Sinergia entre os módulos de um sistema operacional da indústria 4.0

A sinergia do sistema é muito importante e deve ser lembrada desde o início da formatação do sistema e seu planejamento

Por: Pietro Perrone      21/12/2023

A  indústria 4.0 requer para seu funcionamento um conjunto de dados, arquivos e registros totalmente digitalizados e estruturados na forma de módulos e periféricos (entradas e saídas), sendo necessário que a interação entre eles e os usuários seja toda centralizada por um sistema operacional único.

Tanto os usuários humanos quanto os digitais devem obrigatoriamente se utilizar do sistema operacional para interagir com os módulos de maneira que seja possível priorizar toda e qualquer entrada e saída dos dados, registros e informações. Em resumo, todas as entradas, dados, registros e saídas necessárias para a operação de uma cadeia produtiva deve estar disponível no banco de dados geral. Todas as informações necessárias, tanto para o usuário humano quanto para o digital, devem estar contidas nos módulos operacionais.

A sinergia do sistema é muito importante e deve ser lembrada desde o início da formatação do sistema e seu planejamento.

Fluxograma de fábrica inteligente. Imagem: Pietro Perrone

 

Funil de entradas/saídas de dados e informações

O funil de entradas/saídas de dados e informações é uma necessidade crucial em um sistema operacional, e para suas entradas e saídas deve ser adotado um critério de prioridades. Para um sistema que funciona em regime on-line, as entradas antecipam as saídas, os créditos antecipam os débitos, e assim por diante. Exemplo: a informação vinda de um sensor indicando uma não conformidade no teste final do produto deve, obrigatoriamente, ter maior prioridade dentro do funil em comparação a uma não conformidade ocorrida na linha de montagem. Aqui, o planejamento para a adoção dos critérios é essencial, e todos os detalhes devem ser levados em consideração na elaboração do sistema operacional. 

Banco de dados geral

O banco de dados geral deve ser formatado de maneira a armazenar os três módulos principais: plano mestre, registros/dados e cadeia produtiva, em que os dados atuais e históricos devem ser armazenados e disponíveis para o sistema operacional on-line. Quanto mais simplificado for o banco de dados, mais rápido será o fluxo de informações e menor capacidade de processamento será necessária. O banco de dados, além de conter módulos exclusivos de armazenamento, também deve conter módulos com a capacidade de processamento. 


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Fornecedores

Fornecedores podem acessar o sistema operacional com as devidas restrições em função de suas áreas de atuação, podendo, assim, acompanhar o fluxo da cadeia produtiva e programar entregas de matéria-prima e suprimentos conforme necessidade. Cada matéria-prima pode ter seu estoque monitorado pelo seu respectivo fornecedor e pedidos de compra podem ser emitidos automaticamente mediante consumo. Uma vez acordado o fornecimento de determinado item com seu fabricante, não tem porque haver interferência humana neste processo em que tudo pode ser digitalizado. O fabricante verifica o estoque, gera um pedido e entrega a mercadoria. Também pode verificar as não conformidades eventuais, registradas no sistema e corrigi-las.

Clientes

Clientes podem acompanhar o andamento de suas compras dentro da cadeia produtiva. Verificar disponibilidades dos estoques e previsões de entrega ou retirada de mercadoria é uma possibilidade. Em casos mais sofisticados, poderão até acompanhar a rastreabilidade dos produtos e seus números de série. O sistema também pode executar as mesmas funções quando verifica o estoque do cliente, gerando pedido e entregando a mercadoria.  

Usuários humanos

Usuários humanos por sua vez, destacam-se pelas suas necessidades de atuação, cada um dentro de seus respectivos módulos e acompanhando seus respectivos indicadores. Cada modulo ou conjunto de módulos, devem ter seu usuário especifico, treinado e credenciado para acessá-lo.

Usuários da automação

Usuários da automação/digital também devem ser considerados um usuário, pois executam o autocontrole total do sistema, enviando e recebendo dados e tomando decisões. Quanto maior e mais abrangente for a digitalização desta automação, menor será o nível da intervenção humana no sistema de maneira geral.

Todo o sistema operacional de uma fábrica inteligente deve ser totalmente fechado e sem arestas de escape de informações e dados. Tudo deve ser amarrado de forma consistente e sobreposta.    

 

Quando não há sobreposição dos controles, haverá  lacunas. Where there´s no overlap, there´s a gap.

 

*Imagem de capa: Depositphotos

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Pietro Perrone

Mais de 45 anos de comprovada experiência em indústrias multinacionais, ocupando posições de Presidente, Vice-Presidente, Diretor Industrial, Gerente de Manufatura, Engenheiro de Manufatura, Gerente de Engenharia de Manufatura, Gerente de Produção.

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