Em meio à onda de temas como indústria 4.0, BIG DATA, iIoT e os benefícios da automação em termos de qualidade e produtividade, é comum associar o uso de robôs à manufatura em diversos segmentos. O que muitas pessoas não sabem, porém, é que além dos benefícios práticos de operação no dia a dia, esses equipamentos são capazes de contribuir – e muito – para a coleta de dados dentro da operação.
“Os robôs industriais vêm se tornando cada dia mais atraentes devido à redução de custos gerados, melhora na performance do processo e a simplicidade de programação. Quando implantados, é bem simples realizar a aquisição de alguns dados pelo robô, como por exemplo, a identificação do item e quantidade de itens manipulados. Estas informações podem ser coletadas juntamente com as informações de data e hora da operação”, afirma Ricardo Kirino, engenheiro da Mitsubishi Electric.
O conjunto de dados mais básico vem do próprio robô: ele pode monitorar a produção de peças e o consumo do estoque, informando detalhadamente aos sistemas quantos produtos foram usados em um determinado período de tempo. Além disso, equipamentos auxiliares, como câmeras, podem ser usadas para avaliar as peças e produtos, ajudando na inspeção da qualidade ao mesmo tempo em que o robô está executando outras operações, mantendo a alta velocidade da operação.
“Esses benefícios vêm a partir da análise de dados em tempo real. Quando problemas de equipamento são recorrentes, os dados coletados podem ser examinados afim de entender o que ocorreu antes da falha. Essa atividade permite aos operadores e técnicos de manutenção olhar para diferentes parâmetros ao longo de vários períodos e tirar insights significativos”, destaca Kirino.
Por que não estamos tirando proveito dos dados dos robôs?
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Apesar dos benefícios que podem ser atingidos, a Mitsubishi Electric destaca que ainda há um longo caminho a se trilhar. Uma das barreiras para a adoção massiva ainda é o investimento. De acordo com a Mitsubishi Electric, muitas companhias ainda veem o investimento em robôs como algo extremamente caro, mas instalar mão de obra qualificada para resolver problemas pode ter custos ainda maiores.
“Se um fornecedor manda produtos defeituosos para um grande cliente, ele pode pedir 100% de inspeção nos produtos até que os níveis de qualidade retornem ao normal. O custo de algumas câmeras e sensores está bem abaixo dos custos associados com um esforço de recall ou de adotar em regime de urgência uma ação para responder a um problema do cliente”, explica Kirino.
Ainda assim, essa é uma tendência extremamente válida e que deve se confirmar em médio prazo. Hoje, companhias que têm robôs instalados podem ser surpreendidas ao descobrir quão efetivas podem ser suas plicações se forem adicionados sensores para realizar mais verificações de qualidade. Quem ainda não usa essas automações está procurando aprender quais são os benefícios robóticos além da velocidade de automação e precisão. “Quando robôs são integrados em processos de manufatura e a utilização de sensores nesses processos, usuários têm a oportunidade de coletar muito mais dados, trazendo avanço significativo para suas plantas de operação”, finaliza Kirino.
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