Em 2017 o BNDES, em parceria com Ministério da Ciências, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) apoiou a realização de um estudo sobre esse termo que vem se popularizando e ganhando cada vez mais espaço. O estudo foi conduzido pelo consórcio McKinsey/Fundação CPqD/Pereira Neto Macedo. Esse assunto vai representar uma grande oportunidade para o mundo principalmente países em desenvolvimento, tudo depende de cada estratégia específica que será adotada por eles. Em alguns países esses pilares já foram levantados e serviram de inspiração para a construção desse processo no Brasil. Existem desafios locais que podem ser minimizados com a criação e desenvolvimento de um sistema de IoT consistente.
Foram organizados fóruns de governança do estudo que conduziram discussões e reflexões acerca do tema, a sociedade em geral foi viabilizada e contou com mais de 2000 contribuições, um grande processo de construção coletivo, assim nasceu essa aspiração.
As análises foram feitas em um bloco de países: União Europeia, Coréia do Sul, Estados Unidos, China, Japão, Reino Unido, Alemanha, Índia, Cingapura, Suécia, Emirados Árabes Unidos e Rússia. Essas análises permitiram que fossem determinados alguns objetivos principais:
– Atingir a liderança global em IoT, visando manter ou atingir uma posição de vanguarda tecnológica;
– Utilizar a IoT para solucionar desafios locais, aumentando a competitividade da economia ou melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos.
Foram observados também dois tipos de principais de posicionamento:
– Estratégia mais ampla, focando em um grande número de verticais;
– Esforços priorizados em um grupo mais restrito de verticais, como manufatura avançada e cidades inteligentes.
No Brasil, a consulta pública de Internet das Coisas ficou disponível entre os dias 12 de dezembro de 2016 e 06 de fevereiro de 2017 em uma plataforma do Governo Federal, reunindo mais de 2.000 contribuições. Foram identificadas oportunidades para que o Brasil se destaque na América Latina, entre países com características similares (BRICS, por exemplo) ou em setores que o Brasil já ocupe uma posição de destaque, como o agronegócio. As observações sobre o Brasil foram reunidas e levadas a uma discussão no evento Laboratórios do Futuro.
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Tendo a duração de um dia, o evento Laboratórios do Futuro que foi realizado em março de 2017, teve como principais objetivos a abordagem de pesquisas, desenvolvimento e inovações necessárias, investimento financiamento e fomento; privacidade e segurança; e infraestrutura de rede.
Quando questionados sobre o atributo prioritário que devem ser levados em conta nessa aspiração do IoT no Brasil, os participantes levaram em conta os seguintes fatores em ordem de importância: 41% produtividade, 24% crescimento econômico, 12% criação de uma sociedade digital, 6% desenvolvimento de competências distintivas, 6% reforço da cadeia produtiva, 6% geração de empregos, 6% qualidade de vida e 0% liderança global.
Por fim, os atributos que mais tiveram força nos diversos fóruns foram consolidados em:
Competitividade: promover o desenvolvimento econômico por meio da melhoria da produtividade, criação de modelos de negócios inovadores e do desenvolvimento de produtos e serviços de maior valor agregados a partir da IoT;
Sociedade conectada e empoderada: promover a apropriação e absorção dos benefícios da IoT por parte da sociedade, com vistas à gestão dos recursos da cidade, prestação de serviços inteligentes, e capacitação das pessoas para o uso das novas tecnologias do século XXI;
Inclusão social: promover a inclusão de classes menos assistidas e dos cidadãos com necessidades especiais, estimulando a geração de renda e melhoria da qualidade e do acesso aos serviços públicos;
Cadeia produtiva: fortalecer os PMEs, gerando inovação e aumentando o valor agregado e o potencial de exportação dos produtos e serviços nacionais, estimulando a inserção do pais no cenário internacional;
Desafios locais: priorizar a adoção e desenvolvimento de soluções de IoT que ajudem na resolução dos desafios e entraves locais ao desenvolvimento do Brasil.
O Comitê gestor do estudo, formando por representantes do BNDES e do MCTIC, reuniu a partir de todas as informações coletadas e redigiu uma frase guia da aspiração do Brasil em IoT, “Acelerar a implantação da Internet das Coisas com instrumento de desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira, capaz de aumentar a competitividade da economia, fortalecer as cadeias produtivas nacionais, e promover a melhoria da qualidade de vida”.
Nas próximas fases do estudo, essa aspiração servirá de guia. Serão consideradas as questões: onde o Brasil pretende chegar e que impactos a IoT pode gerar. O plano de ação a ser definido deverá endereçar os principais desafios identificados.
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