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Mini-laboratórios de IA da ETH prometem mais segurança para testes e avanço da robótica

Dispositivos projetados em Zurique permitem validar algoritmos em ambientes físicos controlados antes de aplicações reais

Por: Redação CIMM      15/05/2025 

O que o túnel de vento representa para a engenharia aeronáutica, os mini-laboratórios criados pelo pesquisador Juan Gamella, da ETH Zurique, prometem ser para o desenvolvimento de algoritmos de inteligência artificial (IA). Unindo robótica e matemática, Gamella projetou dispositivos em escala reduzida que funcionam como campos experimentais seguros e controlados, onde cientistas podem validar e aprimorar suas tecnologias de IA antes de aplicá-las ao mundo real.

Os mini-laboratórios são equipamentos físicos, aproximadamente do tamanho de um computador desktop, que podem ser operados remotamente. Eles permitem que algoritmos sejam testados em situações dinâmicas e reais, ao contrário das simulações tradicionais que dominam o início do desenvolvimento.

"Eles fornecem um ambiente de teste flexível, com dados de medição reais, permitindo que pesquisadores verifiquem se seus algoritmos estão produzindo as respostas corretas", explica Gamella.

Caso a IA não tenha o desempenho esperado, os cientistas podem ajustar de forma direcionada suas premissas matemáticas e algoritmos, ainda nas fases iniciais do processo.

Novas descobertas científicas 

Dois modelos iniciais já estão em operação. O primeiro simula sistemas dinâmicos — como o vento — que mudam constantemente em resposta a fatores externos. Esse cenário é ideal para testar algoritmos de controle.

O segundo explora as leis da óptica, permitindo que a IA aprenda as regras físicas da luz a partir de dados experimentais, o que pode abrir caminho para novas descobertas científicas.

Ambos os sistemas ajudam a resolver um dos desafios centrais da IA e da robótica: a transição confiável entre ambientes simulados e aplicações no mundo real.


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Gamella compara o uso dos mini-laboratórios ao de modelos em túnel de vento na indústria aeronáutica. Assim como engenheiros testam protótipos de aviões em miniatura antes de construir versões em escala real, a IA também se beneficia desse estágio intermediário. “É um teste de segurança que garante que tudo funcione bem antes de levar o algoritmo da simulação para aplicações reais”, ressalta o pesquisador.

A proposta também traz impactos importantes para a robótica, onde algoritmos frequentemente precisam ser treinados virtualmente antes de operar em cenários complexos. Com os mini-laboratórios, é possível realizar inúmeras simulações e experimentos, aumentando a confiabilidade das soluções. O avanço oferece um novo caminho para integrar inteligência artificial e interação física com mais segurança e eficiência — aproximando teoria e prática como nunca antes.

 

*Imagem de capa: Depositphotos.com

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