, sistemas baseados em inteligência artificial, serviços em nuvem, realidade aumentada e muito mais. O aperfeiçoamento e a requalificação exigem um esforço conjunto entre o governo, a indústria e educadores para abordar e resolver os problemas enfrentados pela força de trabalho atual.

Desburocratização

A burocracia governamental é outro fator que atrasa o avanço da tecnologia. "É necessário um esforço conjunto entre a academia e as empresas para demonstrar a importância da 4.0 dentro do governo, pressionando o estado a adotá-la, promovendo tecnologias correlatas, sem criar obrigações burocráticas e regulamentares onerosas", explica o executivo.

Reforço na infraestrutura de telecomunicações

A infraestrutura de telecomunicações do país precisa melhorar para que a Indústria 4.0 possa crescer. Para isso, todas as partes interessadas, inclusive o governo, devem se envolver na criação de políticas que promovam melhorias na área, entre elas o acesso extensivo e acessível à banda larg

Nos principais setores econômicos do Brasil, já estamos vendo maneiras de como a digitalização ajuda a aprimorar os processos existentes:

Petróleo e gás

O uso de soluções digitais no setor ajuda as empresas a reduzir custos e aumentar a produção, mudando suas abordagens em relação a pontos estratégicos do negócio como novas fontes de energia, crescimento populacional, urbanização e regulamentações sobre carbono. As tecnologias da Indústria 4.0 poderiam gerar entre US$ 1,6 bilhão e US$ 2,5 trilhões em receitas na área até 2025.  As empresas estão trabalhando em soluções de software que utilizam ferramentas como simulação e realidade aumentada, e envolvem instrumentação, controle de processos e equipamentos elétricos. "Tais soluções permitem que os engenheiros se vejam como avatares dentro de uma plataforma de petróleo e tomem decisões em tempo real com todas as informações necessárias", conta Hopfensperger.

Mineração

As empresas de mineração que adotaram a Indústria 4.0 agora enfrentam desafios antes insolúveis.  Com o uso de robótica e automação com equipamentos de controle remoto e perfuração autônoma, a mineração fica mais segura e eficaz.

Agricultura 

Para ajudar a eliminar as questões de escassez de alimentos e de fome, o setor agrícola pode recorrer às tecnologias da Indústria 4.0. Elas aperfeiçoam, agilizam e maximizam a produção de alimentos. Por exemplo, é possível coletar dados sobre a produção com sensores de colheita ou usar imagens de satélite para coletar informações para análise preditiva, uma técnica que resultou em safras maiores e de qualidade superior.

O caminho para o Brasil 4.0 precisa ser colaborativo e envolver educadores, governo e o setor privado. "Todos os desafios que o estudo apontou têm soluções, mas deve haver um diálogo aberto entre as partes interessadas e um esforço conjunto para educar sobre a importância desta nova maneira de fazer negócios para que as coisas aconteçam", conclui Hopfensperger. "Além disso, planejamento estratégico de longo prazo deve ser incentivado para uma mudança bem-sucedida em direção à Indústria 4.0", completa.

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