Quando os engenheiros da Nasa testaram simulações da nave espacial Apollo usando os primeiros modelos digitais na década de 1960, já estava sendo traçado o caminho dos gêmeos digitais, que evoluiu ao longo das décadas. O conceito de gêmeo digital consiste em replicar virtualmente um ambiente físico, processo ou sistema, permitindo simulações e análises em tempo real. Muito utilizado na indústria de segurança e tecnologia na China, é como ter um clone digital que imita o comportamento e as características do objeto real, permitindo que você visualize, simule e interaja com ele em um ambiente virtual. Da década de 1960 para cá, o número de empresas interessadas na tecnologia e como adotá-la é cada vez maior.
A indústria de gêmeos digitais deve chegar a US$ 64,76 bilhões até 2030, exibindo uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 33,30% durante a previsão, compreendendo o período 2024-2030, segundo o Market Search Future. O aumento na adoção da tecnologia de impressão 3D nas indústrias e a crescente adoção de soluções IoT em vários setores são os principais impulsionadores que contribuem para o crescimento do mercado.
A escolha de uma plataforma de desenvolvimento adequada para criar e gerenciar o gêmeo digital, como plataformas de IoT, simulação ou realidade virtual, vem a seguir, pois o modelo deve ser idêntico ao original. Os sistemas devem ser capazes de realizar a integração de dados, com a conexão dos dados coletados dos sensores e de outras fontes ao modelo 3D, criando um modelo virtual interativo.
Já a IA desempenha um papel crucial na análise dos dados coletados pelos sensores. Algoritmos de machine learning são utilizados para identificar padrões, detectar anomalias e tomar decisões automatizadas. Por exemplo, a IA pode ser usada para reconhecer faces, detectar objetos abandonados ou identificar comportamentos suspeitos.
Aplicações para segurança
Uma das aplicações muito utilizadas na China é o gêmeo digital em sistemas de videomonitoramento. Ele permite testar diferentes cenários de segurança e verificar como o sistema de monitoramento reagiria em situações como invasões, incêndios ou movimentações suspeitas. Isso ajuda na calibragem e no ajuste do sistema antes mesmo de enfrentar uma situação real.
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Dessa forma, o sistema de videomonitoramento pode ser acompanhado em tempo real para identificar potenciais falhas ou problemas de funcionamento. Com a ajuda de inteligência artificial e machine learning, o gêmeo digital pode prever quando as câmeras ou outros dispositivos precisarão de manutenção, melhorando a eficiência e reduzindo custos com reparos inesperados.
Em situações de emergência, como incêndios ou intrusões, o gêmeo digital pode ser usado para fornecer uma visão em tempo real de como os eventos estão se desenrolando e como os sistemas de segurança estão respondendo. Além disso, ele pode auxiliar na coordenação da resposta a emergências, ajudando os operadores a tomar decisões assertivas, como direcionar recursos de segurança (equipes, câmeras ou alarmes) para áreas críticas.
Esta tecnologia promete revolucionar o videomonitoramento, oferecendo não só maior precisão e segurança, mas também uma visão mais inteligente e integrada do ambiente físico. As aplicações vão além da segurança eletrônica, abrangendo também a indústria, saúde, aviação, cidades inteligentes e outras. Ou seja, qualquer setor que necessite de análise em tempo real vai se beneficiar dos gêmeos digitais.
*Imagem de capa: Depositphotos.com
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