“O futuro passa por novas tecnologias que tenham menor impacto ambiental, custo viável, atendam aos requisitos de desempenho e aumentem a produtividade”, afirma Vanderley M. John, da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP). Nesta quinta-feira (14), durante reunião da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em Brasília, o especialista apresentou a unidade em que trabalha, cujo foco é promover a inovação, e discorreu sobre a Indústria da Construção 4.0. A palestra foi transmitida online pela página da CBIC Brasil no Facebook e pode ser assistida por este link.
Segundo o professor, a quarta revolução industrial vai gerar um enorme crescimento econômico e reorganizar o setor da construção. “Ninguém sabe muito bem como classificar as tecnologias que estão surgindo, mas elas vão mudar a indústria”, assegurou. Como exemplos dessas mudanças, estão o compartilhamento digital de informações, a produção digital (impressoras 3D e customização em massa), a automatização de processos mentais e a coleta de dados por sensores. Já entre as tecnologias emergentes, temos a internet das coisas (IoT), a inteligência artificial (AI), a manufatura aditivada, a realidade aumentada, a análise de Big Data e o Building Information Modeling (BIM) – sendo que, diz um estudo do Fórum Econômico Mundial, esta última é a nova tecnologia com maior probabilidade de aplicação e impacto futuro na construção. Como resultado, toda essa revolução traduz-se em maiores flexibilidade, velocidade de produção, qualidade do produto, produtividade, participação do cliente, além do surgimento de novos modelos de negócio.
“Como em qualquer revolução industrial, surge um design dominante. Não sabemos qual será o da Indústria 4.0 na construção, mas vai surgir um. Estamos nesse estágio de definição. E o que podemos fazer?”, questionou. De acordo com Vanderley John, o setor tem a oportunidade de ajudar a formatar o futuro. Para isso, ele sugere, por exemplo, participação na Agenda Brasileira para a Indústria 4.0, do governo federal; melhoria nas aprovações técnicas, o que ajudaria a qualificar o mercado; e medição de resultados, como a da satisfação dos clientes. “Temos que passar a medir as coisas. Informação é tudo”, resumiu.
Ainda na reunião, Dionyzio Klavdianos, presidente da Comat/CBIC, fez um balanço do trabalho da comissão no 90º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), realizado no mês de maio em Florianópolis/SC, e destacou o lançamento do Portal CBIC de Normas Técnicas da Indústria da Construção e o debate em torno da revisão da Norma de Desempenho. “O Enic teve um padrão técnico de discussão muito elevado e o setor só tem a ganhar”, comentou. Também lançado no encontro nacional, a 22ª edição do Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade está com as inscrições até 31 de agosto.
Quanto à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575), foi apresentado o planejamento proposto para a revisão da norma. Klavdianos reforçou que o pedido de abertura da comissão de estudos já foi feito à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) durante o 90º Enic, com previsão de início para setembro. Até lá, a CBIC pretende refinar a proposta dos textos-base para subsidiar as comissões de estudo da ABNT na revisão.
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