O conceito de Environment, Social & Governance (ESG) não é mais uma novidade. Ao contrário, o tema vem sendo abordado pelo mercado empresarial há alguns anos e, hoje, são raras as empresas que não estejam se conscientizando, discutindo iniciativas e trabalhando em uma cultura interna sobre sua importância e prática real para a sociedade, pessoas e negócios.
Essas preocupações podem parecer mais evidentes nas empresas que hoje surgem de startups e que geralmente trazem no seu propósito esse DNA. O mundo das “New Techs”, fintechs, agrotechs e edtechs, por exemplo, já chegam ao mercado oferecendo visões destacadas também em relação a este tema.
Entretanto, não importa o tamanho ou a idade da empresa: começamos, finalmente, a ver a aplicação prática do ESG chegar à camada de negócios. A maturidade que começa a atingir o tema já ultrapassa estratégias tradicionais, e busca atuar na estruturação de novos processos e modelos de negócios.
Assim como as “New Techs”, o que vem permitindo novos modelos de negócio que aceleram a permeabilidade de práticas ESG no mundo é o cenário atual de transformação digital que estamos vivendo, “It’s technology”. Soluções de nuvem, Internet das coisas, inteligência de dados e confiabilidade nas aplicações e transações eletrônicas são alguns dos aceleradores de plataformas e soluções tecnológicas impulsionando negócios baseados em atributos “ESG”. API’s, Blockchain, nuvens públicas são exemplos de habilitadores.
Há bons exemplos no mercado atual. Um deles são as empresas que já atuam em jornadas de descarbonização, já promovem a curadoria e comercialização de créditos de carbono sobre uma plataforma de computação em nuvem, que utiliza Blockchain na rastreabilidade e integridade dos dados transacionados. A BlockC é uma das pioneiras nessa visão.
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Mercados de carbono hoje em dia são altamente dependentes de tecnologias digitais, assim como todo o mercado financeiro. O Brasil não vai conseguir implementar seu mercado de carbono próprio, que finalmente deve caminhar após mais de 13 anos de discussões, sem uma infraestrutura robusta para garantir e permitir transações seguras.
Em maio deste ano, o Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum) promoveu o “First Movers Coalition”- fórum de fabricantes mundiais que se comprometeram com o desenvolvimento de tecnologias inovadoras sustentáveis, desde fabricantes de aço até empresas de aviação, mas com forte participação de grandes grupos de tecnologia. A Microsoft, um dos líderes globais no uso de tecnologias para ESG, vai compartilhar suas lições de leilões de remoção de carbono, ilustrando o papel do setor Tech nesse cenário.
Estes sinais mostram o movimento do mercado em que negócios já nascem para resolver questões levantadas em ESG e, em sua grande maioria, dependem totalmente da tecnologia para se viabilizar. A chegada das redes 5G pode estabelecer um novo paradigma para soluções de incentivo à recuperação e conservação da natureza, por que não?
Práticas ESG potencializadas com o 5G
Não há dúvida de que estas redes trarão uma série de melhorias. O aumento de cobertura e características inovadoras das ondas de evolução de redes móveis, tal como o 5G, permitem prever uma aceleração das possibilidades envolvendo negócios em ESG. Um exemplo são os serviços de monitoramento em tempo quase real de áreas vulneráveis, permitindo prever desastres com o uso de geoprocessamento de imagens.
Outros exemplos contemplam a monetização e premiação de produtores rurais que conservem e recuperem áreas de proteção, extrapolando e facilitando mecanismos para obtenção de créditos de carbono. O fato é que a chegada das redes 5G deve potencializar ainda mais modelos de negócios focados em ESG por meio do uso de plataformas digitais que consigam garantir monitoramento em campo, que incentivem a conexão do ambiente com o resto do mundo.
A chamada 5ª Geração da conectividade móvel tem o potencial de ampliar soluções para áreas remotas a custo mais competitivo, à medida que mais dispositivos sejam colocados em uso. É a proliferação de sensores e conexões de internet das coisas. Outro benefício do 5G é já nascer no conceito de arquitetura totalmente em nuvem, o que é mais um fator de uma “tempestade perfeita” para o desenvolvimento de novas possibilidades de negócio, sem a necessidade de plataformas muito complexas no início, utilizando apenas componentes de cloud computing.
Não temos dúvidas de que a conexão de 5G com ESG vai multiplicar modelos de negócio e nos levar para um outro patamar de capacidade de reação e obtenção de informações. Há vários outros benefícios que ainda serão medidos, mas o potencial para novos modelos de negócio deve ser o mais impactante para o meio ambiente. Mais que uma tendência, é uma oportunidade e, felizmente, percebemos que é um caminho sem volta.
Imagem de capa: Depositphotos
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