Indústria 4.0 : Brasil deve acordar para o Analytics

Digitalização e cultura de dados são primordiais para alavancar o setor de manufatura. Tecnologias de BI e BA alicerçam este processo.

Por: Douglas Scheibler      25/10/2018

O Brasil tem o segundo maior parque industrial na América, cuja produção representa 28,5% do PIB do país, segundo dados do IBGE. Entretanto, nos últimos anos este segmento passa por um momento de retração, devido à concorrência agressiva de países asiáticos e a dificuldade em abraçar novos modelos de produção para ser mais eficiente e competitiva.

Por falar em novos modelos, no segmento industrial não se fala em outra coisa a não ser a Indústria 4.0, que emprega uma cultura digitalizada de dados para aprimorar a manufatura. Segundo uma pesquisa divulgada em 2016 pela PwC, 86% das empresas industriais colocaram suas fichas nesta tendência para reduzir custos e aumentar o valor de seus produtos até 2021. Além disso, mais de um terço destas empresas apontaram que esta mudança entregará ganhos de mais de 20% no faturamento de suas operações até 2021.

Embora essa corrida já tenha começado há alguns anos, com países como Alemanha e Japão saindo na frente, o Brasil está um tanto atrasado. Segundo uma pesquisa da Fiesp, mais de um terço (32%) das empresas brasileiras nem sequer ouviram falar do termo. A pesquisa, realizada este ano, entrevistou 227 empresas, 55% pequenas, 30% médias e 15% grandes.

Das que admitiram já conhecer o termo, 90% concordam que a Indústria 4.0 aumentará a produtividade e que é uma oportunidade ao invés de um risco - 30% delas admitiram já ter começado iniciativas para inovar em sua produção. Por outro lado, 23% das empresas que admitiram conhecer o termo, ainda não se sentem nem um pouco preparadas para esta mudança.

Vivemos em um cenário no qual as empresas brasileiras ainda estão relutantes em abraçar a inovação, embora já reconheçam que ela é essencial. Renovar seu modelo produtivo, ainda mais na indústria, pode envolver um grande investimento. Entretanto, isso não precisa ser feito em uma tacada só. Muitas empresas já contam com processos orientados e controlados por indicadores. Entretanto, eles ainda são feitos de formas manuais. O caminho para a digitalização pode começar por aí.


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Em suma, a mudança para abraçar as vantagens que a Indústria 4.0 entrega se resume em uma palavra: DADOS. Para que sensores, robôs e linhas automatizadas de produção sejam eficientes, o tratamento e circulação de dados terá que ser mais ágil do que jamais foi. Isso envolve redes e soluções robustas de analytics, capaz de entregar insights em tempo real para os humanos responsáveis, para que as ações sejam feitas com o máximo de eficiência.

Além disso, recursos como machine learning também serão indispensáveis, reduzindo o trabalho humano em áreas desnecessárias e aumentando o grau de automação. Isso representa um redesenho significativo dos papéis dentro de uma fábrica. Assim como em diversos outros setores em que o uso de dados representa uma mudança radical de cultura, em que os dados estão no centro da tomada de decisão, a Indústria 4.0 também tem esse enfoque.

A indústria brasileira guarda um grande potencial consigo, mas que deve acordar para a otimização que a automação e o analytics pode entregar. A competitividade das empresas brasileiras depende disso, então é hora de começar.

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Douglas Scheibler

CEO da BIMachine

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