De acordo com a pesquisa TIC Domicílios, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 86% dos habitantes de áreas urbanas são usuários de internet em 2024 no Brasil, o que representa cerca de 141 milhões de pessoas. 

O número é 60 pontos percentuais maior do que o registrado quando a pesquisa teve início, em 2005. Porém, o avanço do uso da internet não foi acompanhado, necessariamente, por um amadurecimento digital da população. 

Segundo a mesma pesquisa, as habilidades digitais dos cidadãos são diretamente conectadas ao nível de escolaridade. Entre a população com ensino superior, por exemplo, 80% dos participantes do estudo disseram buscar saber da veracidade das informações encontradas na internet. Já entre os com ensino fundamental, esse número cai para 31%.

Quando falamos das configurações de segurança para limitar o compartilhamento de dados, a ação é realizada por 58% das pessoas com ensino superior e 18% das com ensino fundamental.

Dos respondentes que afirmaram não ter nenhuma habilidade digital, 51% tinham ensino fundamental e 8% superior. De acordo com Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, “apesar dos avanços em direção à universalização do acesso à Internet no Brasil, os dados da TIC Domicílios também mostram que a qualidade desse acesso ainda é desigual, o que tem impacto sobre o aproveitamento das oportunidades online por diferentes parcelas da população”.

Em artigo publicado na Forbes Brasil, Marcelo Ciasca, CEO da Stefanini Brasil, complementa que “a alfabetização digital vai muito além da capacidade de usar dispositivos eletrônicos, envolve a compreensão e a aplicação das ferramentas digitais de forma estratégica, crítica e inovadora”.

Alfabetização digital nas indústrias

O empresário defende que, para garantir um melhor uso da tecnologia, as empresas precisam investir na alfabetização digital de seus colaboradores. Assim, além de operarem a tecnologia, estes poderão utilizá-la de forma crítica, como ferramenta para resolver problemas complexos. 

A vivência no mundo digital exige novos conhecimentos, como pensamento crítico, poder de pesquisar a veracidade de informações, entendimento da melhor forma de utilizar determinado serviço, entendimento da forma como a internet funciona, entre outras. 

Com o crescente uso de Inteligência Artificial Generativa, por exemplo, é importante que se expanda também o conhecimento de criação de prompts, identificação de conteúdo gerado por IA e validação de informações.

De acordo com um relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, cerca de 85 milhões de empregos podem ser alterados até 2025 por conta da automação. Além disso, 97 milhões de novas funções surgirão nos próximos anos. 

Quem se beneficia deste cenário é quem conhece a linguagem digital a ponto de conseguir se adaptar e dominar as novidades que vão chegando. 

*Imagem de capa: Depositphotos.com