As profissões ligadas à tecnologia estão entre as que mais vão crescer no setor industrial nos próximos anos, de acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2019-2023. Mas o número de vagas "high tech" a serem criadas no período ainda é muito pequeno no universo do setor, um indicativo da baixa intensidade tecnológica da indústria nacional.
Com dados frustrantes em junho, alta do IBC-Br desacelerou a 0,1%, estimam analistas.
O mapa é elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para subsidiar sua oferta de cursos. A demanda por qualificação no período é de 10,5 milhões de trabalhadores.
De acordo com dados do mapa, condutores de processos robotizados, uma função associada à chamada indústria 4.0, estão entre as ocupações que vão mais crescer entre 2019 e 2023. Estima-se que o número de vagas deva aumentar 22%, para 1.371.
Outras funções ligadas à tecnologia que devem ter aumento de demanda na indústria são pesquisadores de engenharia e tecnologia (aumento de 17,9%, para 13 mil); engenheiros de controle e automação, mecatrônicos e afins (14,2%, para 2,6 mil) e diretores de serviços de informática (13,8%, para 1 mil).
Já "instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados", função mais corriqueira, deve ter aumento de 15%, para 110,3 mil.
Segundo Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai, apesar do número absoluto pequeno de funções de base tecnológica, seu aumento mais expressivo é novidade. Mostra que é tendência no mercado de trabalho, acredita. "O crescimento começou a ficar representativo nesse levantamento. Antes, era residual", diz.
"Na nossa realidade existem movimentos múltiplos, a indústria tradicional que precisa de requalificações, e a nova, que está surgindo. Obviamente, não somos Coreia do Sul ou China". Segundo ele, a China investe US$ 500 bilhões ao ano em novas tecnologias e o Brasil, US$ 11 bilhões.
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Além disso, a demanda por requalificação, que totaliza 10,5 milhões, ocorre porque a indústria adota máquinas mais modernas, com algum nível de digitalização, e isso demanda mais conhecimento dos trabalhadores. "Mesmo em crise, as empresas têm sido obrigadas a investir e comprar máquinas mais sofisticadas." Segundo dados do mapa, as áreas que mais vão demandar qualificação profissional são transversais (1,7 milhão), metalmecânica (1,6 milhão), construção (1,3 milhão), logística e transporte (1,2 milhão), alimentos (754 mil), informática (528 mil), eletroeletrônica (405 mil), energia e telecomunicações (359 mil).
Profissionais com qualificação transversal trabalham em qualquer segmento, como profissionais de pesquisa e desenvolvimento, técnicos de controle da produção e desenhistas industriais, que atuam em várias áreas, diz o levantamento.
A demanda por qualificação prevista pelo Mapa do Trabalho Industrial inclui, em sua maioria, o aperfeiçoamento de trabalhadores que já estão empregados e, em parcela menor (22%), aqueles que precisam de capacitação para ingressar no mercado de trabalho. Essa formação inicial inclui a reposição em vagas já existentes e que se tornam disponíveis devido a aposentadoria, entre outras razões.
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