Rosotics vai fabricar estaleiros orbitais usando impressão 3D
Startup aposta em tecnologia de impressão 3D e soldagem a frio para revolucionar a construção no espaço
01/08/2024Startup aposta em tecnologia de impressão 3D e soldagem a frio para revolucionar a construção no espaço
01/08/2024Nos últimos três anos, a startup Rosotics, sediada em Mesa, no Arizona (EUA), tem trabalhado em planos bem ambiciosos. De acordo com a publicação do TechCrunch, a startup planeja lançar várias espaçonaves enormes contendo dezenas de espaçonaves menores que fabricarão naves orbitais e depósitos de propelente diretamente na órbita baixa da Terra (LEO).
Para isso, a empresa está desenvolvendo grandes espaçonaves, conhecidas como "naves-mãe", com cinco metros de diâmetro. Estas naves transportarão mais de uma dúzia de espaçonaves autônomas menores, chamadas R2, construídas a partir de enormes "estações" de alumínio. Estas estações podem servir como depósitos de propelente, estaleiros ou infraestrutura de geração de energia.
Christian LaRosa, CEO da Rosotics, revelou em entrevista que a iniciativa, chamada Halo, é o resultado de anos de pesquisa e desenvolvimento mantidos em segredo. "Halo foi projetado para imprimir o que descrevemos como navios transportadores, nosso movimento direto ao mercado para fabricação em órbita", explicou LaRosa.
A chave para o sucesso da Rosotics é uma abordagem única e eficiente de impressão 3D no espaço, utilizando um processo chamado "soldagem a frio". Este processo, que utiliza pouco ou nenhum calor para unir metais, já foi observado no espaço, onde a ausência de óxidos na superfície dos metais permite que eles se fundem ao se tocarem. Considerando isso, a startup está explorando esse fenômeno para fabricar estruturas orbitais robustas.
Os R2s, quase como um enxame, fabricarão as estruturas em órbita e retornarão periodicamente à nave-mãe para reabastecimento de matéria-prima de alumínio. LaRosa destacou que os materiais podem ser fornecidos diretamente por terceiros. A nave-mãe também poderá ajustar as órbitas ou manter as estruturas, ou estações, uma vez concluídas.
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LaRosa projeta que as estruturas de alumínio serão comparáveis em tamanho à ISS ou maiores. Ele estima que a produção de uma espaçonave integrada começará em 12 a 18 meses, numa nova instalação de produção em Boulder, Colorado, e que levará de dois a três anos para que uma espaçonave esteja no espaço.
Apesar dos custos elevados, a Rosotics conseguiu avançar com apenas US$ 2,6 milhões em financiamento inicial. LaRosa atribui isso à localização em Mesa, distante dos caros centros aeroespaciais tradicionais. A empresa pretende financiar seus planos vendendo as impressoras Halo, similar à estratégia da SpaceX com sua constelação de internet via satélite Starlink para financiar o foguete Starship.
"Halo é a plataforma que, por procuração, financiará a 'estação' e a maneira como vamos construí-la", concluiu LaRosa.
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