A digitalização é um dos motores para crescimento sustentável da indústria automotiva brasileira, acredita o CEO e presidente global da Siemens, Joe Kaeser. Ele participou do Siemens Forum 2019, realizado em São Paulo na quarta-feira, 7. Evento tratou de como maximizar negócios por meio de ecossistemas conectados. O executivo destacou que o setor automotivo é um dos setores mais pressionados a promover sua transformação digital.
"Estamos atendendo as 20 maiores montadoras globais", informou Kaeser, destacando que a quarta revolução industrial está mudando de forma significativa os processos de produção. Ele ressalta que as fábricas inteligentes, propostas pela indústria 4.0, são um caminho para reduzir custos e gerar mais competitividade.
Como exemplo disso, o presidente global da Siemens mencionou a adoção de gêmeos digitais, sistemas que fazem a simulação virtual de ambientes reais da fabricação, diminuindo em até 50% o tempo de manufatura. "O produto chega duas vezes mais rápido ao mercado", afirmou, acrescentando que, diante do contexto de transformação, "só vão sobreviver os mais fortes".
Digitalização em primeiro lugar, puxada pelo setor automotivo
O presidente da Siemens Brasil André Clark, constata que a transformação digital está na agenda da indústria brasileira. Ele lembra que há dez anos, quando as empresas decidiam montar uma fábrica, a primeiras preocupações eram com o terreno e terraplenagem. A automação e digitalização sempre ficavam para depois da construção da obra. "Agora esse é o item número 1 dos negócios", diz.
O executivo observa que o setor automotivo é um dos que mais vêm investindo em novas tecnologias para atender os anseios do consumidor da era digital. Entre as quais ele cita soluções de internet das coisas (IoT), inteligência artificial e sistemas para analisar dados para tomada de decisão com mais assertividade.
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"A indústria automotiva é inovadora até pelos desafios que vem passando", comenta o presidente da Siemens Brasil.
Clark observa que a indústria automotiva está sendo demandada a produzir carros mais sofisticados como os autônomos, elétricos e conectados, prontos para o compartilhamento. Entregar tudo isso aos consumidores, segundo ele, exige que as montadoras se preocupem não mais apenas com a fabricação dos carros. Elas precisam convergir também para colaborar com empresas do setor elétrico, de infraestrutura e com governos que estão construindo cidades inteligentes.
Mudanças no modelo de negócio
Andrea Kollmorgen, executiva responsável pela área de Connected e Mobility da Siemens global, avalia que o grande desafio das montadoras está justamente na conectividade. Segundo ela, as fabricantes são obrigadas a seguir as quatro megatendências (carro autônomo, elétrico, compartilhado e a nova mobilidade) de forma acelerada, já que o desenvolvimento de cada uma destas frentes acontecerá de forma simultânea.
"As montadoras precisam ter um olho no presente e outro no futuro. A Siemens pode ajudá-las na modernização das fábricas", afirma Andrea. Segundo ela, a digitalização é importante para que essas empresas possam enfrentar o turbilhão de mudanças que ocorre no setor e buscar novos modelos de negócios.
A executiva explica que novas formas de mobilidade estão ganhando espaço nas cidades, como é o caso das bicicletas, patinetes e dos táxis por aplicativo, fazendo com que menos consumidores comprem carros. Essa tendência, segundo Andrea, abre novas oportunidades para as indústrias. Um exemplo é a mobility as a service (mobilidade como serviço). Isto é, a possibilidade de o consumidor contratar um carro para usar pelo tempo que quiser.
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