Aindústria 4.0 tem como base a troca de informações e automação, por meio da utilização da internet das coisas e armazenamento em nuvem, por exemplo. Um dos seus principais objetivos é a otimização de processos por meio dessas tecnologias e poder ser aplicada em diversas áreas da indústria, inclusive na manutenção de máquinas — essencial para o funcionamento do processo produtivo.
“A manutenção 4.0 […] é o grande volume de dados de monitoração, possibilidade de utilização de realidade aumentada, entre outros, para dar subsídio à seleção de políticas de manutenção de sistemas de engenharia, visando a manter o desempenho operacional ao longo da vida útil pretendido.”
Nesse sentido, graças à captação de informações das máquinas, seu armazenamento em nuvem e, a partir daí, a análise de desempenho, é possível preservar as máquinas de modo mais efetivo. Souza prossegue explicando que, com essa filosofia 4.0, particularmente a manutenção preditiva (antecipa problemas nas máquinas, ao acompanhar os sinais de monitoração, diferente da corretiva, que conserta após a falha, e da preventiva, a qual faz revisões em intervalos regulares de tempo) será planejada “por sistemas automatizados que recebem o sinal e já vão estar analisando-o”, o que agiliza o processo de manutenção.
Aplicabilidade e benefícios
De acordo com o professor, os principais setores em que a manutenção 4.0 é aplicada fazem parte da infraestrutura crítica, pois são setores essenciais para a sociedade e precisam ser seguros para evitar problemas maiores. “Particularmente geração elétrica, saneamento e tratamento de esgotos, indústrias que usam intensivamente os seus ativos e cuja parada causa grande prejuízo para a sociedade”, explica.
Além do melhor planejamento da manutenção das máquinas para identificar sua disponibilidade ao processo de produção de bens, há também uma análise relacionada à qualidade do que é produzido. Desse modo, Souza destaca que também se evita a “produção de bens não conformes”, de forma a melhorar o desempenho global da produtividade.
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A produção agrícola, por exemplo, poderá se beneficiar muito da manutenção 4.0 futuramente. “A conectividade dessas máquinas inteligentes vai permitir dizer o que está acontecendo com elas e se planejar manutenção para aumentar a produtividade própria da colheitadeira”, afirma o especialista.
Investimento e ampliação da tecnologia
Por necessitar de uma tecnologia mais complexa, os sistemas de manutenção 4.0 ainda estão pouco disponíveis no mercado. O professor detalha que a Universidade e vários grupos de pesquisa estão trabalhando nesse assunto, mas só há alguns protótipos em áreas específicas, como de gás, petróleo e energia elétrica. “Precisamos ainda desenvolver isso no mundo todo para essa realidade da manutenção 4.0 se transformar mais rapidamente em benefícios aos setores industriais.”
*O Professor falou ao Jornal da USP no Ar, uma parceria da Rádio USP com a Escola Politécnica, a Faculdade de Medicina e o Instituto de Estudos Avançados. Para ouvir, confira a publicação original aqui.
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