Logomarca Indústria 4.0

Web 3 e blockchain já mudam os rumos da indústria

Especialistas trazem um panorama sobre o impacto das novas tecnologias.

Por: Stela Tondo/ Especial CIMM      Exclusiva 08/09/2022 

Criado em 2008 para que as criptomoedas pudessem existir de um jeito seguro, blockchain é um sistema que permite rastrear o envio e recebimento de informações pela internet. Resumindo, são códigos gerados on-line com dados que se conectam, e são validados sem expor os envolvidos, sem lastro em nenhuma nação, mas ficam registrados permanentemente na rede para comprovar sua existência. 

“É um protocolo de confiança, que se desdobra de maneiras incríveis, como o metaverso, que se tornou monetizável com o blockchain. A gente está falando de uma indústria que é maior que a música e o cinema juntos, são todos os mercados", comenta Francisco Carvalho, fundador e CEO da Vision Realty e do Blockchain Rio Festival.

Além de criptomoedas, a tecnologia é usada para contratos, vendas de ações, comercialização de músicas e filmes e até por algumas indústrias, como a Friboi e a Marfrig, para rastrear o ciclo da carne, do campo ao consumidor, e para logística e supply chain, para ajudar em auditabilidade e até mesmo redução de custos.  

“A tecnologia transcende o cripto. Quando a gente fala em blockchain, estamos falando de todas as empresas do mundo e todas as pessoas. Se não se associar via auditabilidade e rastreabilidade, usando a blockchain como infraestrutura, vai ser pelo marketing, pelo NFT, metaverso e a Web 3, que é a internet com estrutura de blockchain. O sistema tem potencial transformador, maior que o advento da própria internet na década de 90”, aprofunda Francisco. 

Para o especialista, o importante é desmistificar a tecnologia. “Estamos em uma mudança de paradigma, e é uma grande oportunidade para entendermos isso como early adopters. Está começando agora e estamos diante da maior oportunidade das nossas vidas”, diz Francisco. Gil Giardelli, professor, escritor, roboticista e AI eticista, completa e reforça que “a Web 3 e o metaverso, possibilitado pelo blockchain, vão gerar 80 milhões de novos tipos de trabalho. Não é apenas tecnologia, é um novo meio de conexão humana, é uma nova economia, chamada de metaverso economy. E nós, brasileiros, precisamos aproveitar essa sociedade 5.0”, completa. 

O que dizem as pesquisas sobre blockchain e o consumo digital impulsionado pela Web 3?

Segundo a pesquisa Trust Barometer 2019, que mede a confiança em determinadas instituições e tecnologias, apenas 55% dos entrevistados confiavam em blockchain na época. Hoje, parece que o cenário mudou. O relatório Bitstamp Crypto Pulse, divulgado em 2022, que ouviu 5,5 mil investidores institucionais e 23 mil investidores de varejo de 23 mercados, incluindo o Brasil, aponta que 66,9% dos investidores de varejo confiam na criptomoeda. O Brasil, de acordo com a Forbes, está entre os cinco países do mundo com maior número de cripto investidores, com 5% da população apostando na modalidade. 


Continua depois da publicidade


O mercado de arte digital e itens exclusivos colecionáveis também têm grande apelo com o conhecimento sobre blockchain e o apelo da Web 3. O mercado de ativos digitais, como NFTs (tokens não fungíveis, que são como arte criptográfica e cripto colecionáveis) está em alta. Segundo a Research and Markets, este segmento deve crescer mais de 18% ao ano, passando de US$ 3 bi em 2019 para mais de US$ 10 bi até 2026.

Tendências para o metaverso nas indústrias

De acordo com a pesquisa Technology Trends 2022, feita pela Accenture Research entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, com mais de 24 mil consumidores e 4.650 executivos de 35 países, 98% dos executivos acreditam que os avanços contínuos da tecnologia se tornam cada vez mais confiáveis do que as tendências econômicas, políticas ou sociais para embasar a estratégia de longo prazo de suas organizações. Os crescentes investimentos em dados e IA  têm dado origem a uma nova geração de negócios e inteligência.

Além de treinamentos em realidade aumentada, com o metaverso, as empresas começaram a desenvolver os gêmeos digitais, que são, basicamente, réplicas virtuais de coisas e espaços, como, por exemplo, de seus laboratórios e linhas de montagem. Neles, colaboradores e até mesmo clientes podem simular a produção em condições idênticas às reais. Isso trará mais segurança aos envolvidos e possibilidades de customização nas entregas. 

Os especialistas participaram uma mesa redonda da Casa Firjan, onde trouxeram um panorama sobre o impacto das novas tecnologias.

 

Imagem de capa: Depositphotos 

Gostou? Então compartilhe: