Digitalização transforma cadeias de suprimentos e impulsiona futuro sustentável

No entanto, segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial, o impacto positivo da digitalização ainda não alcança cerca de dois terços da população dos países menos desenvolvidos

Por: Redação CIMM      09/09/2024 

A digitalização está revolucionando a maneira como as empresas integram os pilares da sustentabilidade – econômica, social e ambiental – em suas operações. Segundo um estudo do Fórum Econômico Mundial, tecnologias digitais, como inteligência artificial (IA), manufatura aditiva, blockchain, big data e Internet das Coisas (IoT), estão redesenhando as cadeias de suprimentos e contribuindo significativamente para um futuro mais sustentável.

Essas inovações permitem aumentar a transparência e integrar de maneira significativa aspectos econômicos, sociais e ambientais em toda a cadeia de suprimentos. Com isso, as empresas conseguem reduzir o estoque, o desperdício, a pegada ambiental, economizar tempo e cortar custos. 

No entanto, o impacto positivo da digitalização ainda não alcança cerca de dois terços da população dos países menos desenvolvidos (LDCs), que permanecem offline. De acordo com o estudo, a inclusão dessas populações excluídas é fundamental para evitar o paradigma de desenvolvimento do tipo "o vencedor leva tudo".

Resultados promissores

Em muitos países menos desenvolvidos, pequenas iniciativas de digitalização têm demonstrado resultados promissores. Por exemplo, a digitalização dos processos de comércio fronteiriço, como a transição para um comércio sem papel, se mostra uma estratégia eficiente para reduzir a pegada de carbono e aumentar a inclusão. A Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia e o Pacífico (ESCAP) estima que a digitalização completa de procedimentos regulatórios poderia reduzir entre 32 kg e 86 kg de CO2 equivalente por transação, economizando até 13 milhões de toneladas de CO2 na região da Ásia e do Pacífico.

Exemplos práticos desse impacto incluem o projeto de Janela Única Eletrônica em Vanuatu, que reduziu o tempo de emissão de certificados de biossegurança de seis dias para apenas 10 minutos, e o mesmo conceito aplicado em Timor-Leste, que cortou 90% das viagens físicas entre agências governamentais. Esses projetos não só facilitam o comércio, mas também reduzem significativamente as emissões de carbono.

Mais transparência e competitividade

A digitalização também promove a transparência, permitindo que consumidores e empresas rastreiem produtos ao longo de toda a cadeia de suprimentos. Iniciativas como o Projeto de Rastreabilidade da Etiópia, que utiliza sistemas de rastreabilidade digitalizados, e o uso de blockchain em Ruanda para rastrear a produção de café, têm mostrado como essas tecnologias podem beneficiar pequenos produtores e aumentar o acesso a mercados globais.


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No Nepal, a adoção de tecnologias digitais permitiu aos agricultores de chá ortodoxo obter certificações orgânicas e melhorar o valor de seus produtos no mercado internacional. Essas ações impulsionam não apenas a sustentabilidade ambiental, mas também a econômica, garantindo preços mais justos e novas oportunidades de exportação.

Potencial transformador

Apesar do potencial transformador, o estudo do Fórum Econômico Mundial destaca que a digitalização das cadeias de suprimentos precisa ser mais inclusiva. Os projetos mostraram que pequenos passos, quando conectados a iniciativas maiores, como o Acordo-Quadro sobre Facilitação do Comércio Transfronteiriço Sem Papel e o Comércio Digital para a África, podem resultar em mudanças significativas e ampliar os benefícios para um número maior de países.

 

*Imagem de capa: Depositphotos.com

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