A automação industrial está passando por uma transformação sem precedentes, impulsionada pela Indústria 4.0 e pela integração de tecnologias inovadoras, como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), robótica colaborativa e manufatura aditiva.
Para se ter uma ideia, o mercado da Indústria 4.0 no Brasil movimentou US$ 1,77 bilhão em 2022, com um crescimento anual médio de 18,8% entre 2017 e 2022. As projeções indicam que esse valor pode chegar a US$ 5,62 bilhões até 2028, com um ritmo ainda mais acelerado de 21% ao ano entre 2023 e 2028.
Os dados são do estudo Monitor da Indústria 4.0, da International Market Analysis Research and Consulting (IMARC), analisado pelo Observatório Nacional da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Essa revolução representa uma oportunidade estratégica para a indústria nacional aumentar sua participação no PIB e fortalecer sua competitividade global. Considerando que, a interconexão de máquinas e sistemas digitais permite um gerenciamento mais eficiente da produção, reduzindo falhas e otimizando recursos.
Ainda segundo o estudo, entre 2017 e 2022, os setores que mais adotaram a automação 4.0 no mundo foram: Petróleo e gás (18,4%), Alimentos e bebidas (15,2%), Energia e serviços públicos (14,2%). No cenário global, a Europa lidera os investimentos em Indústria 4.0, representando 34,1% do mercado, seguida por Estados Unidos e Canadá, enquanto a América Latina ainda tem uma participação modesta, com apenas 7,2%.
Tecnologias que estão impulsionando a automação
A Indústria 4.0 está transformando a produção industrial com tecnologias que aumentam a eficiência e reduzem custos. Entre as principais inovações, destacam-se:
- Robótica colaborativa – Robôs trabalham lado a lado com humanos, melhorando a segurança, a precisão e a produtividade.
- Internet Industrial das Coisas (IIoT) – Equipamentos conectados coletam e analisam dados em tempo real, permitindo maior controle e previsibilidade.
- Inteligência Artificial (IA) – Algoritmos avançados ajudam a prever falhas, otimizar processos e aprimorar o controle de qualidade.
- Manufatura aditiva (impressão 3D) – Facilita a criação de peças complexas com menor desperdício de material e mais flexibilidade na produção.
- Big Data e análise preditiva – A análise de grandes volumes de dados permite prever padrões, reduzir falhas e aumentar a eficiência operacional.
Desafios para a adoção da automação
Apesar do avanço expressivo, a automação industrial no Brasil ainda enfrenta barreiras importantes, como:
- Infraestrutura digital limitada – A necessidade de redes robustas e conexões estáveis ainda é um desafio em algumas regiões.
- Falta de mão de obra qualificada – A transformação digital exige profissionais capacitados para operar e manter as novas tecnologias.
- Baixo investimento em P&D – O déficit de investimentos em pesquisa e desenvolvimento pode comprometer a competitividade da indústria nacional.
- Custo inicial elevado – Muitas empresas hesitam em adotar a automação devido ao alto custo inicial de implementação.
Critério para permanecer no mercado
Mais do que uma tendência, a automação industrial tornou-se uma necessidade para empresas que desejam se manter competitivas. No futuro, espera-se uma integração ainda maior entre humanos e máquinas, com a IA desempenhando um papel decisivo na tomada de decisões e na personalização da produção.
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Além disso, a automação possibilitará a criação de fábricas inteligentes, onde a produção será altamente eficiente, sustentável e conectada. Essas mudanças não só elevarão a produtividade, como também reduzirão os impactos ambientais e aumentarão a segurança dos trabalhadores.
Com um foco crescente em eficiência, segurança e sustentabilidade, a Indústria 4.0 está moldando o futuro da manufatura no Brasil e no mundo. Para acompanhar essa evolução, é fundamental que empresas, governos e instituições acadêmicas unam esforços para impulsionar a inovação e preparar a força de trabalho para essa nova era.
Pensando nisso, o Senai Paraná tem se destacado no apoio à digitalização e automação industrial. De acordo com o analista de negócios (TI) do Senai Paraná, Pedro Vicenzo Ceccato, entre os serviços oferecidos destaca-se o apoio direto às empresas, com acompanhamento de consultores capacitados em diversos segmentos industriais como, alimentos, automação, automobilística, metalúrgica e outros setores.
“Além da diversidade em áreas de atuação, o Senai oferece serviços de consultoria em diferentes escopos, como a parte de Lean Manufacturing, para otimizar os processos produtivos das empresas, e de Digitalização, para simulações industriais, instalação de dispositivos MES e aplicação da ferramenta SIRI, desenvolvida em Singapura, um dos principais polos industriais tecnológicos, que realiza um diagnóstico de maturidade digital da empresa”, conta.
Ainda segundo o profissional, outra solução de destaque é a residência técnica em simulação industrial, a qual está focada em auxiliar as empresas a buscar sua digitalização com o uso de softwares como o Flexsim e o PlantSimulation para otimizar sua produção, encontrar possíveis gargalos e aperfeiçoar seu layout.
“O serviço de residência técnica conta com bolsistas, que atuam presencialmente nas empresas e analisam os processos indicados pelo cliente, identificam oportunidades de melhorias e entregam uma visão detalhada e diferenciada da linha de produção. Esta abordagem é um incentivo para estudantes que buscam se aperfeiçoar na indústria. Além disso, é uma oportunidade de ótimo custo-benefício para as empresas contarem com apoio de mão de obra especializada”.
Tendências e inovações
Para o profissional, uma das ferramentas tecnológicas que trará maior impacto na indústria é o MES (Manufacturing Execution System). “O MES permite que a empresa colete dados em tempo real do desempenho de uma ou mais máquinas, com esses dados em mãos a empresa pode tirar informações da eficiência de produção, qualidade das peças produzidas, ocupação das máquinas e qualquer outro sinal que possa ser coletado da máquina. Além disso, existe a opção de integrar os dados de diferentes máquinas para elaborar análises complexas com a criação de dashboards em uma interface visual. O MES também conta com a funcionalidade de poder interagir com algumas máquinas à distância, como por exemplo, acompanhar a concentração de reatores e intervir à distância”, aponta.
Outra inovação em ascensão é a simulação industrial, que permite prever gargalos e otimizar fluxos de produção. “O futuro da indústria passa pela integração entre automação, simulação e ferramentas digitais. Empresas que investem nesse caminho tendem a ganhar em eficiência e competitividade”, finaliza Pedro.
*Imagem de capa: Depositphotos.com
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