A logística reversa é um processo no qual um determinado produto, ou um ou mais itens deste produto, podem voltar a ser utilizados dentro de sua própria cadeia produtiva.
Este processo envolve principalmente o gerenciamento detalhado das devoluções dos materiais rejeitados e reparados, reutilizados e/ou reciclados, e materiais excedentes. Aqui vai a ressalva do quanto é importante, nesse processo de logística reversa, a identificação e a rastreabilidade das peças e produtos dentro do sistema operacional.
Na indústria 4.0, os processos de logística reversa de um determinado tipo de produto devem ser planejados durante a elaboração de sua cadeia produtiva, e podem variar conforme seu segmento e seus processos operacionais. Incentivos econômicos também podem influenciar na tomada de decisão em adesão a esses processos.
Os itens que retornam ao sistema operacional advindos de um processo reverso devem, a priori, ser tratados de maneira totalmente separada dos processos de fabricação e, logicamente, colocados dentro das especificações técnicas, embalados e movimentados respeitando todos os parâmetros do planejamento.
Sem exceção, esses itens devem fluir juntamente com os demais dentro da cadeia produtiva e gerenciados de maneira idêntica aos demais itens pelo sistema operacional.
A parte tributária também não pode ser deixada de lado, portanto deve ser minuciosamente analisada em toda a cascata estrutural do produto, pois ali pode se esconder um manancial de dinheiro, que muitas vezes passa despercebido.
Na indústria de latas de alumínio para bebidas, por exemplo, temos um forte exemplo de logística reversa. Além de serem totalmente recicláveis, também resultam num custo de produção menor do que quando produzidas por matéria-prima virgem. Neste caso, temos uma logística inversa altamente capilarizada, pois os produtos chegam ao consumidor final, são utilizados e devolvidos ao fabricante devido a uma enorme cadeia inversa de coletas.
Continua depois da publicidade |
Na indústria da construção civil, a logística reversa consiste basicamente na reciclagem de materiais recuperados, evitando assim o desperdício e criando propriedades econômicas principalmente para os pequenos fornecedores.
Na indústria alimentícia, a logística reversa é essencial, principalmente para aqueles produtos perecíveis e com data de vencimento reduzida. Nesse caso, o gerenciamento deve ser primordial e super controlado, pois os produtos devem ser substituídos já nas prateleiras dos supermercados e sua rastreabilidade, além de importantíssima, é obrigatória.
Na indústria de bens duráveis, a logística reversa pode proporcionar ganhos relevantes com a reutilização de peças que ainda mantenham suas características funcionais intactas, conforme especificação, mas provenientes de um produto usado no fim de sua vida útil.
Aqui vai uma análise criteriosa do custo benefício na utilização de itens reciclados versus itens novos.
Na indústria automotiva, temos alguns exemplos de determinadas marcas que utilizam cadeia produtivas inversas. Veículos usados são desmontados e todas as matérias-primas recicláveis são utilizadas para a produção de novos produtos similares. Por exemplo: alumínio, aço carbono, plásticos e vidros.
Entendo que os objetivos principais de uma operação de logística reversa vão desde o cumprimento das obrigações de um fornecedor com seus clientes até uma tremenda redução de sucata e lixo, despejados nos lixões diariamente.
Também devem ser considerados os fatores de redução do consumo das principais utilidades, como água, gás, energia, desgaste de equipamentos e ferramentas.
É imensa a quantidade dos itens que, ao final da vida útil dos produtos dos quais fazem parte, ainda estão intactos e, com toda certeza, poderiam ser reutilizáveis. É muito importante, durante a fase de projeto de um determinado produto, considerar a ocorrência de processos de logística reversa de determinados itens no planejamento de sua cadeia produtiva. Diminuir a sucata, economizar utilidades básicas e reduzir custos de fabricação pode ser vital para o negócio e indispensável para a natureza.
Um produto bem fabricado e com qualidade assegurada, além de proporcionar maiores margens operacionais e menor custo de pós-venda ao fabricante, também proporciona maior durabilidade e baixo custo de manutenção ao usuário.
Nessa equação, todos envolvidos obtêm vantagens financeiras, operacionais e de segurança. A natureza também agradece.
*Imagem de capa: Depositphotos.com
Gostou? Então compartilhe: