O Fórum Econômico Mundial, que trouxe este ano como tema principal “Globalização 4.0: Moldando uma Nova Arquitetura na Era da Quarta Revolução Industrial”, foi ideal para que os mais de 65 chefes de Estado discutissem como tornar as interações internacionais mais inclusivas e colaborativas. Segundo o fundador do evento em Davos e presidente executivo do World Economic Forum (WEC), Klaus Schwab, o encontro criou uma oportunidade para que os líderes globais reflitam sobre a construção de um mundo em que todos possam mudar e crescer juntos.
Após a Segunda Guerra Mundial, a comunidade internacional se uniu para construir um futuro compartilhado. Neste momento, é hora de propor algo semelhante para que as diversas organizações possam usufruir de tecnologias revolucionárias, como inteligência artificial, big data analytics, computação cognitiva, machine learning e metodologias ágeis, entre tantas outras, para transformar o funcionamento da sociedade, dos negócios e dos governos.
Apesar da crise econômica mundial, que deixou rastros profundos em muitos países, existe o compromisso de muitos governantes com a democracia e com o incremento de acordos comerciais que possam acelerar o crescimento econômico. No caso do Brasil, sempre reforçamos a necessidade de estabelecer essas negociações o quanto antes, para que possamos incentivar a utilização de novas tecnologias, beneficiando uma série de setores, como educação, saúde, transporte, segurança, além de ampliar a produtividade em todos os tipos de indústria.
Como sugere o próprio Klaus Schwab, é preciso pensar em um novo pacto social entre os cidadãos e seus líderes, ao invés de fechar as economias por meio do protecionismo e da política nacionalista. Como empreendedor que já vivenciou várias crises e superou a maioria delas, acredito na globalização 4.0, não apenas pelo liberalismo que defendo, mas também pelas possibilidades que todo esse processo representa. Na nova economia, precisamos compartilhar conhecimento, tecnologias, produtos e serviços para que possamos nos diferenciar e nos tornar mais competitivos.
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A globalização está sendo redefinida neste momento em que as tecnologias avançadas deram início a uma Quarta Revolução Industrial, numa velocidade sem precedentes. A integração e o trabalho colaborativo podem contribuir de maneira efetiva para abrir mercados e estimular o crescimento econômico – sempre com responsabilidade, respeito aos acordos comerciais e à sustentabilidade. As tecnologias disruptivas, que marcam a era da digitalização, podem promover inclusão, trazendo mais qualidade de vida às pessoas, ao mesmo tempo em que abrem espaço para novas profissões e novas formas de exercer a empregabilidade.
A globalização 4.0 vem acompanhada de mudanças de mindset, o que requer maior adaptabilidade e resiliência para que as pessoas se adaptem às novas tecnologias e formatos de fazer negócios. Com os avanços da automação, precisamos pensar, também, em um novo modelo de educação, capaz de desenvolver novas habilidades para lidar com um mundo mais global, volátil, incerto, complexo e ambíguo.
Entendemos que para atender e colaborar com as mudanças da sociedade, precisamos nos posicionar como inovadoras, desenvolvendo soluções que contribuam para mudanças de impacto social, valorizando tanto as pessoas quanto as novas tecnologias. E por mais que as tecnologias sejam importantes para a evolução da sociedade, a transformação digital é, de fato, uma transformação cultural. Apostamos na globalização 4.0 como um caminho importante para avançar nas esferas econômica e social, combinando a abertura da economia com um ecossistema inovador, que garanta o respeito ao cidadão e ao meio ambiente.
(*) Marco Stefanini é CEO global da Stefanini, quinta empresa mais internacionalizada segundo Ranking da Fundação Dom Cabral (FDC)
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