Segundo o relatório “IoT na AL&C 2019”, realizado pela Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), os negócios com a IoT passarão de US$ 2,2 bilhões em 2019 para US$ 3,3 bilhões em 2021, um aumento de 50%. Ainda de acordo com o estudo, os dispositivos conectados também aumentarão exponencialmente, saltando de 178,2 milhões de unidades em 2019 para 415,7 milhões em 2023, um crescimento de 133%.
Esses dados comprovam que o mercado de IoT está aquecido e deve impulsionar diversos mercados, provocando uma remodelagem no processo de fabricação. Os casos de uso em setores como aeronáutica e química são prova do potencial da IoT na indústria da manufatura. Há uma tendência evidente para esse cenário se tornar ainda maior nos próximos anos e, embora as empresas tenham abordagens diferentes para experimentar o uso dessa tecnologia, podemos dividir a jornada em direção à maturidade da IoT em manufatura em 4 tendências.
1. Gerenciamento de ativos
Essa é uma abordagem para gerenciar ativos industriais holisticamente, por meio do uso de software. A IoT já entrou em jogo com relação ao "gerenciamento de desempenho de ativos", usando sensores e conectividade da IoT para entender e prever quando o equipamento precisará de manutenção ou se corre o risco de quebrar.
Ao equipar máquinas com a tecnologia, as empresas podem acessar os dados em tempo real sobre desempenho, carga de trabalho, estresse e uma série de outras variáveis significativas dos equipamentos. Analisando essas informações, é possível linkar fatores que levam à falha, incluindo clima e temperatura.
Esses casos de uso parecem ser a porta de entrada para a adoção da IoT para muitas empresas de manufatura. Manutenção proativa e ajustes de desempenho em tempo real produzem economia imediata de custos e ajudam a otimizar a produção e a eficiência. Os fabricantes que implementam a IoT podem finalmente começar a responder perguntas como: que equipamento provavelmente precisará de manutenção em um futuro próximo? Como podemos ajustar as cargas de trabalho para otimizar a produção e minimizar a tensão? Quais são os fatores externos mais responsáveis por falhas e como podemos controlá-los da melhor maneira?
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2. Monetizar o desempenho de máquina
Seguindo com a evolução do gerenciamento de desempenho de ativos, a IoT não apenas evitará falhas, como também garantirá resultados. As empresas que já usaram a solução para monetizar ativos criaram novos modelos de negócios, como por exemplo, ajustar contratos baseados em garantir que seus ativos industriais irão executar até um certo nível.
Se bem executado, este é um modelo vantajoso para comprador e vendedor. Companhias de equipamentos podem usar IoT para estimar novos fluxos de receita, enquanto fabricantes que usam “máquinas inteligentes" podem ter a certeza de que seus investimentos produzirão resultados tangíveis. A rentabilidade será a métrica-chave no final do dia.
3. Soluções customizadas de IoT
Não são tanto os sensores conectados que farão a diferença aqui, mas o software que fará uso dos dispositivos de IoT e das vastas redes de dados que os sustentam. Esse conjunto irá realmente aumentar o potencial de IoT na fabricação.
Em tempos de customização, IoT é rei. Cada rede de supply chain pode ser alimentada por uma série de aplicativos personalizados projetados para otimizar seus processos específicos.
O elemento importante disso é que, assim como os aplicativos de smartphones são desenvolvidos para uma plataforma estabelecida (iOS ou Android), os aplicativos personalizados de IoT existirão em cima de redes de dados estabelecidas, que ligam partes diferentes da cadeia de suprimentos de fabricação. A vantagem disso é que as empresas podem criar soluções personalizadas sem enfrentar o problema dos repositório de dados e incompatibilidades entre divisões e parceiros de supply chain.
4. Avanços na automação da manufatura
Muito do foco inicial em IoT é obter informações de equipamentos. A visibilidade proporcionada pela tecnologia representa maior compreensão dos processos e melhores oportunidades de eficiência e redução de custos. Mas o estágio mais maduro da adoção do IoT será um fluxo bidirecional de informações.
Em vez de apenas obter insights de equipamentos, os fabricantes serão capazes de empurrar as informações de volta para eles, alterando configurações, ordens, operações, tudo de forma segura e remota. A relação entre informação e controle permitirá que o Big Data e os algoritmos de Machine Learning, responsáveis pela garantia de desempenho, possam ajustar as operações automaticamente, tudo em tempo real.
O futuro está na infraestrutura de dados
Este é o potencial revolucionário da IoT na indústria e fazendo um exercício de futurismo, é possível imaginar que um dos pré-requisitos cruciais para o avanço desse processo no futuro seja o investimento em uma infraestrutura de dados que pode conectar todas as partes de uma cadeia de suprimentos de fabricação em um único conjunto. É aí que entra o poder crítico das redes.
Todos os empresários, fabricantes ou varejistas, precisarão ter algum nível de conectividade interligando seus departamentos, fornecedores e parceiros comerciais. Uma vez estabelecida a rede, pilotar e experimentar diferentes projetos de IoT se tornará cada vez mais fácil.
*Por Antonio Brito, Sr Principal, Digital & Value Engineering, Infor LATAM
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