Energia consumida pelos data-centers
Se o mundo está usando mais e mais dados a cada dia que passa, também deve estar usando mais e mais eletricidade para alimentar os computadores, certo?
Talvez a resposta não seja assim tão fácil - ou, pelo menos, não tão linear.
Várias estimativas recentes e repetidamente citadas na imprensa sugerem que os data-centers do mundo consumiriam atualmente mais de 540 terawatts-hora (Twh) de energia, um número que poderia quadruplicar na próxima década.
Acontece que o aumento no uso global de energia das centrais de dados (data-centers) diminuíram proporcionalmente devido aos ganhos de eficiência em novas tecnologias, afirmam Eric Masanet e seus colegas da Universidade Northwestern e do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos EUA.
Segundo a equipe, as projeções de uso de energia frequentemente citadas são geralmente baseadas em métodos de extrapolação excessivamente simplistas, que ignoram os enormes ganhos de eficiência energética das novas tecnologias da informação - processadores, armazenamento e hardware de servidores, por exemplo - que ocorreram em conjunto com esse crescimento.
Monitoramento da eficiência energética
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Na realidade, o uso de energia do setor de tecnologia da informação parece ter crescido muito mais lentamente do que se pensava. Somente nos Estados Unidos - o maior mercado de data centers do mundo - as análises dessas tendências de eficiência indicam que o uso de energia se estabilizou desde 2010, apesar de um aumento drástico na demanda.
Os autores estimam que o uso global de energia das centrais de dados pode ter crescido apenas 6% entre 2010 e 2018 - apesar de um aumento de 550% na demanda pelos serviços.
Usando os dados mais atuais, Masanet e seus colegas reavaliaram o uso global de energia das centrais de dados e os resultados sugerem que o progresso contínuo da eficiência pode até mesmo manter o atual patamar de uso de energia durante a próxima duplicação da demanda pelos serviços.
No entanto, essa estabilidade exigirá ações políticas sobre padrões de eficiência dos equipamentos, investimentos em novas tecnologias pelas empresas e o desenvolvimento de programas de monitoramento do uso de energia pela "indústria dos dados", mais conhecida como nuvem, recomenda a equipe.
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