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Fábrica Inteligente: 6 fatores essenciais para as indústrias seguirem como exemplo

A digitalização tem sido uma ferramenta de extrema importância na recuperação do setor.

Por: Vincenzo Salmeri      03/10/2022

Os últimos dois anos e meio têm sido desafiadores para diversos segmentos, e com a indústria não é diferente. Em todo o mundo, o setor teve que se adaptar com a desaceleração dos negócios, com a dificuldade de acesso à matéria-prima e com um mercado cada vez mais exigente em termos de modernização e sustentabilidade. Por isso, ter uma unidade produtiva considerada referência em digitalização e eficiência – o que se chama de fábrica inteligente (ou smart factory) – tornou-se um dos grandes objetivos das empresas atualmente.

No Brasil, o segmento industrial respondeu por 22,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se de uma parcela considerável da economia nacional, o que significa que o setor caminha para voltar ao ritmo dos anos anteriores e vem alcançando-o gradativamente. Ainda segundo o IBGE, a indústria brasileira gerou cerca de R$ 4 trilhões em receita líquida de vendas ao pagar um total de R$ 308,4 bilhões em salários e outras remunerações entre 2019 e 2020. 

Nesta crescente relevância, a tecnologia tem sido um fator chave. Desde a redução de custos – com energia elétrica e paradas para manutenção, por exemplo – até o ganho de eficiência na gestão de recursos naturais e entrega de produtos, a digitalização tem sido uma ferramenta de extrema importância na recuperação do setor. Para deixar mais claros os benefícios das soluções digitais, aqui estão seis fatores essenciais para uma fábrica fazer a transição para uma fábrica inteligente:

Industrial Internet of Things (IIoT)

Conectar diferentes setores e processos para qualquer negócio é o que a adoção de IIoT oferece para o segmento. Ao implementar essas soluções, as companhias podem obter uma análise de dados mais assertiva e em tempo real. Isso dá uma visão mais clara das estratégias e dos projetos, independentemente dos resultados.


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Sem IIoT, muitos processos podem se tornar mais lentos e burocráticos. Exemplos disso é a manutenção de equipamentos industriais. Máquinas com problemas imprevistos muitas vezes resultam em interrupções que podem contribuir para paradas, perda de lucro e sem falar na confiança dos clientes finais. Isso pode ser revertido com o suporte de tecnologia como IIoT, que detecta vulnerabilidades em tempo real e fornece às empresas industriais tempo para resolvê-las rapidamente.

Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia Operacional (OT)

A convergência de TI e OT é fundamental para a transição para fábricas inteligentes, pois desempenham um papel essencial em IIoT.

Para muitas organizações, a ideia de OT e TI existentes em dois mundos separados está se tornando cada vez mais obsoleta à medida que as empresas buscam soluções de automação e monitoramento remoto para continuar suas operações nos últimos tempos.

O surgimento e a crescente relevância de IIoT, juntamente com outros avanços na tecnologia são coisas que as companhias podem aproveitar para melhorar substancialmente seus negócios. As indústrias, por exemplo, estão adotando a IoT para reunir uma rede de máquinas, sensores, dispositivos inteligentes e sistemas do chão de fábrica para uma instalação de TI dedicada, removendo as paredes que existiam com OT.

Como sabemos, o industrial edge é um poder de computação confiável, seguro e poderoso que conecta perfeitamente OT e TI – e, pela minha observação, a maioria dos players de OT que adotaram o modelo já são muito experientes.

Além disso, a edge permite comunicação e interatividade perfeitas entre máquinas e dispositivos. A edge é capaz de alimentar e facilitar uma máquina inteligente e “bem lubrificada”, por assim dizer.

Universal automation

Assim como a Indústria 4.0, o conceito de automação universal ganhou força nos últimos anos. Com a automação, o hardware está sendo projetado e preparado para receber qualquer tipo de tecnologia. Atualmente, muitos ainda seguem o modelo “tradicional”, em que cada software precisa de uma infraestrutura própria e acaba demandando mais processos, tempo e mudanças.

A automação industrial facilita a migração para novas tecnologias e, com isso, reduz os investimentos iniciais. Isso permite que a modernização do setor seja mais viável para a maioria das empresas.

Cibersegurança

Embora a adoção da tecnologia seja fundamental para o avanço dos negócios, ela também abre espaço para problemas de segurança cibernética.

Com o aumento significativo na geração e processamento de dados – à medida que as máquinas estão cada vez mais conectadas – as medidas de segurança cibernética estão ganhando força. Essas medidas podem reduzir vulnerabilidades e erros de codificação para proteger o aplicativo, dispositivo e sistema, melhorando a confiabilidade do software e do firmware.

Cadeia de suprimentos

Como digitalização e sustentabilidade são temas complexos, mas necessários, a escolha de parceiros e fornecedores igualmente engajados é muito relevante. O compromisso com a cadeia de suprimentos apoia a jornada de modernização e incentiva a construção de um ecossistema corporativo baseado em Ambiental, Social e Governança (ESG).

Sustentabilidade

A adoção da tecnologia promove a sustentabilidade. Também ajuda as empresas a monitorar seu progresso e estabelecer métricas úteis. Isso possibilita não apenas que estratégias e planos se tornem mais assertivos, mas que investidores e consumidores possam acompanhar o andamento desse tema.

As métricas são extremamente importantes nas conversas com investidores. Elas mostram esforços e indicam comprometimento da indústria ou do negócio. Por isso, são peças-chave para ganhar competitividade.

Todos esses elementos permitem que as unidades industriais se tornem fábricas inteligentes. Isso as aproxima de se tornarem polos sustentáveis e produtivos – essencialmente seguirem como exemplo. Em um momento tão importante para a recuperação do setor, fatores como esses são essenciais para sua jornada rumo à digitalização.

 

Imagem de capa: Depositphotos

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Vincenzo Salmeri

Vice-presidente global de Commercial & Industrial (C&I) da Schneider Electric