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Indústria 4.0: como a mudança do comportamento do consumidor impacta nos processos produtivos pós-pandemia

Por: Gabriela Pederneiras      Exclusiva 25/02/2021

A pandemia de coronavírus mudou a forma como as pessoas consomem e esse novo comportamento impacta diretamente no modo como as indústrias deverão atuar nos próximos anos. As fábricas alinhadas ao conceito 4.0 têm maiores chances de despontar nesse contexto.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Veja Insights e EY Parthenon, para 92% dos brasileiros uma das maiores preocupações durante a pandemia é sua condição financeira. Isso se reflete na forma como as pessoas consomem, sendo que 54% dos brasileiros passaram a comprar apenas o essencial durante este período. O modo de comprar também mudou: 62% das pessoas evitam ir em lojas físicas e 32% disseram ter aumentado o consumo on-line. 

Olhando para um cenário pós-pandemia, o estudo mostrou que algumas dessas mudanças de comportamento devem permanecer. A economia de recursos, por exemplo, foi apontada por 78% dos entrevistados como item que permanecerá na agenda de prioridades após o coronavírus. A maior atenção à origem e impactos ambientais dos produtos adquiridos também foi elencada por 70% dos respondentes como relevante nos próximos anos. 

Pensando em produtos, algumas das tendências de consumo são itens para decoração de casa, afinal, muitas empresas permanecerão com o home office; uso de aplicativos de entrega e compras on-line; e menor necessidade de comprar veículos próprios, pois os deslocamentos serão cada vez mais de menor distância. 

Como a mudança do consumidor impacta a Indústria 4.0?

Com a menor disposição em gastar dinheiro, o consumidor passará a investir apenas em produtos que realmente façam sentido para si. Nesse quesito, as indústrias 4.0 saem na frente por poderem adaptar as mercadorias de forma mais rápida e fazer a personalização em massa


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A conexão entre as máquinas e uso de Big Data na produção possibilita que esta seja ajustada em tempo real, adicionando processos e adaptando produtos quase que ao mesmo tempo que as demandas do consumidor chegam.  Assim, com uso de tecnologias como manufatura aditiva, análise de dados e robótica colaborativa, a produção se torna mais flexível e customizada.

Isso permite que as indústrias produzam produtos personalizados em escala, atendendo às necessidades do consumidor. Além disso, a rastreabilidade dos dados em cada etapa produtiva permite que o consumidor saiba, por exemplo, a origem da matéria-prima da mercadoria, podendo consultar a sustentabilidade do que está consumindo - outro importante critério de compra para este "novo consumidor".

A indústria automotiva é um bom exemplo de como a adaptação possível com a adequação ao conceito 4.0 faz diferença nesse contexto. Pensando em consumo sustentável, muitos países, como a Inglaterra, estão restringindo a produção de carros com motor a combustão. A mudança na fabricação para motores elétricos é complexa, mas pode ser adaptada de forma mais rápida com uso da tecnologia. 

Outro exemplo é que grandes montadoras como Ford, Volvo e Porsche perceberam a diminuição de consumo de carro e começaram a investir em novas soluções com base em tecnologia, como serviços de aluguel de veículos.

A indústria 4.0 dá às fábricas o poder de se adaptar à realidade de forma rápida e isso fará toda a diferença em um mundo pós-covid. 

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Gabriela Pederneiras

Redatora/Jornalista/Assessora de Imprensa