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Davos 2025: Como a transformação digital e sustentável está redefinindo a cadeia de suprimentos

Manufatura do futuro exige colaboração, requalificação da força de trabalho e novos modelos produtivos; confira a avaliação do chefe do Centro de Manufatura Avançada e Cadeias de Suprimentos do Fórum Econômico Mundial

Por: Redação CIMM      17/02/2025 

A Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial (WEF) de 2025, realizada em Davos, destacou um momento de extrema importância para as cadeias de manufatura e suprimentos. De acordo com a publicação de Kiva Allgood, chefe do Centro de Manufatura Avançada e Cadeias de Suprimentos da instituição, durante o encontro, líderes globais e especialistas apontaram que a transformação em curso é comparável ao impacto que a internet teve há uma geração. E o consenso é de que sustentabilidade, digitalização e resiliência não são mais desafios isolados, mas forças complementares que impulsionam a competitividade industrial.

Tecnologia para aprimorar o trabalho humano

Um dos marcos mais significativos da conferência foi a ampliação da Global Lighthouse Network, que agora conta com 189 instalações de manufatura altamente digitalizadas, incluindo 25 focadas em sustentabilidade. Essas fábricas demonstram como a adoção de tecnologias como inteligência artificial, gêmeos digitais e análise avançada pode reformular processos produtivos. O impacto vai além do aumento de eficiência: há um novo modelo de excelência em que a tecnologia não substitui o trabalho humano, mas o aprimora.

Empresas que adotaram essa abordagem registraram aumento de produtividade de até 70%, redução de custos de energia em 40% e aceleração do tempo de lançamento de produtos em 40%. Além disso, o elemento humano segue sendo peça-chave para essa revolução. Para muitas lideranças, o sucesso da transformação digital exige a superação de barreiras geracionais e o aproveitamento da expertise combinada de talentos experientes e nativos digitais.

Práticas sustentáveis para ampliar o desempenho

A interseção entre sustentabilidade e desempenho econômico foi um dos temas mais discutidos. O consenso emergente é que práticas sustentáveis não apenas beneficiam o meio ambiente, mas também impulsionam a eficiência operacional e a competitividade. Empresas que otimizam o uso de recursos naturais reduzem custos e aumentam a resiliência de suas operações.


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O setor de veículos elétricos exemplifica essa convergência. Fabricantes líderes já não se referem apenas a EVs (veículos elétricos), mas a EIVs (veículos elétricos inteligentes), destacando a importância da digitalização na popularização desses modelos. No setor da construção civil, práticas de economia circular estão gerando empregos e promovendo uma redução expressiva nas emissões de carbono, reforçando a ideia de que a transformação verde pode ser um motor econômico robusto.

Reconfiguração das cadeias de suprimentos

As rupturas globais recentes impulsionaram mudanças profundas na estrutura das cadeias de suprimentos. Se antes a eficiência era a prioridade absoluta, agora as empresas buscam um equilíbrio entre custo, resiliência e sustentabilidade. Esse movimento exige novas estratégias, como o fortalecimento do planejamento de cenários e a diversificação de fornecedores.

Estudos apresentados em Davos indicaram que a reestruturação das cadeias de suprimentos levará tempo e exigirá investimentos significativos em infraestrutura, capacitação e inovação. O desafio é grande, mas necessário: empresas que se adaptarem rapidamente terão vantagem competitiva no novo cenário global.

Preparação da força de trabalho

Um dos maiores desafios para o avanço da manufatura digital e sustentável é a preparação da força de trabalho. Em Davos, ficou evidente a necessidade de tornar carreiras industriais mais atrativas para jovens talentos, ao mesmo tempo em que se investe na requalificação de trabalhadores experientes.

Países como Cingapura já demonstram modelos de sucesso ao integrar educação formal com treinamento específico para a indústria. Além disso, há uma crescente compreensão de que a inteligência artificial e a automação não devem substituir empregos, mas transformá-los. O desafio está em garantir que os trabalhadores estejam preparados para essa nova realidade e possam atuar lado a lado com tecnologias avançadas.

Futuro sustentável e digital

A transição para um modelo industrial mais sustentável e digital exige um nível sem precedentes de colaboração entre empresas, governos e organizações. Para economias emergentes, essa transformação representa uma oportunidade única de industrializar de maneira sustentável desde o início. A combinação de políticas públicas eficazes, investimentos estratégicos e inovação tecnológica pode garantir que essa revolução beneficie a sociedade como um todo.

Davos 2025 consolidou a certeza de que o futuro da manufatura será definido por quem conseguir integrar inteligência digital e responsabilidade ambiental. Aqueles que se anteciparem a essas mudanças estarão melhor posicionados no mercado. 

 

*Imagem de capa: Depositphotos.com

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