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Sustentabilidade na prática de negócios da Indústria 4.0

Por: Roberto Marques      Exclusiva 27/11/2023

O modelo de negócio moderno mudou radicalmente em direção às práticas ESG (Ambiental, Social e Governança). A sustentabilidade corporativa deixou de ser apenas uma opção estratégica para se tornar um imperativo empresarial crítico para a sobrevivência futura. A transformação “verde” dos negócios envolve o posicionamento estratégico da organização na realidade econômica, contabilizando as oportunidades e ameaças econômicas, ambientais e sociais.

A introdução de abordagens sustentáveis na gestão empresarial traz benefícios relevantes, como a identificação de áreas que gerem valor de longo prazo, relacionamentos construtivos com stakeholders internos e externos, mitigação de riscos socioambientais, atração de investimentos e construção de reputação de marca.

A Indústria 4.0 precisa de novas práticas de negócios, que foquem em seus impactos positivos e na sustentabilidade. Essa nova manufatura incorpora práticas “verdes” em todos os níveis de produção - produto, processo e sistema. E agora inclui mais R's, como reduzir, reutilizar, recuperar, reciclar, redesenhar, reaproveitar, remanufaturar e reformar.

No que diz respeito à prática de negócios da Indústria 4.0, a eficiência energética, melhor uso de recursos, o controle de resíduos e a melhoria na entrega são importantes para a sustentabilidade econômica e ambiental. Em relação à dimensão social da Indústria 4.0, vários benefícios para os funcionários podem ser listados, incluindo o aprimoramento do aprendizado humano por meio de sistemas inteligentes de assistência ou interfaces homem-máquina. Além disso, adotar dispositivos inteligentes e robôs em estações de trabalho ergonomicamente desfavoráveis, que exigem maior esforço físico, pode proporcionar uma melhoria significativa na saúde dos funcionários.

Novos modelos de negócio

Segundo analistas da Deloitte, a mudança disruptiva não precisa ocorrer baseada apenas nos modelos empresariais existentes. Com as tecnologias da Indústria 4.0, as organizações podem otimizar os processos atuais, bem como desenvolver novas estratégias com foco na inovação e na sustentabilidade, enfatizando processos verdes e enxutos, que são ecologicamente corretos.


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Esse novo modelo na prática de negócios baseia-se no uso e reutilização eficazes de recursos em todo o ciclo de vida do produto, desde materiais e processos até equipamentos e habilidades. A manufatura sustentável produz bens usando procedimentos economicamente viáveis que reduzem as consequências ambientais negativas, preservando a energia e os recursos naturais.

Devido à nossa realidade econômica, o brasileiro sempre tentou consertar antes de pensar em comprar um equipamento novo, porém devemos ver cada vez mais as empresas promovendo a “reparabilidade” dos seus equipamentos com mais disponibilidade de peças sobressalentes e serviços. Trazendo tudo isso à realidade financeira das empresas, devemos ver um aumento do foco nos departamentos de pós-vendas que devem teoricamente compensar as perdas de receitas com a venda de produtos novos através do aumento de reparos dos produtos, e também nos departamentos de R&D que devem projetar produtos mais resistentes a quebras e mais reparáveis.

Essa nova forma de gestão está ganhando força na manufatura, e as organizações que se envolvem em atividades ecologicamente corretas ou verdes estão se tornando mais eficientes, cortando gastos, distinguindo-se da concorrência e posicionando-se para ficar à frente da regulamentação. Esse é o caminho para uma Indústria 4.0 que realmente gera valor no longo prazo.

 

*Imagem de capa: Depositphotos

*O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

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Roberto Marques

Gerente geral da divisão de CNC da Mitsubishi Electric do Brasil, tem vasta experiência em gestão de negócios e vendas na indústria de equipamentos de alta tecnologia. Trabalhou com empresas multinacionais suecas, americanas, japonesas e alemãs, atuando em setores como automobilístico, papel e celulose, mineração, siderurgia, açúcar e álcool, óleo e gás, e energia eólica. É formado em Engenharia Mecânica pelo Mackenzie (SP), com Pós-Graduação em Administração de Empresas e Gestão de Vendas pelo Insper (SP).