A 19ª. edição da Rio Oil & Gas, realizada em setembro de 2018, teve como um dos principais temas o impacto das tecnologias digitais na indústria mundial de óleo e gás, destacando os benefícios que podem ser percebidos com a implantação de soluções automatizadas que atuam como ferramentas de análise e de gestão de dados de grandes projetos. Com isso, simples dados são convertidos em informações extremamente relevantes.
O mercado está otimista com a retomada dos leilões de áreas exploratórios do pré-sal pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e a previsão é de que os investimentos deverão chegar a R$ 1,8 trilhão até 2054, enquanto a arrecadação deve atingir R$ 6 trilhões. A produção do pré-sal representa 53% de todo o petróleo e gás natural extraído das bacias sedimentares brasileiras. Além disso, os principais players do mercado brasileiro anunciaram investimentos da ordem de até US$ 95 milhões até 2021.
Mas todo esse investimento previsto pelo setor de óleo e gás pode não resultar em lucro no balanço das organizações caso falhas nos equipamentos resultem em grandes desastres ambientais ou morte de trabalhadores.
Especialistas em segurança no setor de óleo e gás ressaltam que um dos maiores perigos é quando acontece a invasão do poço por fluidos e o mais perigoso deles é o gás. Por ser mais leve, ele pode subir e alcançar a superfície com mais facilidade, provocando explosões e incêndios.
Quando fluidos invadem um poço, os técnicos injetam substâncias mais pesadas no poço para impedir que eles saiam de controle. E, na iminência de um acidente ou explosão em uma plataforma de petróleo, segundo o professor Ricardo Cabral de Azevedo, doutor do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Universidade de São Paulo (USP), a primeira alternativa é fechar o poço o mais rápido possível, usando o chamado “blow out preventer”, um conjunto de válvulas feito para fechar um poço em qualquer situação.
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Mas e se as válvulas não funcionarem? No episódio da explosão da plataforma Deepwater Horizon, em 2010, o não funcionamento desse sistema pode ter sido um dos motivos da tragédia, quando mais de 10 pessoas morreram e os danos ambientais ultrapassaram US$ 17 bilhões.
E o não funcionamento desse sistema de válvulas teria sido ocasionado por uma falha na estratégia de manutenção preditiva? Até hoje não se pode afirmar qual foi a real causa do acidente, mas certamente não vale a pena arriscar e não investir em manutenção. Além das mortes e dos danos ambientais, os gastos da BP com o vazamento já somam US$ 65 bilhões. Todo líder de negócio certamente concorda que o investimento em soluções de gestão de ativos seria muito menor do que os prejuízos financeiros e os danos à marca.
IoT leva inteligência para a análise da condição do ativo
Com inovadoras soluções de Internet das Coisas (Internet of Things – IoT), embarcadas em veículos robóticos controlados remotamente ou mesmo em equipamentos que operam nas plataformas, é possível aplicar inteligência de dados e, por exemplo, gerenciar os riscos de corrosão com insights em tempo real sobre a situação de cada ativo.
A manutenção baseada na análise da condição do ativo, entrega aos gestores de manutenção uma maior visibilidade de toda a cadeia, aumentando a confiabilidade, disponibilidade e o volume produzido dos equipamentos. Com uma eficiente estratégia de manutenção, é possível prolongar a vida útil do maquinário – que tem um custo de aquisição e operação altíssimo - e reduzir os custos gerados por paradas não programadas, bem como os gerados por falhas que possam colocar a operação e até a mesmo a sobrevivência da empresa em risco.
O uso de soluções digitais para a gestão de ativos permite monitorar a sua condição; planejar e programar e gerenciar a execução da manutenção, gerenciando riscos e permitindo implantar uma estratégia eficiente de manutenção preditiva.
Mas, para isso, é preciso ter em mente que manutenção não é despesa, e sim um investimento em ativos fundamentais para a continuidade e longevidade do negócio. Isso pode gerar um aumento de dez vezes no retorno do investimento e uma redução de 25% a 30% nos custos de manutenção.
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