As empresas brasileiras perceberam que a flexibilidade e adaptabilidade são indispensáveis para sobreviver, popularizando a adoção de automação inteligente nos negócios. Isso é o que indica a nova edição do relatório ISG Provider Lens Intelligent Automation – Solutions and Services 2021 para o Brasil, divulgado pela TGT Consult na semana passada. O estudo aponta que as companhias têm enfrentado desafios ao adotar tecnologias emergentes de acordo com suas necessidades e traz uma visão detalhada das tendências da área em cada quadrante, com o intuito de ajudar as empresas a construir uma base apropriada e desenvolver processos benéficos para o futuro da empresa.
O mercado de automação inteligente aborda as áreas de conhecimento, plataformas e ferramentas de gestão de softwares, com diversos clientes em busca de fornecedores que possam oferecer um serviço próprio ou AIOps, mas o foco ainda está em fornecedores que conseguem dar suporte às necessidades de negócios por meio de plataformas agnósticas. No Brasil, as empresas ainda estão focadas em descobrir usos apropriados para automação por meio de RPA, diferentemente de outras regiões nas quais o foco é em desenvolver governança, supervisão e gestão de dados de diversas soluções de automação implementadas.
O relatório indica que as experiências e lições aprendidas com empresas internacionais podem ajudar a provar os benefícios, como prever e estimar os esforços para harmonizar uma grande quantidade de diferentes soluções com diferentes modelos de dados. As áreas de aplicação para automação inteligente de negócios são encontradas em todos os setores no Brasil. O setor de serviços bancários e financeiros adota em grande escala a automação para os complexos processos ligados a financiamento imobiliário, crédito consignado e cobrança de débitos.
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Segundo Florian Scheibmayr, analista líder do ISG e autor do estudo, existe uma grande oportunidade para empresas brasileiras explorarem o espaço, sabendo lidar com as incertezas do mercado brasileiro, e levando esta experiência para outros mercados. "As companhias brasileiras sabem lidar melhor com mudanças abruptas, necessidade de resposta flexível e com cenários de aumento da inflação, mas, apesar do alto um grau de automação em áreas como e-commerce, e-governo e fintech, que são bem mais avançados no Brasil, nosso país precisa aprender governança e arquitetura robusta e automação de outros setores", explica. "É importante que as empresas nacionais entendam os melhores usos para a automação inteligente e sigam o exemplo de avanços do setor no exterior e não caiam na cilada de ter muitas soluções departamentais de automação".
No Brasil, os conceitos e soluções AIOps apresentam ainda uma taxa de adoção mais baixa em comparação a outras regiões, sendo encontrada principalmente entre fornecedores de ITSM, de serviços digital workplace e de nuvem. O estudo indica que, devido ao aumento das ameaças cibernéticas e vulnerabilidade em geral das empresas brasileiras contra os ataques, a demanda por plataformas de operação de TI altamente integradas e alimentadas por IA cresceu significativamente.
"A maioria dos fornecedores de soluções de automação inteligente espera um crescimento de vendas de pelo menos 20% em 2022", explica Florian. "Por um lado, continuamos a ter os motivadores clássicos, como maior satisfação do cliente, prazos de entrega mais curtos, locais de trabalho mais atraentes e maior qualidade de dados e processos. Por outro lado, trata-se cada vez mais de encontrar respostas para as situações adversas que aumentam rapidamente, por exemplo nas cadeias de abastecimento”.
Segundo o relatório, as áreas de aplicação para automação inteligente de negócios são encontradas em todos os setores no Brasil, uma vez que operacionais envolvendo monitoramento em tempo real, orquestração de processos e processos fiscais, são áreas com pesada aplicação de automação, assim como os setores de varejo, telecomunicações, saúde e farmacêutica, na qual a automação inteligente de negócios demonstra um potencial muito amplo para vários processos.
Porém, exige um profundo conhecimento da indústria para criar soluções abrangentes para diferentes casos e condições de uso em negócios. O estudo indica atenção para o fato de que a mineração de processos no Brasil está ainda em seu estágio inicial e a maioria dos fornecedores globais de processos de mineração carecem de presença na região. Mesmo assim, um crescente número de projetos vem sendo executado e algumas empresas brasileiras vêm desenvolvendo soluções de mineração de processos, muitas vezes com ferramentas de código aberto.
Ademais, o modelo comercial com taxa de assinatura permanente é indicado como uma grande barreira no desenvolvimento da área, e modelos com uso mais flexível serão necessários para popularizar o uso de mineração de processos no Brasil. Prevê-se que muitos clientes multinacionais conduzam seus projetos de aperfeiçoamento de processos, de cumprimento e conformidade com ferramentas de mineração a partir de seus centros internacionais de excelência. Já para as empresas brasileiras, a mineração de processos logo se tornará uma valiosa proposta para organizações de saúde, grandes bancos, seguradoras e para o setor público, a fim de possibilitar aperfeiçoamentos nos processos e atender a requisitos de conformidade.
Para o autor, há muito espaço para repensar como as empresas atuam nesta nova realidade e haverá um forte movimento em direção ao redesenho de processo e das organizações, além do avanço de automação de ponta a ponta, uso de inteligência artificial e machine learning. “Processos que antigamente demonstraram um alto potencial de automação eram, geralmente, pouco eficientes. Ao médio prazo, precisa-se perguntar se este processo realmente agrega valor, independentemente do grau da automação, ou se processo deve ser repensado, usando, por exemplo, maior colaboração entre os diversos agentes de uma cadeia de valor”.
O relatório ISG Provider Lens Intelligent Automation – Solutions and Services 2021 para o Brasil avalia os recursos de 61 provedores em cinco quadrantes: Intelligent Business Automation, Artificial Intelligence for IT Operations (AIOps), Conversational AI, Intelligent Document Processing e Process Mining and Discovery.
O relatório nomeia IBM e Stefanini como líderes em três quadrantes cada e Accenture e Capgemini como líderes em dois quadrantes cada. ABBYY, Celonis, CPQD, DXC Technology, Google, Kofax, Microsoft, Nama, Software AG, TIVIT, UiPath e UpFlux são nomeados como líderes em um quadrante cada.
Além disso, Automation Anywhere, SAP Signavio, Sinch Chatlayer, Stoque e Wipro são nomeadas como Rising Stars – empresas com um “portfólio promissor” e “alto potencial futuro” pela definição do ISG – em um quadrante cada.
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