Empresas de qualquer porte e setor já podem inscrever propostas que tenham como ponto de partida o desenvolvimento de tecnologias 4.0 para solucionar entraves de produtividade. A segunda chamada da categoria Smart Factory, promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), vai garantir R$ 7 milhões para a realização de projetos pilotos de digitalização e conectividade. O regulamento está disponível na Plataforma Inovação para a Indústria.
A nova fase integra o programa Brasil Mais e é executada por meio de parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o Ministério da Economia e com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). A iniciativa visa trazer soluções inovadoras e que tragam resultados de melhoria de processos e aumento de produtividade para startups e empresas de micro, pequeno e médio porte.
O valor global da categoria Smart Factory é de R$ 28 milhões, distribuídos em quatro chamadas de R$ 7 milhões – a terceira e quarta chamadas devem ser divulgadas em 2023. Cada projeto selecionado pode contar com até R$ 800 mil, englobando tanto o desenvolvimento como a implementação da tecnologia nas empresas-clientes. As empresas terão o prazo de 12 meses para desenvolver e validar os projetos selecionados.
Para o diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI, Jefferson Gomes, a chamada oferece às empresas a oportunidade de aprimorarem seus processos industriais e se tornarem mais inovadoras.
“A indústria 4.0 representa uma nova etapa na organização e controle de uma cadeia de valor industrial inteligente, e integrada num ecossistema de inovação e colaboração”, destaca Gomes.
Projetos com apoio dos Institutos SENAI de Inovação
A execução desses desafios conta com o apoio dos Institutos SENAI de Inovação e de Tecnologia. O objetivo é realizar a validação dos projetos desenvolvidos em ambiente real, no processo produtivo das MPMEs com foco no ganho de produtividade, eficiência operacional, rastreabilidade, sustentabilidade, aumento de inovação e competitividade.
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Na primeira chamada, iniciada em setembro, foram 15 propostas aprovados de um total de 26 projetos submetidos, sendo 18 por startups, micros e pequenas empresas, quatro por médias empresas e outras quatro por grandes corporações. Os temas abordados foram tecnologia da informação, automação, construção civil, eletrônica, metalmecânica, biossegurança e ambiental.
“O lançamento desta segunda chamada, após o destaque da primeira, vem reforçar a trajetória de sucesso da parceria entre BNDES, SENAI, ME e ABDI, viabilizando o apoio a pequenas empresas, dando capilaridade aos financiamentos do banco com a utilização de novas formas de apoio para aumentar a produtividade e a inovação na indústria nacional", avalia o diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES, Bruno Aranha.
Segundo o presidente da ABDI, Igor Calvet, a chamada é uma oportunidade para as MPMEs melhorarem seus processos e, com isso, aumentar a produtividade. “Para a Agência, que tem como missão fomentar a adoção de tecnologias 4.0 no tecido produtivo brasileiro, é fundamental participar de iniciativas como essa, que impactam na eficiência operacional das indústrias”.
Já na avaliação do secretário de Inovação e Micro e Pequenas Empresas do Ministério da Economia, Bruno Portela, atualmente, o Brasil Mais é a maior política pública da América Latina para aumento da produtividade e competitividade de micro, pequenas e médias empresas, tendo atingido recentemente o marco de 117 mil atendimentos, desde 2019, com resultados significativos em termos de indicadores.
“O programa promove a adoção de metodologias e tecnologias, de baixo custo e alto impacto, com o intuito de aprimorar as práticas gerenciais e produtivas e a transformação digital das empresas, contemplando, inclusive, o apoio ao desenvolvimento e à adoção de soluções da Economia 4.0”, ressalta.
Quem pode participar?
Os projetos devem ser submetidos por uma aliança obrigatoriamente formada por:
1. Empresa Parceira (EP): Empresa provedora de tecnologia habilitadoras da indústria 4.0 com Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) Industrial primário, secundário ou contribuinte do SENAI, de qualquer porte ou Startup de Base Tecnológica.
2. Coordenador: Instituto SENAI de Inovação ou Instituto SENAI de Tecnologia habilitados. A habilitação dos Institutos SENAI deverá cumprir pré-requisitos estabelecidos pelo SENAI Departamento Nacional que serão divulgados por meio do e-mail equipeinovacao@senaicni.com.br.
3. Clientes-Piloto: Micros, pequenas e médias empresas, com CNAE industrial primário, secundário ou contribuinte do SENAI, nas quais serão validadas as soluções objeto dos projetos de PD&I em suas linhas de produção.
Smart Factory: soluções inovadoras e resultados de melhoria de processos
O conceito de Smart Factory refere-se à aplicação das mais recentes técnicas de automação, digitalização, gestão de dados e conectividade que impactem na eficiência operacional das empresas. Para impulsionar o setor industrial, serão selecionados cerca de 60 projetos para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) de empresas que atuam no setor de soluções para máquinas, equipamentos, sistemas, entre outras áreas.
Entre os benefícios, destacam-se:
- Acelerar a difusão de tecnologias relacionadas à Transformação Digital e Tecnologias Habilitadoras em MPMEs;
- Reduzir os riscos e custos de desenvolvimento de novas tecnologias;
- Ampliar a oferta de soluções baixo custo e alto impacto destinado às MPMEs;
- Estimular a demanda/consumo de tecnologias inovadoras nas MPMEs (inserção destas empresas na cadeia de inovação);
- Ampliar o catálogo de fornecedores credenciados nas linhas de financiamento do BNDES: Cartão BNDES, Crédito Serviços 4.0 e Finame Máquinas 4.0.
- Plataforma Inovação para a Indústria
- O SENAI também conta com a Plataforma Inovação para a Indústria uma iniciativa para financiar o desenvolvimento de produtos, processos ou serviços inovadores, com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade da indústria brasileira, além de promover a otimização da segurança e saúde na indústria. Criada em 2004, a iniciativa já selecionou mais de mil projetos inovadores, nos quais foram investidos mais de R$ 917 milhões.
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