A 4ª revolução industrial já bate à porta e, mais uma vez, o setor têxtil atua como protagonista, como aconteceu na primeira revolução industrial, entre os anos de 1760 a 1860. O pontapé inicial foi dado pelo SENAI CETIQT, que montou a primeira planta piloto da Confecção 4.0 no Rio de Janeiro. Em paralelo, o SENAI SP se organiza para montar uma planta semelhante – esta para fabricação de camisetas -, no segundo semestre deste ano. Há também uma movimentação articulada por meio da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) para criar um ambiente propício à implantação da Indústria 4.0 no Brasil, por meio do Programa de Desenvolvimento da Confecção – PDC, que propõe uma rota para a Indústria 4.0.
“Estamos indo rumo à 4.0. Ela não está pronta, estamos construindo. Não é algo que cai do céu. Acredito que, mundialmente falando, esse projeto aconteça em 10, 15 anos. Alemanha e Estados Unidos, que são os precursores, também não estão prontos ainda. A ABIT, junto com o SENAI CETIQT e outras unidades do SENAI, está trazendo isso para o Brasil, de forma ampliada, para o conhecimento de nossos empreendedores, daqueles que lidam com a nossa indústria. A estrada é longa, mas estamos construindo o futuro enquanto tentamos melhorar o presente”, aponta Fernando Pimentel, presidente da ABIT.
O gerente de educação do SENAI CETIQT, Robson Wanka, concorda: “O setor têxtil e de confecção está percebendo a necessidade de mudança, está se organizando e buscando mais informações, mais tecnologias e alternativas para se manter competitivo no mercado. O caminho para a indústria 4.0 não é linear, depende de variáveis que refletem no nível de maturidade do empreendimento. Para auxiliar as empresas, o SENAI CETIQT está criando um ambiente colaborativo, por meio do MBI de Indústria Avançada, nos mesmos moldes que ocorre no Vale do Silício nos Estados Unidos, para reunir as empresas do mesmo setor para discutirem estratégias e serem mais competitivas no contexto da indústria 4.0; uma ação inovadora para o Brasil”, explica.
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Os desafios são vários e servem de estímulo nesta caminhada do setor têxtil na busca da inovação. “Temos assistido a diversas iniciativas no país e somos protagonistas em várias frentes. Não só na teoria, nas salas de aula da instituição, mas exercendo nossa tradição de pensar na prática, no mercado, expondo a todos os interessados nossa planta piloto demonstrativa de Confecção 4.0. Estamos provando que é possível investir em inovação e integrar as tecnologias digitais na área têxtil, com sucesso. Estamos trabalhando em consultoria, educação, cursos rápidos, cursos longos e plataformas colaborativas para discutir a 4.0. São inúmeras ações”, enumera o gestor do CETIQT.
De acordo com o estudo ‘Oportunidades para a Indústria 4.0: aspectos da demanda e oferta no Brasil’, feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o país é carente de profissionais que possam tirar os conceitos da 4.0 do papel e trazê-los para a realidade da indústria. Por conta desse gap tecnológico e profissional e vivendo de perto essa dificuldade, o SENAI CETIQT inicia em abril deste ano o MBI em Indústria Avançada: Confecção 4.0 – Integração de Tecnologias para Projetar a Indústria do Futuro. O objetivo é atuar além de uma pós-graduação, criando uma plataforma colaborativa, um ambiente para gestores e diretores industriais discutirem os desafios da Indústria 4.0 e como implementá-la, na prática, no Brasil.
“Chega de teoria. Estamos reunindo 40 pessoas de todo o país, com um alto nível de conhecimento e atuação industrial, para sentar em uma mesa e debater, com a assessoria de especialistas de todo o mundo, como desdobrar a 4.0 no setor têxtil e de vestuário para o Brasil ser mais competitivo. Que outro setor está se organizando dessa forma?”, indaga o gerente de educação do CETIQT.
O setor têxtil e de vestuário é o segundo que mais emprega no Brasil, com 6 milhões de trabalhadores diretos e indiretos que fabricam 6 bilhões de peças por ano.
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