Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Berkeley, liderada pelo aluno de doutorado Taylor Waddell, realizou um marco significativo ao enviar sua tecnologia de impressão 3D para o espaço. Em 8 de junho, durante a missão Virgin Galactic 07, a impressora de microgravidade SpaceCAL foi lançada a bordo do avião espacial VSS Unity. A missão, que contou com apoio financeiro do programa Flight Opportunities da NASA, teve como objetivo validar a prontidão da SpaceCAL para operações espaciais.
Durante os 140 segundos que a SpaceCAL esteve no espaço suborbital, ela imprimiu e pós-processou autonomamente quatro peças de teste, incluindo miniaturas de ônibus espaciais, utilizando um plástico líquido chamado PEGDA. Waddell comentou sobre o sucesso da missão, destacando que a impressora havia demonstrado bom desempenho em voos parabólicos anteriores, mas ainda precisava ser testada em condições reais de microgravidade.
O desenvolvimento da SpaceCAL é um avanço na tecnologia de manufatura aditiva, e a tecnologia de Litografia Axial Computada (CAL), inventada em 2017 por uma equipe liderada pelo professor associado de engenharia mecânica Hayden Taylor, utiliza luz para moldar objetos a partir de um líquido viscoso, permitindo uma maior gama de geometrias e aumentando a velocidade de impressão.
Velocidade e eficiência
Taylor Waddell foi atraído pela tecnologia CAL durante sua graduação na University of Wisconsin, Madison, e como Pathways Engineer na NASA. Ao descobrir a CAL, ele se mudou para Berkeley, onde se dedicou a explorar novas aplicações dessa tecnologia. O CAL se destaca pela velocidade e eficiência, sendo capaz de criar peças em apenas 20 segundos, uma característica extremamente importante para missões espaciais de longa duração.
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A capacidade de imprimir peças sob demanda pode reduzir a necessidade de levar peças de reposição em missões espaciais, economizando espaço e peso. A tecnologia CAL também demonstrou ser eficaz em condições de microgravidade, imprimindo peças que não seriam possíveis na Terra. Até agora, a CAL conseguiu imprimir com sucesso mais de 60 materiais diferentes, incluindo silicones, compostos de vidro e biomateriais.
Waddell destacou a versatilidade da CAL tanto para a manutenção da nave quanto para o bem-estar da tripulação. A impressora pode produzir anéis de vedação, montagens mecânicas, ferramentas e até mesmo substituições dentárias e enxertos de pele, o que é fundamental para a saúde dos astronautas em missões prolongadas. O objetivo a longo prazo é utilizar a tecnologia CAL para bioimpressão, inclusive órgãos humanos, com projetos futuros já financiados pela NASA para testes na Estação Espacial Internacional.
Taylor Waddell e sua equipe agora esperam continuar sua colaboração com a NASA, desenvolvendo novas aplicações para a tecnologia CAL que possam melhorar tanto a exploração espacial quanto a vida na Terra.
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