Antes de começar mais um artigo desta coluna, vamos relembrar as edições anteriores:
- Edição 1: Indústria convencional X Indústria 4.0 - Fabricar o que o mercado quer comprar (Indústria 4.0) e não fabricar o que queremos vender (Indústria Convencional).
- Edição 2: Planejamento Mestre de Negócio ou “Business Master Plan” - A Indústria 4.0 exige que o Planejamento venha antes de tudo.
- Edição 3: A importância da formatação de Bancos de Dados da Indústria 4.0 - passos essenciais para a formatação automatizada de Banco de Dados, objetivando melhor eficiência operacional.
Agora sim, vamos a pauta desta edição.
Previsibilidade de Resultados na Indústria 4.0
Não existe plano perfeito e ninguém tem bola de cristal, porém existe a obrigatoriedade na obtenção de resultados próximos aos planejados. Uma empresa ou negócio, só existe, quando gera lucros e fluxo de caixa positivo, proporcionando aos acionistas retorno sobre os investimentos efetuados. Isso somente acontece quando o Plano Mestre de Negócio e seus derivados atingem seus objetivos.
A previsibilidade de resultados, pode ser assegurada pela diversificação das linhas de produtos, aumento do portfólio dos canais de distribuição, planos de contingência, gerenciamento específico dos gargalos e acima de tudo, flexibilidade operacional.
Ferramentas estas, quando bem utilizadas, ajudam em muito na obtenção dos resultados previamente planejados, porém demandam um trabalho técnico e meticuloso quando estiverem sendo elaboradas.
Planos de Contingências na Indústria 4.0
Durante a elaboração de um plano e detalhamento de suas respectivas ações, sempre devem ser especificadas e documentadas as várias premissas consideradas no mesmo. Ao mesmo tempo, também devemos considerar os fatores de risco, onde essas ações podem dar errado, dificultando a recuperação e assim prejudicando o resultado final do plano. Portanto, para cada ação de um plano, devemos ter pelo menos uma reação, caso aconteça alguma não conformidade, e para isso é muito importante se classificar os riscos e contingência-los devidamente conforme necessidade. Uma ou mais reações podem ser planejadas para cada contingência, dependendo de quão crítico for a ação principal.
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Os recursos de contingenciamento para defeitos em uma aeronave são muito mais complexos que para um automóvel. Essa lógica funciona para tudo.
A Lei de Murphy (Murphys Law) revela a capacidade que as coisas têm de darem errado. Recebe esse nome pois foi criada pelo capitão e engenheiro aeroespacial estadunidense Edward Murphy (1918-1990), em 1949. Ela está baseada nas leis da probabilidade e geralmente, possui um teor negativo. Seu enunciado é expresso da seguinte forma: Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará.
Gargalos na Indústria 4.0
Não existe cadeia produtiva sem gargalos, pois quando você resolve o principal, surge outro no seu lugar. Os gargalos são infinitos, uma vez que os investimentos, por sua vez, geralmente são finitos. O gargalo, é o principal entrave na flexibilidade operacional de uma cadeia produtiva, quebra a cadência dos processos, afeta a capacidade de produção, gera excessos de controles no fluxo de materiais, gera criação de banco adicional de peças, gera não conformidades e dificulta a rastreabilidade. O gargalo deve ser gerenciado de maneira específica e separada dos demais processos, deve ser planejado como um negócio à parte, onde todos os detalhes podem variar do principal. Entenda que o gargalo é uma anomalia na Indústria 4.0, portanto deve ser tratado como tal.
Flexibilidade operacional na Indústria 4.0
É indispensável e deve ser considerada como a ferramenta mais importante da cadeia produtiva, vindo atrás apenas do Plano Mestre de Negócio e do Banco de Dados. Ela, a flexibilidade, deve ser levada em consideração na elaboração de todos os investimentos feitos em processos, movimentos, possíveis não conformidades, contingências e gargalos.
Imaginem um equipamento de embalagem totalmente automatizado e gerenciado por balanças e sensores de proximidade, com tempo de resposta em décimos de segundo. Agora imaginem uma troca de linha de produtos onde medidas, pesos e quantidades serão alteradas, com tempo de setup, de uma hora. Com esse exemplo, pode-se entender claramente a diferença entre ser rápido e ser flexível.
A flexibilidade só existirá quando todos os processos e movimentos de uma cadeia produtiva estiverem concatenados e alinhados de maneira igualitária e funcional. Sempre objetivando o Plano Mestre de Negócio, acompanhando os processos, utilizando as contingências e gerenciando de maneira exclusiva os gargalos.
Resumo
A Indústria 4.0 é uma importante ferramenta para se obter a excelência operacional de um negócio. O ciclo inicial dessa ferramenta acontece na venda do produto, que puxa a produção, que puxa a matéria prima, que puxa o fornecedor. Tudo isso e respectivos detalhes devem ser documentados no banco de dados e devidamente coordenados para que o ciclo total da cadeia produtiva seja o menor possível, absorvendo menos capital de giro e recursos financeiros, eliminando gorduras e estoques obsoletos, evitando investimentos desnecessários, operando com baixos índices de não conformidades e para fechar com chave de ouro: produzindo somente e rapidamente o que o mercado quer comprar. Seja eficaz produzindo e entregando rápido o que foi vendido.
Prometa menos e entregue mais.
Under promise, over deliver.
*Imagem de capa: Depositphotos
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