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Profissional do futuro: Relatório aponta principais habilidades para não ficar para trás

Relatório “The Future of Jobs 2020”, do Fórum Econômico Mundial, sinaliza que 50% das habilidades profissionais devem mudar nos próximos cinco anos.

Por: Assessoria de Imprensa/ Dialetto      04/08/2021 

Com o avanço dos últimos anos, a tecnologia deixou de ser um diferencial. Hoje, investir em digitalização é essencial para empresas de todos os setores se manterem competitivas no mercado. As incertezas geradas pela pandemia, junto da evolução do trabalho remoto e a tendência de adoção do modelo híbrido, aceleraram os processos de transformação digital e impulsionaram as iniciativas de inovação, com aplicação de metodologias de gestão ágeis e digitalização de processos. Entre tantos novos imperativos, é difícil saber o que vale hoje, muito menos amanhã, para cada profissão. A velocidade das competências técnicas e comportamentais exigidas pelas empresas muda tão rápido quanto o impacto das tecnologias. 

Segundo a McKinsey, o déficit de profissionais em tecnologia no Brasil até 2030 passará de 1 milhão de pessoas e, de acordo com o Institute For The Future (IFTF), 85% das profissões que existirão nesse mesmo ano ainda não foram criadas. Foi percebendo essa volatilidade no mercado de trabalho que Leandro Herrera, fundador e CEO da edtech Tera, começou a capacitar profissionais nas habilidades digitais mais importantes para os negócios. A startup já formou mais de 6.000 estudantes, que hoje ocupam posições em empresas como PicPay, Nubank e Loft. "A maneira como os adultos se qualificam para o mercado de trabalho está em processo acelerado de disrupção. Vamos ver cada vez mais pessoas procurando transicionar de carreira ou se desenvolver para avançar profissionalmente, e os métodos tradicionais de educação não darão conta”, conta Herrera. 

O relatório “The Future of Jobs 2020”, do Fórum Econômico Mundial, sinaliza que 50% das habilidades profissionais devem mudar nos próximos cinco anos e destaca duas delas: a criatividade e a flexibilidade. Mais uma vez, as habilidades que integram o perfil profissional não são somente técnicas. Há alguns anos, programar era o “novo inglês” — todo profissional deveria saber, não importava o cargo. Agora, soft skills, como inteligência emocional e inovação, parecem premissa básica de qualquer profissão. 


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Diante desse cenário, as competências são perecíveis e não valerão para o restante da vida. Para Herrera, é preciso desapegar da ideia de investir muito tempo e dinheiro no aprendizado de uma competência que valerá para sempre. Segundo ele, o mundo da transformação digital exige um profissional híbrido, que será menos especialista e precisará ter conhecimentos sobre vários campos e áreas. “Os problemas que as empresas estão se propondo a resolver e as novas soluções que a sociedade está pedindo são muito novos. Para resolver um problema novo, é difícil partir de premissas e referências do passado. Por isso, vemos hoje uma demanda do mercado por colaboradores que tenham conhecimentos sobre vários campos — alguns dos quais ele nem vai atuar diretamente, mas que precisa entender para buscar soluções em grupo”, explica Herrera. 

Segundo levantamento da Tera, de 2018, realizado em conjunto com a Scoop&Co, as habilidades mais demandas no mercado de trabalho são: resolução de problemas complexos, criatividade e inovação, negociação, inteligência emocional, capacidade para tomada de decisão, trabalho em equipe, pensamento crítico, lógica de programação, gestão de conflito e gestão de pessoas. De acordo com estimativa do Fórum Econômico Mundial no relatório “O Futuro dos Empregos”, de 2020, quase 50% dos trabalhadores que permanecerem em suas funções nos próximos cinco anos precisarão de requalificação em suas habilidades essenciais.

O mesmo levantamento apontou que as cinco competências técnicas mais procuradas pelo mercado são: Análise Estatística e de Dados (51%), Machine Learning e Inteligência Artificial (44%), Inteligência de Negócio (37%), Gestão de Produtos Digitais (33%) e Design Centrado no Usuário (24%). Seguido por SEO e Marketing de Busca (14%), Middleware e Integração de Software (11%), Sistemas de Gestão e Armazenamento (11%), Programação para Celular (10%), Redes e Segurança da Informação (7%), Desenho de Algoritmos (3%) e, por último, linguagens Perl, Python e Ruby (1%). A pesquisa foi feita com 980 respondentes distribuídos pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife e Belo Horizonte.

Veja o que os profissionais que trabalham com cada uma das cinco principais competências técnicas dizem sobre suas áreas:

Gestão de produtos digitais

Maíra Storch é Product Manager da startup global de vendas e gestão Kyte. Sua área, que conecta desenvolvimento, experiência do usuário e negócios, exige uma rotina bem diversa, empatia e capacidade de aprendizado. “Lidamos com muitas pessoas diferentes no dia a dia. Precisamos entender os clientes, discutir estratégia com líderes, pensar em soluções com designers e desenvolvedores e planejar lançamentos com o marketing. Somos mediadores entre todos esses profissionais. Por isso, a comunicação é outra habilidade fundamental”, explica. Formada em Administração de Empresas e com diversos cursos de gestão de produto, Maíra reforça que estudar a teoria é muito importante, mas que a base da profissão está na experiência diária. 

Design Centrado no Usuário

Garantir que os usuários de produtos digitais tenham uma experiência agradável é o principal objetivo da função da Patrícia Klitzke, que trabalha como UI/UX Designer na divisão na Hexagon, empresa que desenvolve e fornece tecnologias para o campo. No dia a dia, Patrícia recebe solicitações de melhorias e de novas funcionalidades, buscando encontrar soluções que atendam à empresa e ao cliente. “Vontade de aprender e de resolver problemas são essenciais, assim como as soft-skills de empatia, boa comunicação e curiosidade”, explica. Para ela, entre as habilidades técnicas necessárias para a área, estão a escrita, a pesquisa, a prototipação e as noções de programação. 

Inteligência de Negócio

Para Daniel Freitas Andrade, gestor técnico da multinacional italiana Zucchetti, a capacidade de análise de dados, junto da habilidade de sintetizá-los em representações visuais, são essenciais para quem quer seguir na carreira de Business Inteligence (B.I). Para ele, um profissional de B.I precisa conhecer bem os conceitos modernos do setor e ter ótimos conhecimentos em múltiplas áreas. “Desde SQL e bancos de dados à programação, modelagem de dados e estatísticas. É muito importante saber apresentar os números de forma simples e direta, permitindo que a pessoa que for analisar o trabalho possa olhar e saber: ‘minha empresa está indo muito bem’, ‘estamos precisando melhorar o departamento neste ponto’, etc.”, explica Andrade. Sobre a rotina, ele afirma que o dia a dia do cargo é pautado por tarefas bem definidas, analisadas e documentadas, e que o diferencial para quem quer seguir com a profissão é conhecer bem o segmento ou ramo em que estiver inserido.

Análise estatística de dados (Big Data/Data Science)

Formado em Sistemas de Informação com especialização em novas tecnologias, Thiago Stabile é gerente de Data Science na Softplan, maior desenvolvedora de software do país. Na rotina, estão atividades como gerenciar as equipes técnicas, definir tecnologias, fazer levantamentos de requisitos funcionais e não funcionais, além de levantamentos de dados e métricas. Para trabalhar com ciência de dados, Thiago destaca que é essencial gostar de matemática, estatística, programação e computação em nuvem. “Independentemente da área, é necessário entender a fundo as informações que estão sendo trabalhadas e o modelo de negócio de onde os dados são extraídos. Também, é importante trabalhar em equipe e compartilhar conhecimentos, principalmente se você atuar em um segmento diferente do seu”, ressalta.

Machine Learning e Inteligência Artificial

Alana de Melo e Souza, é desenvolvedora de software na Sensorweb, líder em soluções de IoT para cadeia fria da área da Saúde e Logística. Dedicada a tecnologias de Inteligência Artificial (IA), ela conta que seu conhecimento foi adquirido através do ensino superior, do desenvolvimento de projetos e, também, por meio autodidata. “O campo da IA muda todos os dias, portanto devemos nos manter atualizados constantemente”, explica. Aos futuros profissionais, ela reforça que aprender a programar é essencial e também aconselha: seja curioso (a) e invista nos estudos. “Ao se deparar com problemas, esteja pronto para investigar muito — contribuindo com a redução de erros, eliminando trabalhos repetitivos e mostrando agilidade e precisão nos resultados com a automação de processos. Essa é uma área que demanda do profissional levar a sério os métodos de estudo, sabendo conectar o meio científico com o meio prático”, finaliza.

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