Uma das tecnologias mais promissoras e ainda pouco conhecidas da Indústria 4.0 é a impressão 3D. Do plástico ao concreto, resina e até células, as impressoras modernas permitem que (quase) qualquer coisa seja impressa - desde peças de máquinas, até carcaças inteiras de carros e órgãos humanos.
As impressoras 3D funcionam em dois formatos diferentes: FDM (Fused Deposition Modeling) e SLA (StereoLithoGraphy). Na FDM, é possível utilizar uma diversa gama de plásticos (inclusive o nylon) e a impressão é realizada através da sobreposição das camadas impressas do material no formato escolhido. “As camadas sempre são construídas de baixo para cima. Quanto mais próximas elas são, melhor a resolução, pois as linhas de divisão serão menos visíveis. Com esse método, é possível construir várias peças que não são possíveis pelo método tradicional de manufatura”, explica Alex Dantas, fundador da Circuit Launch.
O Circuit Launch é um co-working localizado em Oakland, no Vale do Silício, para startups e empreendedores que desejam criar projetos com realidade aumentada, robótica, impressão 3D, entre outros.
Já o método de impressão SLA utiliza apenas a resina como material. Neste caso, a construção do objeto não é feita em camadas, mas através da solidificação da resina em contato com a luz emitida por um raio laser. “Enquanto o SLA é mais limitado por suportar apenas a resina, no FDM há muitas opções de materiais, cores e as peças saem da máquina pronta, montadas, funcionando”, afirma Dantas.
Não há, no entanto, um método soberano. Há aplicações em que a resina é o material mais recomendado, como moldes dentários, por oferecerem uma melhor resolução. Já do ponto de vista de negócio, de acordo com o especialista, o FDM costuma ser mais acessível, enquanto o SLA é mais caro e lento.
As diversas aplicações
A impressão 3D pode ser utilizada para criar objetos do zero ou solucionar problemas. Na solução de problemas, é possível imprimir peças de outros maquinários para realizar consertos e até da própria impressora. Em um caso citado por Alex Dantas, a Itália usou a impressão 3D para imprimir novas válvulas que estavam falhando em respiradores utilizados por pacientes no tratamento do COVID-19.
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“Eu não vejo um mercado que ainda não tenha sido impactado pela impressão 3D. Se ainda não estiverem usando em algum específico, vão usar de uma maneira ou outra, mais cedo ou mais tarde”, disse o especialista. O setor que ele vê maior dificuldade na implementação desta tecnologia é o financeiro — no restante, não há limites.
“A impressão 3D mudou completamente a infraestrutura nas indústrias. Antes, ao pensar em uma peça, era necessário chamar um time inteiro para fazer um molde para a fábrica. Hoje, sendo a peça pequena ou grande, pode ser usada a impressão 3D”, explicou. Na concorrência com a manufatura tradicional, a fórmula mais antiga ainda ganha porque é mais barata e rápida em produção em massa. Em comparação, a impressão 3D facilita na criação de peças customizadas.
Em outros campos, é possível utilizar esse método de impressão na construção, por exemplo, de paredes; criando peças para automóveis; imprimindo produtos domésticos (como cadeiras); na educação, para construir protótipos e facilitar o aprendizado; na saúde, além de auxiliar no conserto de equipamentos, passar a imprimir órgãos inteiros, veias, artérias e tecidos – um papo que parece pertencer a um futuro distante, mas já está sendo testado por startups como a Organovo.
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