A Inteligência Artificial (IA) está se tornando, rapidamente, um componente essencial na transformação do setor industrial, evoluindo de uma realidade convencional de automação na operação para operações autônomas, com máquinas e sistemas que aprendem e se adaptam continuamente. Esta evolução não acontece apenas no campo da tecnologia: ela está fazendo com que as organizações tenham que evoluir, assim como gerar uma demanda de novos tipos de profissionais e novas funções.
Segundo o 9º relatório anual do estado da produção inteligente, com o aumento do uso da tecnologia de produção inteligente, 94% das empresas esperam contratar mais colaboradores ou redirecionar trabalhadores para funções distintas.
Este foi um dos principais temas abordados durante o ROKTop, evento sobre liderança, inovação e Inteligência Artificial da Rockwell Automation, maior empresa do mundo dedicada à automação industrial e transformação digital.
O papel das pessoas na incorporação de novas tecnologias na indústria
A Inteligência Artificial vem ganhando espaço em todos os setores da economia, gerando benefícios substanciais às indústrias. Segundo o levantamento Índice de Automação do Mercado Brasileiro, o uso de sistemas de IA em parques fabris, mesmo que ainda tímido, mais do que dobrou em 2022. Diante disto, ainda que a automação industrial venha sendo uma realidade há décadas, a Inteligência Artificial eleva este conceito a um novo patamar.
A partir da visão da Rockwell Automation e do valor da Inteligência Artificial como base para a autonomia das operações, a empresa considera que a maior realização de valor estará neste tipo de tecnologia. Neste contexto, durante o ROKTop, foram compartilhadas as áreas de investimento trabalhadas para tornar isso possível.
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Sergio Campana, líder de Tecnologia e Inovação para Latam na Rockwell Automation, indicou que as máquinas e sistemas autônomos alimentados por IA podem aprender e se adaptar a novas condições de trabalho, levando a automação ao próximo nível com características de maior flexibilidade e inteligência. “Isso permite que as fábricas operem com maior autonomia, reduzindo a necessidade de intervenção humana em tarefas repetitivas e perigosas. Como resultado, os trabalhadores podem se concentrar em atividades de maior valor agregado, como inovação e melhoria contínua dos processos”, explica.
Campana comenta ainda que, atualmente, muitos dos sistemas de controle estão no chão de fábrica, mas a tendência é que eles migrem para a nuvem, onde poderão aprender e se adaptar de forma mais eficiente. “Com base nesta evolução, engenheiros de controle terão capacidades analíticas, combinando conhecimento de processos com análise de dados. O objetivo é aproveitar as experiências e conhecimentos existentes, utilizando a IA onde ela pode adicionar mais valor ao processo. Desta maneira, as pessoas podem desempenhar funções cada vez mais estratégicas”, comenta.
Evolução do setor industrial a partir da adoção da IA
Esta evolução para a nuvem passa pelo chamado “conceito de inteligência distribuída”, que abrange diferentes níveis de controle e supervisão tecnológica dos processos produtivos. O nível 1 é a detecção próxima à máquina, o nível 2 é o controle integrado, e o nível 3, é o gerenciamento das operações. Todos eles contam com tecnologias fundamentadas em Inteligência Artificial, conforme observa Campana. “Com essa abordagem, é possível criar um sistema mais ágil e responsivo, semelhante à resposta rápida do corpo humano a estímulos”, analisa.
Campana explica que com este modelo é possível aprimorar o controle de qualidade na produção, sem a necessidade de programação complexa. “Apenas configurando os parâmetros necessários, podemos prever e ajustar a produção para evitar problemas e aumentar a eficiência”, complementa o executivo.
De acordo com o especialista, com toda essa revolução, o objetivo é transformar as formas de se gerenciar e operar as fábricas. “Utilizando dados e análises avançadas, podemos otimizar cada aspecto da produção, desde o planejamento até a execução. A autonomia é a chave para alcançar novos níveis de eficiência e produtividade, e estamos comprometidos em liderar essa transformação”, acrescenta.
Campana destaca, também, a importância de estar sempre atento às tendências de mercado e aos investimentos em tecnologias emergentes. “A IA Generativa está no topo das prioridades de investimento e estamos dedicados a explorar todo o seu potencial. Acreditamos que, em breve, a interação com máquinas será mais natural e intuitiva, mudando completamente a forma como operamos na indústria”, finaliza.
*Imagem de capa: Depositphotos.com
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