Quando assisti a live de lançamento do programa BiG 2023 (Brazilian Indtechs in Germany) vi uma grande oportunidade de continuar um projeto iniciado alguns anos antes, durante a participação no programa Startups Connected, da AHK (Câmara Brasil-Alemanha). Conhecer a Alemanha e estreitar o relacionamento com as indústrias alemãs.
Mesmo tendo já uma grande expectativa prévia, o BIG me surpreendeu muito, entregando muito mais benefícios do que o esperado. A jornada durante o BiG trouxe insights de melhoria de negócios, relacionamentos com grandes players alemães, conhecimento de uma nova cultura, mas, além de tudo isso, uma transformação da mentalidade e uma visão diferente de mundo.
Já no primeiro dia de jornada recebemos uma grande missão: representar o Brasil durante todo o tempo que estivéssemos na Alemanha. Junto com a missão também ficou claro que suporte não nos faltaria.
Iniciamos as atividades participando da Hannover Messe, a feira referência para todos que trabalham com tecnologia para a indústria. A experiência de ter várias culturas em um mesmo espaço, exibindo tecnologias aplicadas em diferentes pontos do globo, foi fantástica e já nesse ponto uma visão deturpada começou a ser modificada: a de que o Brasil está muito atrasado tecnologicamente. Nossas tecnologias ainda não alcançam tantas empresas quanto poderiam, mas não deixam a desejar em nada para o que vem sendo utilizado em outros cantos do planeta.
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Durante as rodadas de negócio e nos pitchs, que foram feitos para um público essencialmente de alemães, foi possível perceber que as soluções levadas pelas startups brasileiras têm grande fit com a necessidade das indústrias europeias. Todas as startups que participaram do programa saíram de lá com algum contato, negócio ou parceria iniciada, provando quantitativamente a atratividade das empresas brasileiras.
Imersão cultural
Os resultados alcançados vieram muito por conta de algumas atividades importantes, que normalmente são ignoradas. Antes das apresentações e reuniões tivemos treinamentos sobre a cultura e o modo de agir dos alemães. Enquanto estávamos na Alemanha pudemos nos aprofundar um pouco mais na cultura do país e na história do povo. Todos esses pontos foram fundamentais durante os eventos e ajudaram a diminuir a diferença cultural entre latinos e germânicos.
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Sobre as diferenças culturais e estereótipos que mantemos, uma situação me deixou profundamente marcado. Durante a última rodada de negócios, em conversa com uma indústria alemã, eu perguntei a eles se eles tinham antes daquele encontro a visão do Brasil como um país com tecnologia de ponta e que poderia auxiliar as indústrias alemãs. Para minha surpresa, eles me responderam que veem no Brasil um exemplo de digitalização de processos e que somos reconhecidos como um país onde a adoção de tecnologia se dissemina de forma rápida.
Todos esses dias com o time BIG foram importantes para consolidar e expandir planos. Ficou muito claro o nosso potencial enquanto desenvolvedores de tecnologia e inovação e que cada vez mais devemos pensar globalmente. Se inicialmente nossa missão era representar o Brasil durante o tempo que estivéssemos na Alemanha, hoje temos a missão de levar tecnologia brasileira para a Europa e além.
*Imagem de capa: Depositphotos
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