Logomarca Indústria 4.0

Uma jornada no programa BiG 2023 e o potencial global das indtechs brasileiras

Confira o relato do fundador da indtech QualityStorm em sua imersão no programa de internacionalização e o reconhecimento da indústria alemã diante da expertise tecnológica das indtechs brasileiras

Por: Brahim Neto      Exclusiva 12/09/2023

Quando assisti a live de lançamento do programa BiG 2023 (Brazilian Indtechs in Germany) vi uma grande oportunidade de continuar um projeto iniciado alguns anos antes, durante a participação no programa Startups Connected, da AHK (Câmara Brasil-Alemanha). Conhecer a Alemanha e estreitar o relacionamento com as indústrias alemãs. 

Mesmo tendo já uma grande expectativa prévia, o BIG me surpreendeu muito, entregando muito mais benefícios do que o esperado. A jornada durante o BiG trouxe insights de melhoria de negócios, relacionamentos com grandes players alemães, conhecimento de uma nova cultura, mas, além de tudo isso, uma transformação da mentalidade e uma visão diferente de mundo.

Já no primeiro dia de jornada recebemos uma grande missão: representar o Brasil durante todo o tempo que estivéssemos na Alemanha. Junto com a missão também ficou claro que suporte não nos faltaria.

Iniciamos as atividades participando da Hannover Messe, a feira referência para todos que trabalham com tecnologia para a indústria. A experiência de ter várias culturas em um mesmo espaço, exibindo tecnologias aplicadas em diferentes pontos do globo, foi fantástica e já nesse ponto uma visão deturpada começou a ser modificada: a de que o Brasil está muito atrasado tecnologicamente. Nossas tecnologias ainda não alcançam tantas empresas quanto poderiam, mas não deixam a desejar em nada para o que vem sendo utilizado em outros cantos do planeta.

Leia também: Superando o complexo de vira-lata sobre a tecnologia alemã

Durante as rodadas de negócio e nos pitchs, que foram feitos para um público essencialmente de alemães, foi possível perceber que as soluções levadas pelas startups brasileiras têm grande fit com a necessidade das indústrias europeias. Todas as startups que participaram do programa saíram de lá com algum contato, negócio ou parceria iniciada, provando quantitativamente a atratividade das empresas brasileiras.

Imersão cultural

Os resultados alcançados vieram muito por conta de algumas atividades importantes, que normalmente são ignoradas. Antes das apresentações e reuniões tivemos treinamentos sobre a cultura e o modo de agir dos alemães. Enquanto estávamos na Alemanha pudemos nos aprofundar um pouco mais na cultura do país e na história do povo. Todos esses pontos foram fundamentais durante os eventos e ajudaram a diminuir a diferença cultural entre latinos e germânicos.


Continua depois da publicidade


Sobre as diferenças culturais e estereótipos que mantemos, uma situação me deixou profundamente marcado. Durante a última rodada de negócios, em conversa com uma indústria alemã, eu perguntei a eles se eles tinham antes daquele encontro a visão do Brasil como um país com tecnologia de ponta e que poderia auxiliar as indústrias alemãs. Para minha surpresa, eles me responderam que veem no Brasil um exemplo de digitalização de processos e que somos reconhecidos como um país onde a adoção de tecnologia se dissemina de forma rápida.

Todos esses dias com o time BIG foram importantes para consolidar e expandir planos. Ficou muito claro o nosso potencial enquanto desenvolvedores de tecnologia e inovação e que cada vez mais devemos pensar globalmente. Se inicialmente nossa missão era representar o Brasil durante o tempo que estivéssemos na Alemanha, hoje temos a missão de levar tecnologia brasileira para a Europa e além.

 

*Imagem de capa: Depositphotos

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

Gostou? Então compartilhe:

Brahim Neto

Brahim Neto

Graduado em ciência da computação, pós-graduado em inteligência de negócios, analista de sistemas e gerente de projetos com mais de 14 anos de experiência em desenvolvimento de software e desenvolvimento de negócios. Sócio Fundador da startup QualityStorm, uma solução voltada para a digitalização dos processos de inspeção em indústrias.