Inteligência artificial = me ensina que eu faço! Se me ensinarem errado, farei errado.
Assim como eu, muitos ainda devem estar se perguntando do que se trata, na realidade, essa tal de inteligência artificial e o que seria esse tema tão falado aos quatro cantos do mundo.
Inteligência artificial, no meu entender, é tudo aquilo que ensinamos a uma máquina ou equipamento, como, por exemplo, executar determinada tarefa que e a mesma reproduzirá milhões de vezes em tempo extremamente rápido e exatamente da maneira que foi ensinada.
Se você pensa que vai adquirir um equipamento, seja ele um computador ou uma máquina qualquer, e que, somente ligando-a na tomada ela irá resolver todos seus problemas e questionamentos, sinto muito em informar que se enganou totalmente. Assim como nós, humanos, tivemos de aprender a andar, a comer e a beber, as máquinas também devem fazê-lo para exercer suas funções principais. Portanto, somente alguém com um cérebro inteligente poderá fazer esse ensinamento, que nada mais é que uma simples programação.
Quando leio alguns artigos sobre IA, às vezes fico com a impressão de que ela, a inteligência artificial, poderia resolver a maioria dos problemas da humanidade automaticamente e num simples passe de mágica, e somente um click no teclado, pronto, tudo resolvido! Outra percepção que tenho é que, se tudo estiver digitalizado, é só adquirir uma plataforma especifica de IA e, pronto, todos os problemas serão resolvidos de forma imediata e correta.
Ledo engano, pois a realidade é dura e, como todos sabem, a teoria na prática é outra. Portanto, o planejamento de um projeto de implantação de uma indústria 4.0 torna-se crucial em todos os seus aspectos e detalhes, inclusive para uma plataforma com IA. Somente terão sucesso na implantação ou na transição para a indústria 4.0 aqueles que entenderem que o planejamento global do projeto é a chave principal de todo o processo, transitório ou não, e só assim poderão garantir o sucesso durante sua evolução.
Continua depois da publicidade |
Todo conjunto composto pelo plano mestre, banco de dados e cadeia produtiva devem ser planejados e elaborados de forma conjunta e compatíveis entre si, num mesmo sistema operacional.
Para uma determinada plataforma funcionar com capacidade de executar a IA, ela deve estar preparada para tal, desde o início da formulação do banco de dados e do desenvolvimento do sistema operacional. Ao mesmo tempo a cadeia produtiva também deve estar formatada de maneira a receber e enviar os dados para a plataforma da IA.
Quando vendem um produto ou uma ideia, propagam os inúmeros benefícios e as facilidades que este produto vai trazer para o seu negócio, porém as suas dificuldades e limitações são geralmente omitidas. Não estou aqui alegando má fé de nenhum fornecedor, mas, sim, o fato de que cada produto específico pode se encaixar melhor ou pior no seu projeto em particular. Portanto, uma análise minuciosa e com várias simulações é essencial para o sucesso da aplicação.
Todas essas premissas, quando trazidas para o conceito básico de uma indústria 4.0, mostram a necessidade de um planejamento estrutural inicial onde são considerados todas as ações e movimentos, sejam eles automatizados, manuais ou virtuais.
Exemplo1
Temos vários exemplos de uso da inteligência artificial no nosso cotidiano, sendo um deles o cartão de crédito. A administradora do seu cartão sabe exatamente o que você consome, quanto, quando e onde gasta seu dinheiro. Com isso, num simples clique, ela consegue canalizar ofertas de produtos que se enquadram no seu perfil de consumo e com disponibilidade próxima a você. Algoritmos específicos permitem calcular e disponibilizar essas informações praticamente on-line.
Exemplo 2
Na indústria 4.0 também teríamos uma lista imensa de aplicações da inteligência artificial. O exemplo seria uma operação de montagem de placas de circuito integrado, em que o erro de posicionamento ou ausência dos componentes seria uma não conformidade. Se ensinarmos a um equipamento de controle por comparação digital, ele fará automaticamente a validação apropriada da montagem e colocação correta dos componentes das placas e respectivos códigos de referência.
Exemplo 3
Outro exemplo na indústria 4.0 seria em uma linha de produção automática onde teríamos a usinagem de uma determinada peça e sua medição feitas por equipamentos digitais com os resultados digitalizados. Em seguida, essa peça seria montada no conjunto final e testado automaticamente com os resultados também digitalizados.
Vamos imaginar que uma das cotas de peça usinada está com tendência de sair fora de medida, porém os resultados dos testes do conjunto final montado continuam dentro dos conformes.
O algoritmo que abastece a IA pode aprender que, mesmo com aquela cota da peça usinada fora de medida, o conjunto final ainda funciona perfeitamente e passa nos testes, portanto, o sistema pode se autoajustar e redimensionar as tolerâncias daquela referida cota. Tudo isso sem a intervenção humana.
Colocando tudo isso em maior escala, somente deveríamos ter intervenções humanas no sistema quando os testes finais do produto gerarem “não conformidades”. Enquanto os testes finais estiverem “conformes”, significa que o processo está rodando perfeitamente e os ajustes, caso existam, estão sendo gerenciados e efetuados pela inteligência artificial do sistema operacional.
Pode até parecer utopia, mas, no pior dos casos, é um objetivo que cada um pode buscar, sem a preocupação de inicialmente ficar longe dele. O exercício do aprendizado vai te levar a cada dia, mais próximo da meta.
O mundo do chão de fábrica é totalmente diferente do mundo de uma sala no primeiro andar, com ar condicionado e cafezinho!
*Imagem de capa: Depositphotos
Gostou? Então compartilhe: