Para se locomover nas cidades, você recorre ao Uber? Utiliza Airbnb para se hospedar? Saiba que esses serviços só foram viabilizados quando plataformas digitais trouxeram ativos que estavam offline para o universo online. Tanto a Uber quanto a Airbnb adotaram a estratégia conhecida como Asset Hacking, que consiste em tomar posse de ativos de terceiros e montar seus modelos de negócio.
Agora, turbinados pelas tecnologias da chamada quarta revolução industrial, estamos nos aproximando de um segundo strike nos modelos de negócio: agora as plataformas não irão apenas prestar um serviço baseado em ativos de terceiros, mas alterar o funcionamento destes ativos que estão online, buscando extrair deles maior produtividade. Este novo nível de controle das plataformas digitais sobre os ativos de terceiros (o hackeamento) mudará drasticamente a competitividade das cadeias de valor.
Mas como isso será feito?
Imagine-se dono de uma Usina de Açúcar. Você abastece sua usina com cana-de-açúcar de fazendas próprias e de terceiros. Você desenvolveu uma solução de software e hardware campeã e conseguiu, usando essa tecnologia, ter a visibilidade, em tempo real, do que está sendo executado. Conta, inclusive, com alertas eletrônicos que antecipam eventuais riscos de desvios na operação em relação ao planejado. E tornou possível usar proposição de sugestões de ações da tecnologia para melhorar o processo. Para você que conquistou tanto, o próximo passo é adotar a estratégia de Asset Hacking e negociar, com seus fornecedores, o uso da sua tecnologia para extrair a produtividade nas fazendas deles, em busca de uma redução geral de custos e aumento de competitividade.
Da mesma forma, esse hackeamento se aplica a outras indústrias, como a automobilística. Na montadora, anos de desenvolvimento de sistemas em logística podem ser transformados em uma solução de hardware e software para ser compartilhada com parceiros, objetivando o ganho geral de competitividade da cadeia.
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O uso da estratégia de Asset Hacking para extrair produtividade se torna viável graças a três elementos: a plataforma, a Internet das Coisas e os gêmeos digitais. A plataforma foi o primeiro passo, dando visibilidade para a demanda e para a oferta. Com a Internet das Coisas, o controle remoto de processos e objetos, que dependia de diversas camadas de software e hardware, tornou-se efetivamente mais simples, próximo do plug & play. Por fim, com o processo de simulações digitais de processos e de equipamentos, que inicialmente surgiu para eliminar erros de projetos e tornar a entrada em operação de novos sistemas mais rápida, viabilizou-se um cenário no qual será cada vez mais difícil encontrar um processo ou equipamento físico que não tenha sido antes desenvolvido digitalmente. Este desenvolvimento digital prévio leva à criação de gêmeos digitais, verdadeiros avatares de processos e equipamentos, tornando o controle remoto de operações mais viável e cada vez mais próximo do ponto de inflexão para uma trajetória de desenvolvimento exponencial.
Essas tecnologias, que estão na base da quarta revolução industrial, combinadas com o desenvolvimento dos algoritmos de inteligência artificial, desafiam todas as empresas a revisar downstreaming e upstreaming a cadeia de valor em busca de oportunidades para a adoção da estratégia de Asset Hacking. O objetivo? Alcançar um novo patamar de colaboração (ou hackeamento) para competitividade nos negócios.
A produtividade oferecida pela estratégia Asset Hacking na quarta revolução industrial não está apenas acessível a indústrias, pode também ser utilizada em outros setores, como a saúde. Utilizando essa estratégia, um hospital que desenvolva uma solução de software e hardware inovadora para uma central de diagnóstico, por exemplo, pode compartilhar sua solução com outros hospitais de forma a potencializar a inovação no sentido de um aumento da eficiência e eficácia geral do sistema de saúde. Além de aumentar lucros, contribui socialmente com essa inovação.
A estratégia de Asset Hacking já oferece um caminho para empresas de diversos segmentos terem a ambição de monetizar o conhecimento único que possuem dentro de casa, responsável por anos de sucesso, numa ferramenta poderosa para extrair produtividade de ativos que estão espalhados em sua cadeia de valor.
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