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VDI-Brasil lança programa de capacitação em Indústria 4.0 para engenheiras e estudantes de engenharia

Por: VDI-Brasil      25/08/2020 

As mulheres representam apenas 28% da força de trabalho em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (CTEM). Esse dado global foi apresentado pelo Science & Engineering Indicators 2018, elaborado pela Nation Science Foundation. No Brasil, os números são igualmente preocupantes, apenas 3% das mulheres ocupam cargos de liderança no país, segundo um estudo realizado pela Bain & Company em parceria com o Linkedin.

Mesmo com todas as conquistas obtidas rumo à igualdade de gênero na sociedade, e consequentemente na indústria, ainda há um longo caminho pela frente. Diversos estudos comprovam que a presença masculina ainda é predominante em quase todos os campos da engenharia.

Com o intuito de contribuir para um universo mais igualitário na engenharia, ampliando o número de mulheres que lideram a evolução na Indústria 4.0, a VDI-Brasil lançou o programa Industry4Her. A iniciativa visa capacitar engenheiras motivadas a assumir posição de destaque no setor.

Para acelerar esse aumento do número de líderes mulheres, a VDI-Brasil utiliza a sua expertise em Indústria 4.0, além de suas conexões internacionais – que reúne na Alemanha uma rede de 11 mil mulheres engenheiras -, para criar uma plataforma de interação, mentorias, capacitações, programas motivacionais e atividades para ampliar o networking das participantes.

O Industry4Her recebeu mais de 850 inscrições de engenheiras e estudantes de engenharia. A equipe de jurados – composta por vice-presidentes da VDI-Brasil e especialistas convidados – selecionou 24 profissionais para participar do programa.

Na primeira fase do Industry4Her, as participantes tiveram um treinamento introdutório disponibilizado pelo Centro de Excelência em Indústria 4.0 do Centro Universitário FACENS. Nas etapas seguintes foram oferecidos quatro módulos de conhecimento prático indispensáveis para se tornar uma líder da Indústria 4.0 que contaram com a participação de especialistas da BASF e Mercedes Benz, empresas associadas à VDI-Brasil. Conforme a visão holística de Indústria 4.0 da VDI, esses módulos não se restringem à assuntos técnicos, mas também desenvolvem soft skills importantes.


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A Vice-Presidente da VDI-Brasil e chairwoman de Diversidade e Inclusão, Renate Fuchs, foi a iniciadora programa. Renate cita que a desproporcionalidade entre o número de homens e mulheres que presenciou ao longo de sua carreira serviu como um impulso para a criação do Industry4Her.

“Sempre me encontrei em ambientes majoritariamente masculinos desde a Universidade na Alemanha, onde estudei Engenharia de Produção. Na minha carreira em consultoria, muitas vezes, fui a única mulher. Quando participei do Programa Executivo da Singularity, no Vale do Silício, percebi que éramos 20 líderes femininas somente. Da delegação brasileira de 18 pessoas eu era a única mulher. Durante aquela semana inteira eu refleti sobre o meu papel e minha vontade de mudar este cenário. Como vice-presidente na VDI e chairwoman do cluster de Inclusão e Diversidade pude apostar na ideia de qualificarmos futuras líderes engenheiras para a transformação digital da indústria através da atuação da VDI na Indústria 4.0” afirma Renate.

Historicamente, as mulheres que atuam na indústria enfrentam diariamente o chamado ‘broken rug’ ou, em tradução livre, ‘degrau quebrado’. Trata-se de uma barreira figurativa que impede as mulheres de chegarem ao topo de empresas, sempre colocando-as em posições inferiores, mesmo quando executam a mesma função de um colega de trabalho do sexo masculino.

A baixa participação feminina em cargos de liderança não deve ser uma luta exclusiva das mulheres. Tornar a indústria um lugar mais inclusivo é ampliar os horizontes para evoluir cada dia mais e, por isso, também deve ser um objetivo para os homens. Para Gabriel Gomes, consultor de inovação na Porsche Consulting e um dos mentores do Industry4Her na área de design thinking “é importante entender que esse é um problema estrutural da nossa sociedade como um todo. Um bom primeiro passo é discutir (dentro das empresas), conscientizar as pessoas e reconhecer o problema na raiz. Feito isso, as empresas devem assumir compromissos e metas para que se transformem de verdade e ofereçam os mesmos espaços para todos.”

A primeira edição do Industry4Her teve a duração de três meses. Neste período as engenheiras selecionadas receberam o desafio de desenvolver soluções inovadoras para disseminar o aprendizado obtido sobre Indústria 4.0 ao longo do programa para as mulheres que se inscreveram no início do projeto.

Daiani Nogueira, head of South America BASF 4.0 Smart Manufacturing e uma das docentes do Industry4Her, acredita que o impacto do programa não se restringirá às participantes. “Acredito que criaremos, não apenas no grupo participante, mas em todos que estão de alguma forma acompanhando, via redes socias ou outras fontes, uma cadeia de discussões sobre a participação feminina em posições de lideranças e capacitação em indústria 4.0. Entendo que também trará discussões com universidades sobre a necessidade de inclusão do tema Indústria 4.0 e digitalização na grade curricular.”

Para os próximos meses, a VDI-Brasil realizará outras edições do programa para alcançar cada vez mais engenheiras e estudantes, contribuindo para tornar a engenharia um universo cada vez mais diverso e inclusivo.

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