Após dois anos de pandemia da Covid-19, chegou ao fim a Hannover Messe, que ocorreu entre os dias 30 de maio e 2 de junho, na Alemanha. No evento global, gigantes da indústria demonstraram como o processo de transformação industrial está progredindo e que a indústria tem as respostas para o duplo desafio de proteção climática e segurança energética. O tema desta edição também foi o foco da Siemens durante coletiva de imprensa realizada no evento, em que Cedrik Neike diz que a empresa está pronta para encarar os desafios da indústria, no entanto, a superação deles de forma global dependerá de um esforço cooperativo.
Na última segunda-feira de maio (30), no primeiro dia da Hannover Messe, Cedrik Neike, Membro da Diretoria Executiva da Siemens AG e CEO da Digital Industries, alertou para os grandes desafios que a indústria global enfrenta hoje: a dependência de combustíveis fósseis evidenciada pela Guerra na Ucrânia, cadeia de suprimento sob pressão em novos lockdowns na Ásia e a mudança climática, que tem regido as conferências de diferentes setores em todo o mundo.
Para Neike, não se trata mais de só criar novas tecnologias e inovar, mas de acelerar a implementação. “Temos as tecnologias certas. Precisamos usá-las e escalá-las. Nós, como indústria, precisamos mudar fundamentalmente, nos tornarmos mais transparentes e abertos à cooperação. Fazer melhor uso dos dados”, disse Neike, ressaltando a importância do uso eficiente dos dados para superar esses desafios.
Embora apresente soluções que auxiliam clientes em processos mais eficientes, para a empresa soluções tecnológicas isoladas não resolverão os desafios globais da indústria, somente ecossistemas poderão mudar a postura de capturar valor individual para a criação de valor conjunta. Em nenhum outro lugar isso é mais urgente do que na luta contra a mudança climática, disse a empresa em comunicado à imprensa.
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De acordo com o Fórum Econômico Mundial, as cadeias de valor industriais respondem por cerca de 20% do total de emissões globais de carbono. Até 90% da pegada de CO2 de um produto vem da cadeia de suprimentos upstream.
Dessa forma, junto com a Siemens, Merck Group, NTT Data, Weidmüller, WTS Global, ATS Automation Tooling Systems, TÜV SÜD, Bison Forest, CircularTree GmbH, ecobrain AG, Faber-Castell, Ferdinand-Steinbeis-Institut, Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg, Sustainaccount e a Universidade de Tecnologia de Sydney criaram a primeira rede aberta de cooperação entre empresas para a troca confiável de dados relevantes ao clima, o Estainium.
Segundo anúncio da empresa, o Estainium é o primeiro ecossistema a realmente permitir a transferência de dados PCF [Pivotal Cloud Foundry] em grande escala, em vez de depender de dados médios. A abordagem descentralizada com certificados criptografados e verificáveis garante a confiabilidade dos dados e a confidencialidade da cadeia de suprimentos.
Uma associação com o mesmo nome também foi criada para atender a necessidade de padronização e segurança na troca de pegadas de CO2. A Estainium Association é baseada em três pilares: “Tecnologia e Infraestrutura”, “Padrões e Normas” e “Captura, Uso, Armazenamento e Compensação de Carbono”. Ela usa as possibilidades disruptivas da digitalização para eliminar más alocações financeiras e o estado insatisfatório e incompleto das informações sobre a quantidade e a qualidade das emissões e recursos usados ao longo de toda a cadeia de suprimentos.
“Como indústria, só nos tornaremos neutros em relação ao clima se soubermos de onde vêm as emissões. Com a Estainium, damos transparência às cadeias de suprimentos, trabalhamos em um ecossistema aberto e aproveitamos o poder dos dados. Esta é a nossa oferta para os nossos clientes, parceiros e concorrentes. Esta é a nossa contribuição como empresa para um futuro melhor”, disse Neike.
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