A Inteligência Artificial está presente no nosso dia a dia de diferentes formas, mas nenhuma delas soa tão natural e “humana” como o ChatGPT. A ferramenta emerge como um modelo de linguagem de conversação capaz de gerar respostas a perguntas de forma semelhante ao que um humano faria. 

A tecnologia agrega características revolucionárias, tanto que a Microsoft está investindo US$ 10 bilhões na empresa que a criou, a OpenAI, fundada por Elon Musk e Sam Altman, em 2015. O anúncio de investimento foi feito na última semana de janeiro, quando a Microsoft anunciou a terceira fase da parceria de longo prazo com a OpenAI por meio de um investimento "plurianual e multibilionário para acelerar os avanços da IA e garantir que esses benefícios sejam amplamente compartilhados com o mundo", disse a gigante de tecnologia em comunicado oficial em seu blog. E ainda, na semana passada, a empresa lançou Microsoft Teams Premium com tecnologia desenvolvida pela OpenAI.

"Como parte dessa inovação contínua, tenho o prazer de compartilhar que o Microsoft Teams Premium está disponível para todos. Construído com base na experiência colaborativa familiar e completa do Microsoft Teams, o Teams Premium traz as tecnologias mais recentes, incluindo Large Language Models desenvolvidos pelo OpenAI's GPT-3.5, para tornar as reuniões mais inteligentes, personalizadas e protegidas, sejam elas individuais, grandes reuniões, compromissos virtuais ou webinars", disse em nota Nicole Herskowitz, Vice-Presidente do Microsoft Teams.

A dona do sistema operacional Windows já havia investido R$ 1 bilhão na OpenAI em 2019. Agora, de acordo com a Semafor, o novo aporte garantiria à Microsoft 75% dos lucros da empresa de Musk até a recuperação do investimento. 

O interesse vem junto à crescente popularidade do ChatGPT, que está chamando a atenção de diferentes setores e ganhando a mídia segmentada de tecnologia.

Dentro da Microsoft, a tecnologia poderia ser usada no buscador Bing, mudando totalmente a forma como nos relacionamos com esse tipo de ferramenta. Isso porque no lugar de trazer uma lista de links em resposta à uma palavra-chave, o buscador, com auxílio do ChatGPT, poderia dar uma resposta certeira e em tom de conversa, seja via texto ou áudio. 

Como funciona o ChatGPT e por que ele é revolucionário?

Diferente dos chats normais, que usam uma base de dados limitada para buscar respostas a perguntas, o ChatGPT consegue construir respostas de forma coerente e natural, com base em um aprendizado de máquina profundo e constante. Isso faz com que, na teoria, não existam limites para a tecnologia e ela consiga criar diálogos tal qual um humano faria. 

Isso é resultado da integração de duas tecnologias principais. A chamada “ajuste fino” permite que o modelo possa estudar diferentes construções frasais para prever qual a melhor sequência de palavras possíveis. Enquanto a chamada “transformer” estuda cada palavra usada para propor a melhor concordância em grau, gênero e número. GPT significa Generative Pre-Trained Transformer ou transformador generativo pré-treinado.

Exemplo do ChatGPT 

Um exemplo dado pela própria tecnologia ao site Olhar Digital: 

“Um exemplo de como essas técnicas são usadas em conjunto é o seguinte: imagine que o modelo deve gerar uma frase completa dado um conjunto inicial de palavras, por exemplo: “Eu gostaria de comer um”. O modelo usa o treinamento de fluxo de caudas [ele quis dizer ajuste fino] para prever a próxima palavra, “sanduíche”. Então, usando a técnica de transformer, o modelo presta atenção a todas as palavras na frase, incluindo “gostaria”, “comer” e “um” para determinar qual é o tipo de sanduíche que seria mais adequado para essa frase, por exemplo: “Eu gostaria de comer um sanduíche de frango".

Esse é um grande salto de tecnologia, afinal, além de responder de forma natural a perguntas, sejam em chats ou buscadores, o ChatGPT também é capaz de escrever romances, notícias, textos de marketing, linguagens de programação e tantos outros tipos de informação da mesma forma que um humano faria. E aqui não estamos falando apenas da construção da frase, mas também do raciocínio por trás. 

*Imagem de capa: Depositphotos