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Indústria de manufatura está na vanguarda da transformação digital, aponta pesquisa

Relatório da KPMG revela que o setor apresenta os mais altos níveis de maturidade digital em diversas categorias tecnológicas em comparação com outros setores

Por: Caroline Passos/ Especial CIMM & Ind40      Exclusiva 06/03/2025 

O setor de manufatura industrial se destaca na transformação digital, conforme aponta o relatório global de tecnologia da KPMG, divulgado em fevereiro. A pesquisa, realizada com 2.450 executivos de tecnologia de 26 países, incluindo 368 líderes da manufatura, indica que 76% das empresas do setor estão dispostas a adotar novas tecnologias, superando outros segmentos.

O estudo também demonstra que 34% das organizações já alcançaram retorno sobre investimento (ROI) em diversos casos de uso de inteligência artificial (IA). Porém, revela desafios persistentes em áreas como cadeia de suprimentos, compras e finanças, o que limita o aproveitamento das soluções digitais. De acordo com a KPMG, pelo segundo ano consecutivo o setor de manufatura industrial está na frente em relação ao ritmo da transformação digital.

“O relatório mostrou que as empresas de produção industrial estão na linha de frente dessa transformação, mostrando os mais altos níveis de maturidade digital em várias categorias em comparação com outros setores. Este relatório serve como um recurso crítico para o entendimento do estado atual da adoção digital no setor e das medidas estratégicas necessárias para um contínuo avanço. Dessa forma, o segmento poderá explorar o potencial da inteligência artificial, principalmente, na tomada de decisão”, explica a sócia-líder do setor de mercados industriais da KPMG no Brasil, Flávia Spadafora, em comunidade à imprensa.

O relatório mostra ainda as ferramentas tecnológicas utilizadas conforme o nível de maturidade:

  • Tecnologias XaaS (incluindo nuvem pública ou multi-cloud): 39% das empresas industriais atingiram esse nível, acima dos 35% da média geral.
  • Cibersegurança: 38% das empresas do setor de manufatura industrial estão no estágio proativo, contra 30% da média geral.
  • Inteligência artificial e automação (incluindo IA generativa): 37% das empresas industriais se encontram no nível mais avançado, superando os 31% da média geral.
  • Dados e analytics: 35% das organizações industriais estão nesse estágio, comparado a 28% da média dos outros setores.
  • Entrega moderna (incluindo low-code/no-code): 31% das empresas do setor estão no estágio proativo, superando os 26% da média geral.
  • Edge computing: 30% das organizações industriais atingiram essa maturidade, em comparação a 25% da média de outros setores.
  • Web3 (incluindo blockchain e tokenização): 28% das empresas industriais estão no nível proativo, acima dos 25% da média.
  • Computação quântica: 26% das organizações industriais alcançaram esse estágio, contra 22% da média geral.
  • Computação espacial e realidade estendida (VR/AR/XR, incluindo o metaverso): 26% das empresas industriais estão nesse estágio, acima dos 24% da média geral.

Principais tendências e desafios

As empresas de manufatura industrial devem adotar uma abordagem estruturada para investimentos em tecnologia, evitando aderir a tendências sem uma análise criteriosa do valor agregado. A tomada de decisões orientadas por dados tende a crescer, impulsionada pelo uso de análises preditivas, permitindo maior previsibilidade e controle sobre as operações. No entanto, apesar dos avanços na gestão de dados, ainda há desafios a serem superados em termos de segurança e governança, com a necessidade de aprimoramento contínuo para garantir proteção e conformidade regulatória


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No setor manufatureiro, inteligência artificial tem sido utilizada para otimizar processos, embora a integração dos sistemas ainda represente um obstáculo. Paralelamente, a capacitação da força de trabalho em habilidades digitais torna-se cada vez mais essencial, com 80% dos líderes do setor reconhecendo a necessidade de treinamentos contínuos para acompanhar as transformações tecnológicas.

“Para entender a inteligência artificial, é importante trabalhar a cultura da inovação nas empresas. O alcance da maturidade pode levar um tempo, pois será necessário investir em capacitação tecnológica, aprendizado de máquina e transformação de dados. Para otimizar o uso das novas tecnologias, as fabricantes industriais precisam combinar a melhor produção com o digital para ter destaque no mercado e obter uma nova vantagem competitiva”, conclui a sócia.

O relatório da KPGM conclui que, para impulsionar a transformação digital de forma eficaz, é essencial que o setor de manufatura cultive uma mentalidade proativa. Isso significa investir no desenvolvimento de capacidades de visualização e fluxos de trabalho que permitam que os insights derivados de dados cheguem às pessoas certas, no momento certo.

Segundo a consultoria, o setor precisa explorar novas oportunidades de inovação para garantir não apenas uma maior eficiência operacional, mas também um atendimento otimizado para atender às expectativas dos clientes quanto à agilidade e personalização.

 

*Imagem de capa: Depositphotos.com

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