Machine as a Service moderniza planta e ajuda na integração da Indústria 4.0

Conceito traz benefícios para os fabricantes de máquinas e indústrias

Por: Gabriela Pederneira      Exclusiva 19/02/2024

O conceito de Machine as a Service (MaaS) ganhou popularidade em indústrias do mundo inteiro após a pandemia. Ele prevê que as fabricantes de máquinas (OEMs), passem a vender serviço, no lugar de apenas produtos. Isso traz benefícios para as próprias fabricantes e toda cadeia de produção, uma vez que equipamentos de ponta têm sua barreira de entrada diminuída e as fábricas podem contar com mais tecnologia embarcada dentro de suas plantas. 

O Relatório Global de Máquinas e Equipamentos 2022: Pensando Fora da Máquina, da Bain & Company, previu esse movimento. Ele afirma que “as tecnologias da Indústria 4.0 estão remodelando as OEM, de um negócio construído em torno de máquinas para um focado em serviços e soluções integradas. Em alguns setores, as empresas individuais já geram mais de 50% das receitas e 100% dos lucros com serviços. Essa tendência está se acelerando e se tornará a norma em todo o setor nos próximos anos”.

Tecnologias comuns dentro da lógica da Indústria 4.0, como IoT, computação em nuvem e edge computing, trazem benefícios mútuos dentro do conceito de MaaS. Nas OEMs, a adesão dessas tecnologias permite novos serviços, como manutenção preditiva dentro do plano de assinatura dos equipamentos e a utilização de dados variados provenientes do uso das máquinas para melhorar os recursos e operações dos equipamentos. 

Já para as indústrias, é uma opção financeiramente mais viável para modernizar suas plantas. Raphael Galdino, professor da Insper, em participação no webinar apresentado pela Indústria Experience, pontuou que, no Brasil, “hoje, temos um parque fabril bastante antigo e, do ponto de vista da produtividade, o ideal é que ele fosse renovado a cada seis anos”. 


Continua depois da publicidade


Além de economicamente inviável para a realidade da maior parte das indústrias no país,  o especialista ressalta que do ponto de vista da sustentabilidade essa renovação cíclica se mostra como um problema.

O MaaS, portanto, entraria para poder oferecer às fábricas a possibilidade de adequar seu parque fabril ao conceito 4.0, de forma sustentável e contando ainda com benefícios como:

  • Conectividade entre os equipamentos, a depender da estrutura contratada;
  • Equipamentos sempre adequados ao momento da indústria;
  • Consultoria da OEM para melhorar a operação com base em dados de utilização do equipamento em diversas plantas;
  • Manutenção e peças embutidas dentro do valor mensal dos equipamentos;
  • Redução drástica da curva de aprendizagem sobre o uso do maquinário, uma vez que a OEM traz a expertise junto do serviço.

Como funciona o MaaS

Rodrigo Portes, especialista em Indústria 4.0, destaca dois modelos de funcionamento do MaaS. No primeiro, as empresas oferecem os equipamentos no modelo de assinatura, onde a taxa mensal cobre a manutenção, reparo e atualização de software, por exemplo. No segundo modelo, as próprias indústrias podem sublocar seu maquinário sobresselente por períodos específicos. 

Além do valor mensal pelo uso, as empresas que oferecem o equipamento como serviço, também podem propor um modelo em que fiquem com uma porcentagem do lucro obtido a partir do que foi fabricado com o maquinário. 

As possibilidades são muitas e apresentam vantagem e modernização para as fábricas e OEM. No Brasil, o modelo já roda em algumas plantas e tende a crescer cada vez mais. Cabe aos industriais entenderem como entrar nesta tendência e modernizar sua planta. 

 

*Imagem de capa: Depositphotos

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

Gostou? Então compartilhe:

Gabriela Pederneira

Jornalista e Redatora Especial do CIMM & Ind4.0