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Unicamp, Fapesp e Ericsson inauguram novo centro de pesquisa em engenharia em redes e serviços inteligentes

Os investimentos financeiros e não financeiros serão da ordem de R$ 56 milhões, distribuídos ao longo de dez anos.

Por: Inova Unicamp      08/12/2022 

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a empresa Ericsson inauguraram, nesta segunda-feira (05), o Centro de Pesquisa em Engenharia em Redes e Serviços Inteligentes para 2030 (Smartiness). O objetivo do novo centro de excelência é explorar soluções inovadoras em telecomunicações que auxiliem na projeção e construção de infraestruturas de computação em nuvem e redes cognitivas orientadas por aprendizado de máquina e inteligência artificial, para o desenvolvimento da próxima geração de serviços de conectividade 5G e 6G.

“O nosso desafio é olhar para o futuro e pensar quais são os serviços e as aplicações que vão demandar um conjunto de novas tecnologias nos próximos dez anos. São aplicações de que se fala, hoje, com a chegada do 5G, mas que a quinta geração de Internet não vai atender completamente”, diz Christian Esteve Rothenberg, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp e pesquisador responsável pelo Smartness.

O Centro Smartness (abreviação do inglês: Smart Networks and Services, Redes e Serviços Inteligentes) está sediado no campus da Unicamp, em Campinas, e contará com a participação de professores e pesquisadores da FEEC-Unicamp e do Instituto de Computação (IC) da Unicamp.

A master researcher da Ericsson, Maria Valéria Marquezini, será a vice-diretora do centro de pesquisas. No total, mais de 50 especialistas em engenharia elétrica, computação, telecomunicações ou áreas correlatas participarão de pesquisas que vão explorar a programabilidade, elasticidade, escalabilidade e automação esperadas das redes e dos serviços inteligentes da próxima geração.


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Além da Unicamp e da Ericsson, o hub conta com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual do Ceará (Uece) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), além de pesquisadores das federais de São Carlos (UFSCar), do ABC (UFABC), do Amazonas (Ufam), do Espírito Santo (Ufes), de Goiás (UFG), do Pará (Ufpa), do Rio Grande do Norte (UFRN), de Campina Grande (UFCG), de Uberlândia (UFU), da Bahia (Ufba), de Minas Gerais (UFMG), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Pampa (Unipampa).Polo de pesquisa 6G

O Smartness faz parte do Programa Fapesp Centros de Pesquisa em Engenharia, que associa a criação de núcleos de pesquisa em parceria de universidades com empresas para fomentar a inovação tecnológica. O convênio anunciado no primeiro semestre teve negociações intermediadas com apoio da Agência de Inovação Inova Unicamp, que também dará apoio em atividades de estímulo à inovação, ao empreendedorismo e à gestão da propriedade intelectual.

“O Centro Smartness é uma iniciativa inédita no Brasil e na América Latina. Um polo de pesquisa de última geração na área de telecomunicações e redes de computadores, com foco no desenvolvimento de serviços avançados de conectividade móvel sob diferentes perspectivas da indústria, academia e sociedade, fortalecendo o protagonismo do Brasil e ampliando seu poder de competitividade”, explica Mateus Santos, head de pesquisa da Ericsson no Brasil.

A iniciativa cria um ambiente desafiador intelectualmente e favorável para pesquisas em ciência e tecnologia, voltadas para a inovação e o desenvolvimento das redes 5G, em implantação no Brasil, e a preparação para o 6G. A missão do Smartness será produzir pesquisas na fronteira do conhecimento, para o desenvolvimento de tecnologias, com potencial para criar impacto e inovação tecnológica.

O Smartness irá desenvolver tecnologias de processamento de tráfego para acelerar a comunicação de forma distribuída elevando a interconexão de objetos cotidianos e permitindo usos da internet que não seriam possíveis com a infraestrutura atual. Avanços que serão aproveitados, por exemplo, na utilização de braços robóticos para aplicações industriais e de saúde e em sensores, carros e salas educacionais e de treinamento com óculos na realidade aumentada.

Financiamento de longo prazo

Diante da complexidade dos problemas abordados, o Smartness terá financiamento de longo prazo com autonomia no uso dos recursos. Os investimentos financeiros e não financeiros serão da ordem de R$ 56 milhões, distribuídos ao longo de dez anos. A Fapesp aportará um total de R$ 14 milhões ao novo centro, mesmo valor reservado em investimento pela cofinanciadora Ericsson. A empresa sueca implementará a infraestrutura tecnológica para os novos trabalhos de pesquisa. Outra parcela, de R$ 28 milhões, virá da Unicamp, como contrapartida econômica, na forma de salários de pesquisadores e de pessoal de apoio, infraestrutura e instalações.

Os resultados gerados produzirão publicações de impacto internacional e poderão ser usados pela Ericsson em seus produtos ou serviços, para firmar parcerias com outras empresas ou ainda fomentar o empreendedorismo e a inovação de base tecnológica no país, com a formação de pequenas empresas e spin-offs acadêmicas. Em paralelo, o centro também ajudará a formar mão de obra altamente qualificada para os desafios futuros da internet.

“Temos uma grande oportunidade com o lançamento do Centro Smartness e esperamos captar talentos que se engajem com a visão do centro. Poucos programas oferecem financiamentos sustentáveis de tão longo prazo. Vemos o Centro também como uma forma de fixar esses profissionais no Brasil, diante de um mercado tão aquecido na área”, destaca Rothenberg.

O professor Renato Lopes, diretor-executivo associado da Inova Unicamp, lembra que o histórico de projetos de cooperação entre a Unicamp e a Ericsson vem de longa data, com impactos científicos, sociais e econômicos destacados.

“Nas últimas duas décadas, foram executados ao menos 25 projetos de pesquisa envolvendo a Unicamp e a Ericsson, projetos esses que resultaram na formação de dezenas de alunos de mestrado e doutorado e uma centena de publicações. Projetos que geraram novos conhecimentos, fomentaram a transferência de tecnologias e certamente contribuíram para a inovação em telecomunicações no país.”

A Unicamp já sedia outros quatro Centros de Pesquisa no mesmo modelo: o Centro de Inovação em Produção de Energia (Epic), que busca soluções inovadoras para otimizar a produção de energia com a eficiência de poços de petróleo; o Centro em Pesquisa em Engenharia Prof. Urbano Ernesto Stumpf, dedicado ao desenvolvimento de pesquisas em motores a biocombustível; o Centro de Inovação em Novas Energias (Cine), na divisão Armazenamento Avançado de Energia e Portadores Densos de Energia; e o Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC), cuja missão é gerar ativos biotecnológicos que aumentem a resistência de plantas à seca e ao calor.

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