Centrais de Dados usam menos energia do que se pensava
As projeções geralmente são baseadas em métodos de extrapolação simplistas, que ignoram os ganhos de eficiência energética das novas tecnologias.
14/03/2020As projeções geralmente são baseadas em métodos de extrapolação simplistas, que ignoram os ganhos de eficiência energética das novas tecnologias.
14/03/2020Energia consumida pelos data-centers
Se o mundo está usando mais e mais dados a cada dia que passa, também deve estar usando mais e mais eletricidade para alimentar os computadores, certo?
Talvez a resposta não seja assim tão fácil - ou, pelo menos, não tão linear.
Várias estimativas recentes e repetidamente citadas na imprensa sugerem que os data-centers do mundo consumiriam atualmente mais de 540 terawatts-hora (Twh) de energia, um número que poderia quadruplicar na próxima década.
Acontece que o aumento no uso global de energia das centrais de dados (data-centers) diminuíram proporcionalmente devido aos ganhos de eficiência em novas tecnologias, afirmam Eric Masanet e seus colegas da Universidade Northwestern e do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos EUA.
Segundo a equipe, as projeções de uso de energia frequentemente citadas são geralmente baseadas em métodos de extrapolação excessivamente simplistas, que ignoram os enormes ganhos de eficiência energética das novas tecnologias da informação - processadores, armazenamento e hardware de servidores, por exemplo - que ocorreram em conjunto com esse crescimento.
Monitoramento da eficiência energética
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Na realidade, o uso de energia do setor de tecnologia da informação parece ter crescido muito mais lentamente do que se pensava. Somente nos Estados Unidos - o maior mercado de data centers do mundo - as análises dessas tendências de eficiência indicam que o uso de energia se estabilizou desde 2010, apesar de um aumento drástico na demanda.
Os autores estimam que o uso global de energia das centrais de dados pode ter crescido apenas 6% entre 2010 e 2018 - apesar de um aumento de 550% na demanda pelos serviços.
Usando os dados mais atuais, Masanet e seus colegas reavaliaram o uso global de energia das centrais de dados e os resultados sugerem que o progresso contínuo da eficiência pode até mesmo manter o atual patamar de uso de energia durante a próxima duplicação da demanda pelos serviços.
No entanto, essa estabilidade exigirá ações políticas sobre padrões de eficiência dos equipamentos, investimentos em novas tecnologias pelas empresas e o desenvolvimento de programas de monitoramento do uso de energia pela "indústria dos dados", mais conhecida como nuvem, recomenda a equipe.
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